Phols 28/11/2021
50/50
Duas estórias com o personagem. A primeira, com o Boba adulto, apresenta uma trama genérica como muitas outras já feitas com o personagem. A construção e desenvolvimento do antagonista é pífia, se valendo de uma sequência bem expositiva a respeito do mesmo na tentativa de retratá-lo como uma ameaça, mas a execução é pobre. Vale pelos desenhos, pois até mesmo a sequência de ação é desprovida de emoções. Já o segundo conto, com o personagem ainda criança, se prova muito superior ao desenvolver não apenas os protagonistas, bem como os coadjuvantes, em uma narrativa que, mesmo dotada de viradas previsíveis, mantém-se coerente com o restante da obra. Aqui, na segunda estória, também conhecemos um pouco mais dos valores de Jango e Boba, que possuem personalidades bem diferentes, ainda que ambos cultivem amor e respeito um pelo outro. Dois indivíduos cruéis à sua maneira, mas que transpõem uma naturalidade quase empática em suas empreitadas. Em um mesmo número de páginas da estória anterior, o roteirista (Jody Houser) consegue apresentar um retrato filosófico de um homem que ganha a vida matando pessoas, mas que se vê na obrigação de criar um filho. A ética e honra de Jango dá as caras de maneira íntima e subliminar, mas conquista o leitor ao se revelar. O mesmo acontece com seu filho. Em suma, o encadernado vale pela segunda estória.