Caren Gabriele 30/12/2021Cidade dos Amaldiçoados | John WyndhamSinopse da Editora:
Em um dia como outro qualquer, os habitantes da cidade de Midwich, na Inglaterra, caem em um sono inexplicável após o aparecimento de um estranho objeto prateado sobre a cidade. Nenhum dano parece ter sido causado à população, com exceção de um incrível fenômeno: nas semanas que se seguiram, todas as mulheres da cidade descobrem que estão grávidas. O resultado disso é igualmente surpreendente: as crianças têm aparência única, sem semelhança alguma com seus pais, além de terem poderes sobrenaturais, como o controle da mente e a telepatia. Só resta aos habitantes da pequena cidade lidar com tal situação apavorante e incontrolável.
Pautado nas experiências do autor durante a Segunda Guerra Mundial, e na paranoia que dominou o mundo durante a Guerra Fria subsequente, A cidade dos amaldiçoados, de John Wyndham, é uma das mais extraordinárias ficções especulativas de sua época, sendo grande influência para autores contemporâneos da ficção científica como J. G. Ballard e Margaret Atwood. Publicado em 1957, o romance de ficção científica foi adaptado duas vezes para o cinema (em 1960 por Wolf Rilla, e em 1995 por John Carpenter) e diversas vezes para o rádio.
O autêntico filho deste século se quer se pergunta como lidar com tais inovações; apenas agarra avidamente todas elas, pelo meio do caminho. Somente quando encontra algo realmente grande se dá conta de um problema social. Então, em vez de fazer concessões, clama por uma saída impossivelmente fácil: a falta de invenção, a supressão, como no caso da bomba. (p. 36)
Quando esse livro finalmente chegou em minhas mãos, não sabia o que esperar dele. A Cidade dos Amaldiçoados ganhou uma edição brasileira através de um financiamento coletivo promovido pela editora Diário Macabro e eu só tomei conhecimento da história por uma divulgação realizada pela Duda Menezes, do BookAdict.
Na época, o que ela disse deve ter sido incrível, pois me convenceu a participar do financiamento - o meu primeiro. Só que a campanha sofreu com alguns problemas causados pela pandemia e o livro demorou horrores para chegar aos financiadores. Então, em 21 de julho de 2021, quando ele chegou por aqui, eu já não estava mais tão empolgada assim.
E começar a leitura em novembro - sem expectativas - foi ótimo, pois cada virada de página eu me surpreendia com algo novo. A começar pela narrativa de John Wyndham, autor de um texto polido, mas não complexo, e repleto de tiradas sagazes. Só pela forma como ele escreve, já tenho vontade de ler mais textos dele.
Então, quando a história que ele conta também cheia de reviravoltas e nos coloca no limite, a experiência de leitura chega ao ápice. Embora a premissa já seja bem batida - esse texto foi publicado pela primeira vez em 1957, embora só tenha chegado por aqui agora. Ainda assim, é incrível o quanto um livro bem escrito pode nos surpreender, mesmo que apenas contando com os pequenos detalhes.
Eu me pergunto se uma catacrese mais tola e ignorante do que "Mãe Natureza" já foi perpetrada algum dia. A natureza é implacável, hedionda e cruel ao ponto de ter sido necessário inventar a civilização. (p.145)
John Wyndham Parkes Lucas Beynon Harris foi um escritor de ficção científica inglês mais conhecido por suas obras publicadas sob o pseudônimo de John Wyndham, embora também tenha usado outras combinações de seus nomes, como John Beynon e Lucas Parkes.
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