Eliza.Rezende 18/07/2023
Neste livro, Demetra aborda sobre aspectos da lua negra, relacionando-os com as aspectos do feminino, utiliza de dados históricos, antropológicos, físicos, mas se baseia principalmente na astrologia e na psicologia arquetípica.
O livro foi originalmente publicado em 1992 e ao longo da leitura podemos ver o vasto conhecimento que a autora possui sobre a temática. Além de expor todo esse conhecimento, ao final de cada capítulo há algumas perguntas, como numa espécie de diário pessoal, no intuito de levar o leitor a refletir sobre aquilo que foi lido.
A lua negra, o tema principal do livro, se trata de uma fase da lua, na qual ela passa por um período de transição. Segundo a autora, por muito tempo negamos essa fase em nossa vida. A lua negra seria o período em que algo se transforma, e para isso, ele precisa necessariamente morrer para depois renascer. Com o passar dos anos e as mudanças ocorridas dentro da sociedade, acabamos por negar esses períodos de morte e renascimento, não nos permitindo sofrer ou sentir a dor necessária para o processo de cura.
Ao longo do livro, Demetra relaciona esses aspectos da lua negra com o ser feminino que habita em nos, mas principalmente com as mulheres, que por serem cíclicas (devido a menstruação), acabam entrando em contato com mais facilidade com esse lado sombrio. A autora cita algumas das personagens mitológicas que mais representam a simbologia da lua negra, seriam essas: Lilith (uma personagem judaíco-cristã), Nix, Hécate, Deméter e Perséfone (todas da mitologia grega) e Kali (do hinduísmo).
A lua negra seria aquele momento de crise em que você aprende algo e se transforma; é a dor necessária para o renascimento.
"Toda crise contém a possibilidade para que façamos uma mudança em nossa vida. A mudança é o processo que nos permite continuar a viver. Não mudar é estagnar e verdadeiramente morrer. Uma crise, entretanto, não é a calamidade terrível. Ela deriva da palavra grega krino, "decidir"; e significa simplismente um momento de decisão. Toda vez que somos presenteadas com a oportunidade de uma mudança disfarçada em uma crise e não tomamos uma decisão, nossos padrões habituais inconscientes instintivos são aprofundados." (p. 284).