Resenhas - Darkness Becomes Her

Juliana 15/10/2012

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Se você lê o meu blog, já deve saber que eu sou uma viciada total em mitologia. Então me veio no GR notícias sobre um livro YA sobre mitos e uma garota com descendências misteriosas e lá fui eu atrás de Darkness Becomes Her.

Essa resenha aqui vai focar nas minhas impressões do livro, por que realmente não tem muito o que falar da história em si sem estragar totalmente o mistério do livro. So, let's go.

Ari tem dois traços... Peculiares. Um longo cabelo prateado (que não interessa o que ela faça, é indestrutível e imutável) e olhos estranhos de um azul hipnotizante. Assim como sua mãe, que ela nunca conheceu, e que é uma grande incógnita. O que aconteceu com sua mãe? Por que ela foi parar em um sanatório? De onde ela veio? O que são as dores de cabeça que estão ficando cada vez mais frequentes e dolorosas? São atrás dessas resposta que a órfã Ari sai em uma viagem à Nova Orleans 2, onde ela encontra, bem, não o que ela esperava.

A trama é uma mistura de suspense e YA sobrenatural, com uma pitada de pós-apocalíptico.Você fica o tempo todo especulando o que está acontecendo, por que os caras ficam hipnotizados com as feições de Ari de forma nem um pouco natural e por que diabos há pessoas tentando matá-la. Mais estranho ainda, o por que de as pessoas excêntricas e perigosas de New 2 -a nova, reformada e agora sob o comando de famílias poderosas, antiga Nova Orleans- parecem ter medo dela. Pessoas macabras, com atitudes macabras. Que por alguma razão, tem medo dela. Como assim? Por que o pânico ao ver Ari, a nossa protagonista confusa que apenas está atrás de respostas? E aí, a trama real começa. Eu fiquei realmente curiosa para desvendar logo o grande mistério, e por mais que as pistas jogadas através da história foram o suficientes para eu ter uma ideia do que era, o modo como Kelly Keaton amarrou o laço no final me deixou impressionada. E um pouco abobalhada. Confesso que meu coração doeu e uma ou duas lágrimas me escaparam.

Ah, a injustiça e crueldade dos deuses.

Simplesmente adorei, adorei o modo que Kelly Keaton recontou os mitos (sorry, spoilers, não posso contar qual) e retratou os deuses em toda sua glória mesquinha e cruel. Teve essa cena no livro, que se passa na Antiguidade Clássica em um templo grego, que conta como tudo aconteceu para Ari, que uau. O livro inteiro valeu por essa parte. Veja bem, quando lemos um mito - seja grego, nórdico ou whatever- o conto se sobressai nos fatos; por exemplo, "Cassandra foi amaldiçoada por Apolo e considerada louca pelo povo de Tróia e terminando seus dias em blábláblá". Keaton fez diferente. Ela entrou na cabeça do personagem de tal mito, e explorou os sentimentos, angústias, medos e raivas dele. Ela fez um estudo humano da coisa toda. Se fosse Cassandra o mito mencionado, Kelly dá a impressão de ter pensado "O que ela sentiu? Ela se arrependeu? Ela guardou rancor, ódio dos deuses ou ela preferiu passar o resto de sua vida em miséria? E mais importante, como isso a mudou?" e criado a história do livro dela a partir disso. Foi uma nova perspectiva, e Keaton não tentou amenizar as coisas.

Tem romance no livro? Yeah, tem. Mas sinceramente, eu nem acho válido de menção, já que as poucas cenas românticas do livro são, na minha opinião, incrivelmente pálidas em comparação ao grande esquema das coisas. Então vou só meu contentar em dizer que, a respeito do romance, não tenho nada contra e nada a favor.

O livro tem suas falhas sim, assim como Ari me deu nos nervos uma vez ou outra ali, mas Darkness Becomes Her me surpreendeu, e eu acredito que se você é um fã de mitologia que nem eu aqui, você vai curtir bastante a história da garota do cabelo prateado indestrutível. E, vem cá, eu fui a única aqui que achou esse título maneiro pra cacete?


Citação: "Eu encaro olhos pretos e redondos, rodeados por amarelo, mas em uma parte pequena eu vejo humanidade ali. Tristeza. Piscou. "Feita*," disse quietamente, quase envergonhada." [tradução livre]