spoiler visualizarVinícius Lapa 01/04/2024
Conclusão da trilogia?
Nesse último livro da trilogia, que continua exatamente do ponto em que saem dos Estados Unidos e voltam para a Inglaterra, a autora dividiu a história em três arcos bem definidos, o de Simon e Baz, o de Penélope e Sheppard e o de Agatha, que no início seguem rumos separados.
O livro é longo (560 páginas) e a história, pra mim, só "engatou" da metade pra frente (lí as últimas 250 páginas em uma só noite). Mas gostei do modo que é escrito e fluido e me lembra capitulos uma novela. Mas confesso que deu vontade de pular as partes da Agatha.
No arco de Sheppard e Penélope, a premissa é muito boa, o problema que eles tinham que resolver era bem definido, porém, na minha opnião, houve uma facilitação narrativa e uma conclusão muito rápida, podia ser melhor explorado e causar mais impacto e promover uma sensação de perigo maior no desfecho.
A maldição de Sheppard se revelou ser um contrato de casamento "post mortem", que por meio de uma série de revelações aleatórias que ele faz a Penélope, ela consegue resolver o problema de maneira quase instantânea, tirando todo o perigo que seria se envolver com um pacto demoniaco.
Uma parte que gostei e queria que fosse melhor explorada é da personágem Kipper, que ajuda-os com a tradução das tatuagens.
Outro ponto é a falta de consequências para os atos de Penélope [e de todos de modo geral], que simplesmente abusava da magia em questões éticamente questionáveis, como o uso de dinheiro falso em diversos momentos (tem um pouco de falta de senso moral).
O arco de Agatha é o mais fraco e a importância final, a sua conclusão acaba ficando apagada na história, por ficar implícito.
A história dela só se encontra por um acaso com a de Simon e Baz e não tem relevância no enredo deles, mas apesar de bobo, teria uma grande importância no final se o drama do mito das cabras de Watford fosse algo mais urgente. Em dado momento, Watford fica visível para os normais e não há alarde no mundo da magia para isso. É claro que haviam outras coisa rolando no momento, mas sério que isso não era relevante?!
A autora ainda faz com que Agatha e Niahm (nome escocês que se pronuncia Nieev - gostaria de saber isso antes) protagonizassem uma experiência lésbica, mas fica no ar se as duas se tornariam um casal, pois o livro não dá essa conclusão, deixando em aberto a sexualidade de Agatha e Simon.
O enredo principal é lento, no caso, a história de Simon e Baz, onde ficamos na expectativa de se Simon recuperará ou não seus poderes e se ele finalmente descobrirá sua origem.
Incialmente, o foco se fixa na madrasta desaparecida/foragida de Baz, que na verdade foi a procura do Novo Escolhido devido aos "milagres mágicos" que prometia, o que remete a uma seita religiosa. Durante a busca por Daphine, a dupla, após seguir pistas, acaba conhecendo Lady Ruth, a qual seu filho também havia fugido em busca de ajuda com o Novo Escolhido.
De princípio, Smith parece ser "um cara legal" e até cheguei a acreditar que ele não seria um "vilão", mas sim, um problema de ideologia talvez?! Mas no final ele se mostrar o "vilão" da história mesmo, mas nada vilanesco.
O plot do vilão não funciona muito bem no ápice do livro, na "batalha final", que novamente ficou muito a quem de uma conclusão de trilogia. Definitivamente não foi épico, tendo em vista que o plano do vilão saiu duplamente pela culatra ao tentar ajudar Simon e não conseguir e depois tentar virar a opnião pública contra ele, o que também não deu certo no final. O final mesmo é bem anticlimático.
O livro mostra a evolução caótica no relaciomento de Baz e Simon e tem um conteúdo mais "picante" nesse ponto da história, mas nada explicito, inclusive destaca bem as dificuldades devido a atender as expectativas um do outro.
O livro amarra algumas pontas soltas do primeiro livro, principalmente as histórias de Philippa (a menina que Baz fez perder a voz) e de Simon finalmente descobrindo sua origem de modo muito pregiçoso, frustrante e insatiafatório do ponto que ele nunca vai saber todo o contexto que nós sabemos (não sei se esse era o sentimento que a autora queria despertar no leitor), porém, devo admitir que demorei bastante para sacar a questão das velas, ponto positivo para a autora (gostei muito), mas deixa pontas soltas do segundo livro, minimizamdo os eventos que ocorreram nos EUA e também não explicando o porque do efeito do feitiço que Smith lançou em Simon para "curar" Simon, o tornando imune a magia, o que foi muito pior.
Depois de tudo isso, parece ser o pior livro do mundo, mas nâo é. Fica na verdade uma sensação de que não acabou, que tem mais história. Na verdade queria o final feliz perfeito, com Simon recuperando a magia em um final inesperado de trilogia, mas não é assim que autora planejpi, pelo jeito.
Simon e Baz são ótimas personágens, marcantes e toda a historia em volta deles é gostosa de acompanhar. O livro é bom, mas nada de excepcional. É um livro para adolescentes e talvez jovens adultos, vai depender do gosto de cada um.
Apesar de todos os defeitos, ainda sim me diverti lendo, e avalio com um saldo positivo essa trilogia, pois fiquei totalmente imerso nesse mundo ficcional e gostei de imaginar cada página do livro.