Silveira 22/09/2021
Só o sangue é ruim aqui?
Assim... O livro começou, efetivamente, para mim, depois de quase cinquenta paginas, todo o começo parecia um extenso prologo cheio de detalhes e uma certa melancolia com a paciente falecida.
Sim, paciente, e vou frisar isso porque essa questão da profissão do protagonista me deixou muito emputecida, ele, que até então é colocado como um grande cientista, acaba por infringir uma regra básica do seu código de ética, que ao meu ver, pareceu bem romantizado em certas cenas, me causando um incomodo inexplicável.
Fora que, ele foi contratado para algumas sessões, com um motivo X, quando o paciente disse "eu não quero mais, esqueça isso, acabamos aqui", meu amor, acabou por aqui! Você não tem o direito legal de bancar o investigador particular de um paciente que não autorizou isso! O passado do seu ex paciente, não é da sua conta!
Eu confesso que já li outra obra do mesmo autor, a escrita dele é boa, a meu ver, flui, dependendo da trama, mas o enredo por si só foi intragável, a motivação dele de querer bancar o detetive não me convenceu, não consegui comprar o discurso dele e, quando a Susan, dá aquela bronca nele, no café, cara... Foi o auge do livro e pronto. Ela disse o que eu queria dizer.
Não consegui sentir empatia pelo protagonista, não consegui embarcar com ele nessa aventura, não me desceu a justificativa dele levar tudo isso a diante, então assim... A outra obra, "O livro dos espelhos" vale bem mais a pena do que esse livro aqui.
Eu não sei nem como pontuar a escrita do autor, que sinceramente, foi bem mais aproveitada antes, do aqui. Um "suspense" pautado mais na curiosidade de um terceiro, do que dos próprios envolvidos na tragédia. Para mim, sem proposito nenhum.