Londres e Paris no Século XIX: O espetáculo da pobreza

Londres e Paris no Século XIX: O espetáculo da pobreza Maria Stella M. Bresciani




Resenhas - Londres e Paris no século XIX: o espetáculo da pobreza


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Carlos Souza 27/10/2021

Les malhereux sont la puissance de la terre (Os infelizes são a potência da terra).
Um livro interessantíssimo, Bresciani realizou um trabalho curto, mas pontual.

O tanto que aprendi sobre análise de realidade e condicionamento social foi incrível. Nos primeiros capítulos, a autora busca decorrer sobre o modo como o progresso pelo progresso possui um preço. Sendo esse, sem dúvidas, a intensificação de desigualdade e do sofrimentos das massas.
Vale pontuar que temos aqui situadas, dentro de um recorte temporal curto, as consequências do processo de industrialização e do crescimento de ambas localidades (Londres e Paris), ao longo do livro são usados autores como Engels, Dickens; Edgar A. Poe, Buret, Louis Blanc e inúmeros outros. Suas obras são utilizadas para apresentar diferentes versões da realidade, porém, aquela cuja atenção da autora recai é, majoritariamente, a do não romantismo da situação desumana e degradante imposta ao proletariado (termo esse situado por meio da obra de Engels), explicitado, por exemplo, através dos registros deixados por Victor Considerant, cuja perspectiva apontou: "legiões de operários vivendo o dia-a-dia com um salário inseguro, constrangidos, além disso, pela dureza de um trabalho repugnante, cuja ocorrência caminha para um regime de extermínio do povo."
Outra discussão interessante é como ocorre o processo de transformação do "eu" para o nós, tendo em vista que para que ocorra a sobrevivência do sujeito num ambiente tão hostil, ele necessita se inserir na colmeia popular. Introdução essa que recebe um teor de observação "macro" e "micro" durante o livro, isso pois, é caracterizado como mesmo em grupos ou melhor dizendo, em coletivos nômades(os quais podiam ser identificados por vestimenta, expressão, peso corporal, raça e gênero), todavia, os indivíduos ainda apresentavam traços de personalidade que destoavam entre si.
Antes de concluir, também achei válido como lembrar algumas considerações realizadas sobre estas pessoas que se encontravam em condições de pobreza extrema, dentre elas, o modo como estas massas (aqui coloco no plural, tendo em vista que existiam mais de uma classificação para aqueles que foram vítimas do parasitismo, como por exemplo, segundo Maria Stella pontua, em determinado momento era dificultoso diferencial o que poderia ser considerado um "trabalhador popular" e um "miserável") mesmo nas piores condições ainda causavam medo aos que delas se nutriam, temor esse que era resultado da instabilidade cotidiana, cuja não intervenção poderia levar ao surgimento de um processo revolucionário semelhante ao de 1789 (Revolução Francesa) e a de 1688 (Revolução Gloriosa). Além disso, achei interessante perceber como o medo era literal e figurado, afinal fazendo um paralelo (faço isso tentando ser o menos anacrônico possível e pensando o termo "pobreza", conceito esse que é trans-histórico), temos medo da pobreza, daqueles que estão em situações desfavorecidas. Esse livro me fez questionar o meu próprio entendimento sobre o quão desigual continua sendo o mundo e quais os motivos para tal permanência. Por fim, lembro-os que seja o sofrimento, a miséria e a desigualdade ainda existem é porque de uma forma ou de outra, todos somos responsáveis.
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Ma Passos 03/03/2023

Talvez em outro momento...
Eu achei o livro bem interessante, possui citações de diferentes pessoas influentes que viviam naquela época, é uma leitura acadêmica que possui diferentes perspectivas. A Maria Stella fez um ótimo trabalho.

Eu comecei o livro entendendo bem, mas conforme as páginas foram passando o tema foi abordado de uma forma mais complexa.

Eu gostei, mas acho que eu deveria lê-lo novamente daqui um tempo, porque com certeza eu irei absorver mais.
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Cazuz0 21/04/2023

Entendendo o fenômeno da multidão
Este livro dedica-se a analisar a grande densidade populacional de trabalhadores pobres gerada por conta da industrialização na Europa do século XIX.
Com maior foco em Londres, a autora usa de citações muitos outros autores para ilustrar o cenário de miséria em que a população vivia, a insalubridade e os vestígios da pobreza, chegando a comparar a cidade com o próprio inferno na terra.
Um ponto interessante do livro é que a autora nos faz pensar na multidão de pessoas como um fenômeno inédito na época na visão de outros autores contemporâneos a este fenômeno de massas. Ao ler, nossa imaginação sociológica é colocada em exercício ao problematizar algo que já estamos tão acostumados que é o fluxo de pessoas nos grandes centros urbanos.
A autora também cita fenômenos como o crime e a prostituição, que são frequentes nos cenários descritos.
Também fica evidente que a população parisiense é tida como "perigosa" por conta de seu histórico revolucionário. Perigosa no sentido de serem mais politicamente ativos e poderem se rebelar como previa Marx.
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Atos Cruz 28/02/2024

O custo humano
A autora realiza um levantamento muito importante para análise como esse novo fenômeno, a multidão, se desenvolve na revolução industrial. Muito interessante ver como algo tão naturalizado na contemporânea causou tanto impacto naquele contexto.
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Volnei 11/01/2016

Londres e Paris no século XIX O espetáculo da pobreza
No século XIX as cidades de Londres e Paris passam por uma situação deplorável de extrema miséria onde homens e mulheres acabadas pela miséria superlotam ruas estreitas e escuras das cidades. Não existe diferença entre trabalhadores pobres e criminosos. Ali rondava o espectro das multidões incontroláveis

site: https://twitter.com/volneicampos http://toninhofotografopedagogo.blogspot.com.br/
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eevee 08/02/2022

Se fosse em outro momento talvez eu tivesse gostado mais
Eu achei um livro bem interessante, mas pelo fato de ler em 1 dia por causa de um trabalho da faculdade eu acabei achando chato.
Eu recomendo pra quem gosta de uma leitura acadêmica e pra quem é interessado no assusto ou estuda sobre.
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Gabriel.Henrique 16/06/2023

É uma leitura um pouco densa, mas no geral o livro é muito bom, a autora consegue nos retratar a forma como Londres e Paris eram com os trabalhadores no século XIX.
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