Adriele.Victoria 01/02/2024
Estar na perspectiva da protagonista me fazia querer correr pra qualquer lugar e me trancar por um bom tempo antes que qualquer ser vivo chegasse perto. Adorei muitos momentos com muitos personagens, mas a grande parte dos personagens me irritava.
Se você pensa diferente, tudo bem, mas...
Me irritei profundamente com os filhos que os deuses (O Senhor da Noite e Enefa) criaram, às vezes me irritei com o próprio senhor da noite, porque no meu ponto de vista eles (e todos ao redor) criavam expectativas com Yeine (que ela nunca prometeu) e ficavam com raiva por ela não atender o que eles queriam. Aí ficava num blablabla de que ela é mortal então tem que fazer o que eles querem e é isso, além de fazer comparações com ela que eu achava uma grande palhaçada. Obviamente, existe o sofrimento pelo qual passaram, mas ainda assim, na minha visão não é direito de pegar uma pessoa que não tem culpa direta (a única culpa é ser humana, pois é) e querer que ela resolva tudo. Achei eles arrogantes, o que talvez fosse o esperado ou não (mas não eram todos e nem sempre), ainda mais quando eles queriam escolher o destino da Yeine, sem consultar ou pedir a opinião dela e ainda queria que ela fizesse isso sorrindo. Exemplo não literal:
Filho dos deuses: "Humana, vc é mortal, blablabla, o que aconteceu a gerações atrás (muito antes de vc existir) é culpa sua blablabla. Vc vai se jogar dessa ladeira querendo ou não blablabla"
Yeine: "Ah sim, nunca tive escolhas na vida e agora tbm não terei, né? Ksks É dessa ladeira aqui? Claro, eu aceito"
Apesar disso, eu adorei em 95% um dos filhos dos deuses, o Sieh, gostei da boa companhia e do afeto que ele transmitia e os -5% vinha dos momentos inicialmente estranhos. (Sinceramente, fiquei enojada e querendo muito alguma resolução pra a confissão de "algumas vezes pedem mais novo", mds. Queria que a Yeine descobrisse cada um que pediu isso e fizesse algo sobre.)
Criei algumas teorias ao longo da narrativa sobre os segredos da mãe da Yeine e acertei umas.
Gostei bastante do Nahadoth quando ele queria que eu gostasse dele, em alguns momentos parecia que ele queria que eu detestasse ele e foi o que eu fiz.
A leitura... Um pouco reflexiva. Vou usar uma frase que a própria protagonista diz:
"Perceba que isso é uma aproximação. É o que a sua mente mortal pode compreender"
Dá pra entender que por ser uma história de fantasia, além dos elementos contidos, pra imaginação precisa de mais atenção do leitor, mas nessa primeira leitura senti que precisei reler vários trechos e basicamente viajar muito e me dedicar a interpretação porque se não... Eu não entendia nada. Alguns trechos eu realmente só aceitei que não ia entender totalmente e tentei guardar as palavras chaves. Por exemplo, na descrição do senhor da noite, guardei a informação "Todas as coisas belas e terríveis". É. Era isso ou endoidar kkkk. Talvez com o segundo livro eu sinta uma facilidade melhor.
Spoiler da parte que mais gostei: Definitivamente foi quando ela acordou deusa. Sinceramente, fiquei satisfeita porque até minutos antes... O que foi ruim é que eu queria ter visto mais dela assim e tragicamente só terei esse gostinho (ao menos que eu saiba e na perspectiva dela)
"Então, passamos para além do universo e agora não há mais nada para contar."