Luan 28/02/2024
Diário de Impressão: Nossa Parte da Noite
Não sou leitor de livros de terror. Esse, no entanto, tem um estilo que me atraiu já nas primeiras páginas. Contexto histórico rico e personagens interessantíssimos. No entanto, ainda é cedo para sabe o que me aguarda. Veremos.
14/01/2024 (6%)
O livro falha às vezes no ritmo, mas a linguagem é tão carregada de oculto e feitiçaria que me mantém encantado. Cheguei em uma parte que realmente me surpreendeu. E agora, depois de uma cena literalmente diabólica, estou fisgado.
19/01/2024 (14%)
Estou impressionado em como estou hipnotizado por esse livro. Achei que não me interessaria porque não sou fã do gênero terror, mas Mariana Enriquez é habilidosíssima com as palavras; quase uma médium. Personagens profundos, enredo instigante e um subtexto maduro. Realmente um terror diferente de tudo. Poderia dizer que é realismo mágico, mas está mais para feitiçaria naturalista.
23/01/2024 (24%)
Apesar das extensas descrições, que às vezes são desnecessárias, estou fascinado por esse livro. Com frequência penso nele quando não o estou lendo. O que vai acontecer com Gaspar? Onde está Rosário? Será que seitas ocultistas aproveitaram o estado de exceção criada pela ditadura militar argentina para sacrificar adultos e crianças, como na história? E por aí vai.
26/01/2024 (31%)
Alguns leitores falam que essa parte que estou lendo, que abrange a infância/adolescência de um dos personagens principais, é excessivamente descritiva. Outros a chamam até de desnecessária. Eu não achei nada disso. Pelo contrário, é justamente onde o livro está me ganhando. A cena da Argentina ganhando a copa de 1986 (sim, futebol em um livro de Terror) é uma das descrições mais profundas e nostálgicas de um período emblemático. Tudo serve para criar atmosfera. Contribui para o aprofundamento do drama, do suspense, de tudo que está por vir, porque literatura é PERSONAGEM, e tudo aqui serve para desenvolvê-los. Talvez, claro, o livro tenha me fisgado por motivos pessoais. Me vi totalmente transportado para minha própria pré-adolescência, meus medos e idiossincrasias. Tenho mais motivos emocionais para defender esse livro do que racionais. Mas boa literatura não é exatamente isso? Quando fala com o coração? Mariana Enriquez está me impactando de um jeito inesperado.
05/02/2024 (49%)
Achei que com a chegada do novo capítulo, o livro esfriaria e me decepcionaria, pois ele iria acompanhar o passado e não o futuro da trama. Me enganei. O livro explodiu. Não consegui respirar de tanto maravilhamento. Ele aprofunda personagens, expande o universo, enriquece mais ainda a trama e te conduz em uma experiência única. Finalmente entendi o que é o horror. E estou apaixonado.
14/02/2024 (73%)
Se não fosse pelo clube de leitura (Oficina Literária), eu já teria devorado esse livro da mesma forma que ele me devora.
18/02/2024 (88%)
O que mais gostei desse livro, o que mais me fez amá-lo, foi sua imprevisibilidade. Não tinha ideia do que ia acontecer. Também amei o tom nostálgico, as reflexões políticas, as explorações temáticas; tudo é rico e denso. O terror, o que menos me interessava, me conquistou como fogo na escuridão. Mariana Enriquez abriu meus olhos para o gênero e tenho muito a agradecer.
O final foi satisfatório e cruel. Cruel porque não é feliz, não tem encontro dos personagens favoritos e é rápido demais. Sim, eu queria mais, mesmo de um livro tão longo. Mas é satisfatório. Ele nos premia com o que tanto queríamos. Você vibra com o resultado. Além disso, ele é bem amarrado, fechado na medida certa, deixando a gente com a impressão que tudo foi desvendado. Mas claro que não foi. Ainda há oculto e mistério, algo para se descobrir e ter medo. E isso, esse gosto de insólito, é justamente o que fez a história ser tão saborosa. Até agora, a experiência mais impactante do ano.
27/02/2024 (100%)