Mariana Dal Chico 20/06/2022“O que conto são detalhes, fracassinhos cotidianos ou alegriazinhas escondidas em pensamentos que surgem no estômago” p. 13
A narradora - seria a própria autora? - de “Domingo”, já nos alerta sobre o tom e ritmo de leitura que vai dominar as próximas páginas. Não há acontecimentos extraordinários ou cenas mirabolantes de ação, esse é um livro que mostra o recorte da vida de sete personagens-ilhas que de alguma forma se conectam.
Ana Lis Soares publicou seu primeiro romance pela Editora Instante e me mandou um exemplar autografado.
A autora apresenta um olhar poético do quotidiano, aborda temas como saudades, memória, solidão, distanciamento familiar, luto.
É na capacidade de identificação com as pequenezas dos personagens que permite que Domingo seja um livro capaz de nos afetar profundamente.
Isabella me fez voltar no tempo e me lembrar dos domingos de infância em que o almoço era na casa da minha avó, a família se reunia, tínhamos pequenas tradições que se repetiam sem que ninguém precisasse falar sobre elas. Os anos passaram, alguns familiares já não estão mais aqui, muita coisa mudou, mas a conexão que tenho com minha avó ainda é muito forte e a leitura me transportou para memórias muito felizes.
As descrições são poderosas e percebe-se que a autora escolheu cada palavra presente em seu texto. Há espaço para o leitor completar a caracterização física de personagens e há descrições mais específicas como a que me transportou para dentro de uma feira com o aroma de mexerica no ar.
Amei a leitura, é perfeito para quem gosta de procurar pequenas felicidades e grandes reflexões , em momentos banais do quotidiano.
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