Não vão nos matar agora

Não vão nos matar agora Jota Mombaça




Resenhas - Não vão nos matar agora


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eurenato 08/01/2024

Constituindo barricadas
"Jota Mombaça, artista e pensadora da radicalidade negra.
É um trabalho que implica a demolição, que implica em desmontar uma série de modos impostos de lidar com as coisas. O livro está marcado por tensões, de lutas contra coisas que tentamos escapar e nos livrar. Tem um movimento incessante de experimentar outros momentos de temporalidade e ao mesmo tempo criar barricadas das lógicas brutais do tempo linear, e dos efeitos que criam e capturam nossas vidas desde a colonização.
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Nega o mundo velho e já anuncia, sem criar expectativa, esse mundo novo que está por vir."
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Messias 18/10/2023

Um dos livros mais incríveis que li esse ano. Jota não tem medo de ser radical e contestar até mesmo algumas perspectivas (supostamente) progressistas. Além disso, constrói uma linha de pensamento própria através da qual fica explícita a consistência de seu trabalho intelectual. Nos chama a repensar o que conhecemos e o que imaginamos pro futuro. 10/10.
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Altair.Oliveira 13/10/2023

Experimentações de resistência
Jota Mombaça é sensacional ao trazer diagnósticos muito precisos de uma sociedade fundamentada nos princípios da cis heteronormatividade. Baseada em um espaço de fronteira, consegue abarcar questões pertinentes aos modos de resistência e imaginação possíveis de uma nova estética de existência que considere, desde a mobilização de critérios de gênero, raça e classe, uma vida longe dos grilhões das categorizações assassinas.
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Antônio 09/07/2023

Finalizo ?não vão nos matar agora? arrebatado. As palavras de Jota Mombaça nos possibilita imaginar outros mundos que não esse, um lugar em que todas as vidas sejam (finalmente) permitidas. É um mistura de belíssimos contos, textos políticos, ensaios e poesia. Tudo isso para nos reafirmar que o mundo como está posto não pode ser salvo, mas, pelo contrário, deve ser destruído. Não nos serve. Não queremos.
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Sidélia 21/03/2022

Extremamente sofisticado
Esse livro é muito denso e sofisticado, é um daqueles livros que você tem que parar de ler para pegar um fôlego e voltar -- em breve porque cada linha é objetiva e nitida --, mas não quer perder nenhuma palavra, tudo é importante.

Destaco nesse livro a provocação de Jota Mombaça para as ficções e para a imaginação quanto força criadora, longe de abstrações, a autora nos provoca e nos coloca quanto agentes do caos, nos convida a "liberar o poder das ficções"..."redistribuir a violência"...é um livro duro, mas não é paralizante. É um livro que você sente cada palavra.

Particularmente, falando de mim "jovem mistica" o tempo de Sol em Peixes tem me trazido as reflexões sobre os sonhos, sobre a nossa capacidade onírica e criadora de futuros e ler esse livro foi o convite para uma viagem, uma viagem possível e avassaladora.

Mombaça não nos fala de abstrações, a autora apresenta o presente como projeto sonhado no passado e nos convida a pensar o futuro de maneira que prestemos atenção nas castrações criativas que somos submetidas e nas reproduções perigosas que aderimos na caminhada, entretanto, sem purismos e ditação de regras nos chama para a responsabilidade com o futuro coletivo a prestar atenção nas "ficções" que reproduzem poder, violência.

Outro futuro é possível e outras formas de estar no mundo são viáveis e eu tinha me esquecido disso. Esse livro foi um resgate para mim!

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Toni 03/03/2022

Leitura 058 de 2021

Ñ vão nos matar agora [2021]
Jota Mombaça (RN, 1991-)
Cobogó, 2021, 144 p.

Há algumas semanas postei no feed um trecho deste livro (se não viu, veja). “Ñ vão nos matar agora” nos traz 11 ensaios e 2 cartas (“Carta às que vivem e vibram apesar do Brasil” da autora e “Carta à escritora de vidas infinitas” da Cíntia Guedes) que apresentam horizontes epistemológicos para se pensar até mesmo o que entendemos por epistemologia e os pressupostos com os quais construímos nossos saberes. Mesmo sem citar diretamente Audre Lorde, as propostas aqui reunidas recusam o lugar de vida precária não-enlutável e respiram profundamente aquela certeza de que as ferramentas do opressor nunca serão capazes de desmantelar a opressão.

Anuncia a escritora que espalhadas ao longo de seu livro “estão pistas mais-do-que-críticas”: “é tudo experimento na borda das coisas, lá onde estamos prestes a dissolver as ficções de poder que nos matam e aprisionam; lá, aqui, todas essas geografias onde fomos saqueadas, e nos tornamos mais-do-que-aquilo-que-levaram; onde fomos machucadas, e nos tornamos mais do que um efeito da dor; onde fomos aprisionadas, e nos tornamos mais do que o cativeiro; onde fomos brutalizadas, e nos tornamos mais do que a brutalidade. Lá, aqui, onde fomos assassinadas, e nos tornamos mais velhas que a morte, mais mortas que mortas, e nesse fundo [...] fecundamos a vida mais-do-que-viva, a vida emaranhada nas coisas” (p. 19).

Assim, incrivelmente cortantes, os manifestos da artistativista trans Jota Mombaça conjugam pensamento, experiência, corpo e prática à desordem da invenção desestruturadora dos designs da violência e das ficções de poder. Partindo da “quebra”—essa força incontrolável que viabiliza “a presença aberrante e desobediente de gênero”—a autora desenha um projeto de justiça social centrado na redistribuição da violência: contra a brutalização diária provocada pelo pensamento cisheteronormativo, eurocêntrico, neocolonial, racista, sexista, supremacista branco e neoliberal, Mombaça traça o caminho de um novo marco civilizatório, verdadeiramente ético porque não mais à espera da auto-regulação de sistemas assassinos e excludentes.
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Lali Jean 07/01/2022

Escritos para imagear o fim do mundo
Jota Bombaça oferece imagens, experiências e perspectivas reviogorantes a temas que tem sido bastante visitados: dissidência de gênero, violência, lugar de fala, descolonização, arte e luta antirracista. A habilidade estética da autora torna a leitura rápida e uma experimentação artística, o que mais virá adiante? Com quem iremos nos perder nas próximas páginas? Pessoalmente, reconhecer alguns de seus retratos do seu nordeste periférico: "eu sou passiva mais meto bala" que tanto dancei com meus amigos ou "a Praça da Alegria da UFPB" torna a leitura incandescente. Além disso, o livro, em suas partículas, contém muito da obra de Denise Ferreira da Silva, uma autora que tem virado minha cabeça recentemente. A leitura veio num momento singular, as muitas leituras de Denise, e tinha acabado de ler Kindred. Inclusive, o livro é um grande convite à ler mais e mais Octavia Butler. As provocações que ela faz em torno da arte: "Isso significa que tornar-se uma trabalhadora cultural racializada e desobediente de gênero é um processo sempre já dinamizado pela reconstituição da racialidade como um desing global inescapável, no sentido de que nossa presença está condicionada por uma demanda de auto-objetificação positiva, de acordo com a qual npos deevemos sempre endereçar nossa desobediência sexual e de gênero, assim como nossa racialidade como o tema central de nossa expertise"

"Porque se o mundo, que é meu trauma, não para nunca dde fazer seu trabalho, então ser maior que o mundo é meu contratrabalho"

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Baima 29/10/2021

Um manifesto anticolonial.
Quero começar falando que palavra de "bicha não-binária" tem poder e essa obra de Jota Mombaça é a prova disso. O livro é um convite e uma provocação a repensarmos e tentar de alguma forma reorganizar o mundo. Mombaça escreve cada linha com todo seu corpo e nos inspira a deslocamentos, ao desconforto ontológico, é como um manifesto anticolonial.
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Luiza - @oluniverso 24/10/2021

Todas as pessoas deveriam passar pela experiência de ler esse livro.
Jota Mombaça é uma bicha não-binária nascida em Natal (RN). Ela performa, escreve, tem produções orais e estuda relações descoloniais, de redistribuição da violência, justiça anti-colonial etc.

Partindo desse princípio, o livro é um projeto de experimentação que propõe a redistribuição da violência, contra a supremacia branca, o sexismo, o colonialismo, a cisheteronormatividade que rege o mundo que a gente conhece hoje, Então, enquanto Jota desmascara todos esses mecanismos de poder, ela vai dando pistas para a formação de um mundo anti-colonial.

E quando falo em outro mundo, não é nada fechado. Não é uma receita de bolo do que a gente tem que fazer, são pensamentos, proposições para acabar com esse mundo que a gente conhece: que mata pessoas pretas, trans, dissidentes de gênero, indígenas etc. É um livro profundo, que não é fácil de ser digerido, mas que eu recomendo muito.
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