Carous 12/06/2022V.E Schwab, te amo até a lua e de volta, mas simplesmente não deu com este livro. Eu tentei, mas achei ele muito chato.
Eu ainda optei por ouvir o audiolivro crente que seria uma experiência mais fantástica do que só ler. Kkkkkrying
Ledo engano. Mesmo neste formato, demorei praticamente um mês para terminar.
Eu passava dias sem vontade de escutar o audiolivro. Também não sentia a menor falta. Me forçava a ouvir nem que fosse para me libertar do livro; estava claro a essa altura que eu não apaixonaria magicamente pela história de jeito nenhum. Quando enfim ouvia mais um trecho, queria desistir depois de 10 minutos. Deixe para a Carolina do dia seguinte ter mais resiliência e ouvir por mais tempo porque a de hoje já tinha chegado ao seu limite.
Em poucas palavras,
Gallant é chato, pouco dinâmico, nada acontece.
Durante a (dura) experiência de ouvir este livro, eu procurei umas resenhas tanto positivas quanto negativas para ver se o problema era comigo, se eu é que era a doida, se era meu humor no dia, se eu é que não estava sabendo curtir a atmosfera do livro. Desejei uma resposta até para ter gás finalizar o audiolivro.
E vi que outras pessoas também tiveram dificuldade com
Gallant. Mas diferente de algumas resenhas com notas baixas que li, que não gostaram de nenhum personagem, eu até simpatizei com eles. A Olivia, o primo dela, a Hannah, o Edgar. Não morri de amores por eles, não me marcaram para a vida nem nada, mas não os odiei. Acho que talvez eu seja indiferente?
Realmente nenhum deles se destaca, o destaque da Olivia é por ela ser a protagonista - e muda -, não pela personalidade.
O livro basicamente só tem a Olivia em busca de respostas, mas não se afasta muito dessa atmosfera bizarra de Gallant, de segredos e ter outra Gallant e é isso.
Olivia é uma menina órfã; no início da história ela mora numa escola para meninas onde sofre bullying, mas se defende muito bem (de um jeito bem típico das personagens femininas da autora). Um dia, ela recebe a carta do tio chamando-a para a mansão e ela vai.
Quando chega, ela percebe que o lugar é meio estranho; todo mundo tem um comportamento esquisito, com receio de algo que Olivia desconhece. O tio tá morto, ninguém sabe de carta alguma e o primo é bem hostil com ela. De cara percebe-se que essa hostilidade é uma forma distorcida de proteção, de afastá-la de Gallant e do que quer que atormenta a família.
Não sei se a autora tinha intenção de provocar a desconfiança do leitor para cima do Matthew, mas eu por nenhum momento cogitei que seria revelado que ele é mal e sim que havia motivações por trás.
Por outro lado, havia a amabilidade de Hannah e Edgar com Olivia, mas que não serviu de nada.
No fim, Matthew era hostil, Edgar e Hannah eram afáveis e ninguém revelava droga nenhuma para a garota. Eram as atitudes estranhas e comandos para não sair à noite, trancar bem as portas e janelas, ficar longe das sombras. Esclarecimentos? Não temos.
Olivia tentou o tempo todo descobrir mais. Porém ela é jovem e inocente. E muda. Ela usava a linguagem de sinais, mas quando os personagens não queriam responder, simplesmente viravam as costas (grossos!) e pronto.
Era assim porque a história dependia dessa enrolação para existir. V.E Schwab teve uma ideia ótima de história, mas não pensou nas demais partes que compõem um livro. Se fosse de outro jeito, Olivia ia simplesmente perder a paciência, quebrar a casa toda, encurralar Matthew, Edgar e Hannah e exigir respostas por bem ou por mal.
Então é isso: 300 páginas da Olivia rodando por Gallant, vendo os retratos da família, os ghouls, lendo o diário de sua mãe (não tema, leitor, absolutamente *tudo* que está escrito no diário será repetido uma porção de vezes. No final, você decora porque é o único jeito), pensando no pai. Repete de novo.
V.E Schwab tem um vício. Nunca me incomodou, mas eu sempre soube que estava lá. Ela gosta muito de repetir informações em 3.
Gallant não passou imune a isso; quando ela não repetia a mesma palavra três vezes -
"Olivia. Olivia. Olivia" -, ela dava três definições para algo. Sempre me deu a impressão de dificuldade em escolher uma, então ela coloca as três que ficou em dúvida -
You are wanted. You are needed. You belong with us";
"Safe does not mean happy, does not mean well, does not mean kind"
É recorrente em seus livros. Muitas vezes acho até poético; é a marca da autora, o estilo textual dela. Mas neste livro, vazio de conteúdo, pareceu encheção de linguiça. Para de repetir as mesmas palavras e frases e me dá alguma coisa interessante ao invés disso.
O que, de fato, me irritou é que em 68% do livro, a autora dá uma pausa na enrolação para nos dar respostas... que são obviedades que o leitor e Olivia já sabiam tem tempo: existe outra Gallant. A família Prior tem medo das sombras.
E as respostas que eu queria, que não estão na fucking sinopse, quando ela dá - se ela dá - não são suficientes.
Enfim, obrigada, Storytel, por ter este audiolivro no catálogo. Me poupou de gastar dinheiro com o livro físico e me decepcionar. Gastei 7 horas divididas em um mês, mas isso não é nada.
Não é um livro problemático, felizmente, mas é sem graça. Não faz jus ao hype. Ele é basicamente o que está na sinopse contado da maneira mais lenta e cansativa possível.