Beatriz Martins 21/05/2020
Numa escrita leve e cômica Tati Bernardi nos traz Karine, 30 anos, a cada capítulo contando para a enfermeira Beth os causos de sua gravidez e de sua relação com a mãe antes disso. Sem romantizar nenhuma das relações a escrita de Tati é fluida, nos transporta à realidade da personagem e faz com nos identifiquemos com várias situações.
A relação mãe e filha vivida por Karine, não é fácil, mas tampouco deixa de lhe trazer satisfação, tampouco faz com que a mãe seja alguém inalcançável, inatingível, muito pelo contrário, sua mãe está sempre ao seu lado. Enquanto isso, enquanto gera sua filha, Karine não está satisfeita, insistindo em dizer que a bebê de nada tem culpa, sua infelicidade tem a ver com os incômodos da gestação, o que a torna mais humana aos olhos do leitor.
Somando tudo ao uso de remédios para ansiedade, Karine é como muitas mulheres - privilegiadas - do século 21, Karine é real.