Taize @viagemliteral 19/07/2021
Existem personagens que a gente não simpatiza, não é? E a pobre Susan com certeza será vítima de muitas críticas por ser autossuficiente, metódica e muito, muito fria.
Mas, particularmente, me identifiquei com ela em muitas partes do livro, então instantaneamente, eu amei o personagem, afinal, ela é fria, mas muito, muito centrada em sua própria vida.
"Prefiro ler sobre alguém interessante do que ler sobre alguém que é apenas legal."
Susan aos 45 anos se vê grávida e órfã. Sua mãe morreu repentinamente, deixando um testamento extremamente suspeito. Nessa avalanche de problemas que ela precisa enfrentar, ainda têm que lidar com a justiça, afinal, o insolente do seu irmão não poderá simplesmente ficar com grande parte da herança de seus pais. É injusto, e além disso, ele precisa amadurecer e andar com as próprias pernas.
Em busca de provas de que a mãe não estava em seu estado mental normal, Susan descobre segredos que deveriam ir para o túmulo, e, tudo, exatamente tudo em sua vida começa a fazer sentido.
Ela está perdendo o controle.
Mas isso seria de todo o mal?
"Porque eu nunca quis depender de ninguém. Se somos os únicos responsáveis pelo nosso próprio destino, ninguém pode nos decepcionar ."
"Susan não quer saber do amor" foi uma grata surpresa, pois além de uma edição linda, também trouxe um livro que foge dos clichês que encontramos por aí, temos o mocinho fofo e a mocinha fria, no entanto, o livro não gira em torno disso, pelo contrário, a história tem um foco em dramas familiares e em como isso pode afetar as vidas das pessoas.
No decorrer das páginas, vamos conhecendo mais sobre a vida de Susan, e ao final podemos perceber porque ela é uma mulher com um temperamento tão desapegado, tão frio e dona de opiniões incontestáveis.
A escrita da autora é muito fluída, e os personagens muito bem trabalhados.
Houve uma grande (ou grandes) reviravolta no final do livro que foi inimaginável, então não espere por um romance fofo, mas por uma história cheia de segredos e reflexões.