O mundo desdobrável

O mundo desdobrável Carola Saavedra




Resenhas - O mundo desdobrável


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Toni 03/03/2022

Leitura 076 de 2021
*Cortesia*

O mundo desdobrável [2021]
Carola Saavedra (Chile/Brasil, 1973-)
Relicário, 2021, 216 p.

Eu sabia, no momento em que recebi este livro, que ele me acompanharia por um longo tempo e por diferentes paisagens até alguma espécie de fim. E, para minha sorte, foi exatamente o que sucedeu. Ainda que carregue como subtítulo a indicação de “ensaios para o depois do fim”, o que Carola Saavedra entrega em O mundo desdobrável não são apenas ensaios, mas uma forma híbrida, pulsante e agregadora, algo que desconhece divisão, subtração ou mesmo síntese: é proposta & desafio, ficção & teoria, memória & elaboração, texto & liturgia, epistemologia & cuidado.

Há uma angústia crescente que sempre me toma ao perceber que continuamos tentando desmantelar um sistema nocivo, separatista e exotizador da diferença (quando não abertamente excludente) com as armas e conhecimentos dessa mesma engrenagem (parafraseando Audre Lorde). Um sistema cuja necessidade de se manter hegemônico não permite o respiro de novos marcos civilizatórios. Saavedra, atenta aos rumores de um mundo que não se cansa de nos ensinar e mostrar que outras realidades são possíveis, articula leituras de diferentes fontes para propor formas de aplacar aquela angústia e, no processo, fazer notar o fracasso de uma razão usada contra a razão, instrumentalizada para o “eu” e cada vez mais descolada do murmúrio e da memória das coisas vivas.

Quem trabalha com literatura tem muito o que aprender com este livro, assim como todas e todos que reconhecem a necessidade de novos paradigmas. Porque a ficção, “esse sonho acordado da palavra”, é, sem sombra de dúvida, uma das chaves para reaprender o mundo. Chave para imaginá-lo sobretudo sem a indiferença que, como dizia Gramsci, “é abulia, parasitismo, covardia, não é vida”. Por isso mesmo um ano novo sem indiferença é tudo que mais desejo a vocês, e que 2022 nos encontre atentos e fortes. ❤

Obrigado, Carola. 🌻
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Sofia 08/10/2021

São tantas as vezes em que passamos assim, despercebidos pela vida, pelo mais importante da vida. Passamos incautos, sem prestar atenção, sem ver, sem enxergar.
Um livro sobre o amor à literatura, sobre o poder da literatura em cada âmbito da nossa vida. Um livro sobre a evolução da literatura e nossa evolução como seres humanos. Um livro sobre palavras, amor, feminino, descobrir, viver, sorrir. Um livro que é um abraço em cada apaixonado pela literatura. Um livro para quem vive, transborda e ama a literatura. Afinal, o que pode a literatura em um mundo como o nosso? Ela pode tudo e além.
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Liz 09/07/2022

A leitura do mês de março do @coletivoescreviventes foi o livro O mundo desdobrável - ensaios para depois do fim de Carola Saavedra @_carolasaavedra. O objetivo central do livro é discutir o poder da literatura em um mundo afetado por tantas mudanças.

O mundo desdobrável foi escrito durante a pandemia, e a autora literalmente desdobra o tema em pequenos diálogos com o leitor, ela mescla, de forma deliciosa, a prosa, a poesia, notas biográficas, experiências do dia-a-dia e reflexões sobre a obra de grandes nomes da literatura.

Ela nos insere em uma conversa sobre o que é visto como literatura e tudo o que é excluído desta nomenclatura, como povos sem uma cultura escrita, por exemplo, e a leitura nos faz aprofundar o tema de forma sutil, para que possamos perceber a escrita como uma voz, uma expressão, que muitas vezes é silenciada, como o caso da literatura feita pelas mulheres.

"(...) é importante repensar quem somos nós, quem fala por nós, quem decide por nós e, principalmente, quem define quem devemos ser (e quem devemos ler), para assim, sermos capazes de pensar uma literatura mais ampla, mais livre, mais aberta a outras vozes, outras escritas, outras linguagens, outras histórias."

A autora cita seus processos de escrita e nos leva a refletir sobre como era o mundo sem a escrita, "o que aconteceria se de um momento ao outro nos víssemos obrigados a outras narrativas, outros saberes?", nos levando a pensar nas possibilidades impensadas.

Para mim, que não conhecia o trabalho da autora, o livro foi uma grata surpresa. O texto é gostoso de ler, e é permeado por citações de grandes pensadores e grandes obras, que atiçaram a minha curiosidade em conhecer esses trabalhos e olhar para eles com os olhos de escritora a fim de enxergar o poder da literatura neste mundo que vivemos.
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Jasmine 10/11/2021

O mundo desdobrável
O mundo desdobrável: ensaios para depois do fim é o livro mais recente de Carola Saavedra, escritora brasileira contemporânea, nascida no Chile, doutora em Literatura Comparada e, atualmente, pesquisadora de arte e literatura indígena, na Alemanha. Na terceira imagem, apresento o prólogo, que adianta sua apresentação, e, a partir daqui, comento minhas impressões mais gerais:

As primeiras palavras que me escapam após a leitura são ?belo?, ?intenso?, ?envolvente? e ?instigante?.
Os temas que despertam sua atenção, os caminhos escolhidos para anunciá-los, sua presença na obra para além da figura do ?eu?, que não existe, mas aparece na perspectiva ancestral ou naquilo que o controla (o inconsciente) e suas referências, entre ficção e autobiografia, aparecem de modo muito bem articulado e encantam. Tenho particular admiração pela ideia de polifonia na escrita, da voz/palavra que carrega influências e transita entra elas com muita liberdade, sem presunção de verdade, como um livro que é ?hiperobjeto?, como denomina Carola, por não pertencer de todo ao autor, mas a todos que vieram antes dele e à sua cultura.

A leitura me prendeu por muitas razões: a relação entre arte, literatura e psicanálise; as curiosidades étnicas, culturais e linguísticas postas casualmente com reflexões breves e profundas; a escrita como recriação do mundo e encontro de si próprio; além da liberdade da técnica, a fluidez e a beleza de sua escrita, tão envolvente.

Quando Carola pensa sobre o que pode a literatura, em mim, ainda ressoam estas palavras: ?uma literatura na qual os opostos, os diversos grupos, etnias e visões de mundo coabitam a palavra?, uma literatura expandida, a superação da narrativa vigente do cânone para outras formas de se relacionar, ?é necessário incluir um saber do outro, da arte, do oráculo, que são ao mesmo tempo subjetivos e comunitários?. Suas reflexões, à parte as ideias informativas, não constituem certezas e afirmações absolutas, mas pensamentos em trânsito, o que nos convida à conversa.

Pode não ter sido sua intenção, mas, a mim, pelo menos, este livro oferece um curso de escrita, apesar de, em determinado momento, Carola refletir sobre essa importância da técnica, como não tão determinante sobre o que o processo de escrita traz, inconscientemente. Ela comenta que, quando há domínio da técnica na literatura, não há problema em pô-la em segundo plano, como nas artes visuais, por exemplo.

Foi o primeiro livro de Carola que li, e cheguei a ele após o contato com sua coluna intitulada ?conversas flutuantes?, no Jornal Rascunho, a qual gosto muito de acompanhar. Chateio-me comigo mesma por ter demorado tanto tempo para aproximar-me mais dessa grande escritora brasileira. Não demorarei a buscar seus outros livros.

À Carola, agradeço pela força de sua sensibilidade e potência criativa, pelo seu extravasamento de palavras que me afetam e indentificam imensamente.
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Thais CardBeg 26/09/2022

É um daqueles livros...
De cabeceira! Terminei a leitura há uns dias. Precisei digerir bastante. Retornar às minhas marcações. O potencial da literatura é gigantesco. Deparei-me há uns tempos com a questão de minha mãe, achando fútil sua carreira em Letras: "há tantas coisas mais úteis por aí", eu sempre bati o pé, desde a adolescência. A literatura a salvou pós divórcio. A literatura me salvou e salva nos piores momentos. E mesmo assim resta a apocalítica dúvida diante deste mundo neoliberal. Carola explora muito bem as reintrâncias deste setor de pesquisa através de uma escrita um tanto aforistica. Tive o deleite de poder acompanhar o curso proporcionado pela editora Relicario com a própria autora no lançamento do livro. Sobre a solidão, tão comentadapor esta, os diálogos que tenho ao lê-la foram sempre gratificantes. Ainda bem que desejei escrever sobre Sublimação em minha dissertação, a teoria é pesada mas a vastidão descoberta é um daqueles eventos de vida...
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Jamyle Dionísio 12/12/2021

Os mundos possíveis
O fim de ano cansa como sexta-feira de semana cheia. Comecei duas ou três leituras que não engataram. Não porque sejam ruins, mas porque não estou conseguindo enfrentar grandes narrativas. Fiquei as pílulas, nos poemetos, nos livros de referências que não precisam ser lidos na ordem. Engoli imagens, flutuei sobre palavras, juntei nomes.

Talvez por isso tenha passado por O Mundo Desdobrável, de Carola Saavedra, como se estivesse num barquinho em rio suave. Ela tem essa habilidade ímpar de trazer, com aparente leveza, pensamentos que entram na gente e se revelam multidimensionais. Palavras e modos de contar que reverberam no inconsciente e que são, por isso, infinitos em suas desdobraduras.

Carola Saavedra traz um olhar novo à literatura: suas supostas funções, seus modos, suas limitações em um mundo que, esgotado em suas fórmulas, precisa renascer. Porque se dizem que ?estilo é limitação?, também a literatura como a conhecemos é limitação. Qual seria a escrita de uma onça, do vento, do rio suave onde deslizei meu barquinho? Qual seria o Contar de uma língua sem escrita, que se fixa e se transmite nas pessoas, e vez de tipografada em papel? (Para os povos sem escrita, a escrita pode ser limitação, e não sinal de civilidades superiores: escreve quem esquece, quem não tem boa memória) E se levarmos em conta que a linguagem molda a realidade de quem dela faz uso, que realidades se perderam quando dialetos inteiros sumiram no genocídio que sofreram os povos indígenas nas Américas?

Essas reflexões chegam em parágrafos, divagações entrelaçadas com informações, sonhos e ficções. A leitura flui fácil, não cansa, mas precisa de pausas para olhar para o teto de boca aberta e pensar ?E Se?? Meu Deus, e Se???

Para acompanhar, um chá branco e leve, em caneca de vidro fino e transparente, para ajudar a respirar e abrir espaço para o novo.


@chadepalavra
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Lurdes 21/02/2024

Que leitura fascinante.
Desde que foi lançado eu estava com vontade de ler, e que prazer foi este mergulho nas profundezas da literatura, atendendo a uma proposta editorial da @relicarioedicoes em plena pandemia.

Como uma desbravadora de estórias e memórias @_carolasaavedra nos pega pela mão e nos leva em uma viagem, não só pelo que conhecemos e entendemos como literatura, ou seja, a palavra escrita e impressa, seguindo estruturas narrativas previamente estabelecidas e reconhecidas como tal.

Carola Saavedra vai muito além.
Ela busca as origens das histórias contadas e recontadas oralmente, nas mais diferentes culturas, passando pelo uso da escrita e de todas as formas possíveis de expressão cultural, com especial carinho pelas artes visuais.

Mas não se engane. Não existe nada didático ou com linhas do tempo, nem nada do gênero.
A ideia central da autora é justamente desmistificar e desconstruir estes conceitos já tão enraizados e seus ensaios são mais como reflexões sobre uma gama infindável de fatores que constroem as narrativas.
E estas reflexões nos levam a revisitar escritores, artistas plásticos, filósofos, psiquiatras, cientistas.
Clarice Lispector, Hilda Hirst, Carolina Maria de Jesus, Cervantes, Lendas, Platão, Ailton Krenak, Davi Kopenawa, Daniel Munduruku, Arte Naïf, Surrealismo, André Betron, Literatura Expandida, Antropoceno, Foucault, Elicura Chihuailaf, Literatura Infantil, Walter Benjamin, Joseph Beuys, Miró,
Donna Haraway, Permacultura, Denilson Baniwa, Jaider Esbell.
Tudo e todos compõem a base deste caldeirão.
Nenhuma cultura sendo melhor ou pior, mais ou menos representativa, apenas parte de um mundo que se desdobra em inúmeras possibilidades e leituras.
A comparação com um caleidoscópio parece bem adequada.
Carola nos presenteia com estas infinitas possibilidades e basta a nós, girá-lo e apreciar as inúmeras combinações possíveis.

Após a leitura você vai se desfazer de muitos preconceitos quanto à forma como a literatura se apresenta e, com certeza, terá ativado seus radares para perceber o quanto a literatura está presente em tudo.
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Mary Manzolli 09/01/2022

Muita coisa para desconstruir.
"O Antropoceno é o nome que alguns dão à (nova) era geológica que estamos vivendo e que caracteriza-se pela atual e incontestável capacidade humana de destruir o planeta e tudo o que há nele (incluindo nós mesmos)". E é nesta linha de análise, do viver num planeta à beira do colapso que Carola Saavedra questiona o papel da literatura, abordando temas como o fim do mundo, psicanálise, filmes, ancestralidade, histórias particulares, jardinagem e uma variante emorme de temas que vão se costurando para nos deixar infinitos questionamentos e nenhuma resposta.

O sentido da literatura para muitos (senão para a maioria) é encontrar respostas, buscar verdades, adquirir informações e conhecimento e com isso aumentar suas certezas. Mas não para mim e acredito que, por isso, este livro tenha me encantado tanto, afinal quanto mais eu me embrenho no mundo dos livros, mais perguntas eu tenho e a cada página me convenço um pouco mais, que não existem respostas. Então, se você, meu amigo, as tem assim tão facilmente, talvez não esteja lendo o suficiente.

O Mundo Desdobrável é um livro, relativamente, curto, pouco mais de 200 páginas, mas se eu for escrever aqui tudo o que absorvi desta leitura, talvez eu escreva outro livro, mas tentando ser sucinta é um livro sobre ver o que não queremos enxergar, escutar o que vem sendo silenciado e desconstruir o pensamento binário que está, desde sempre, internalizado na nossa cultura. É sobre extrair de dentro de nós aquilo que está naturalizado pela cultura colonizadora e desconstruir.

É dividido em nove partes que questionam a história e os conceitos como os vemos, nos abrindo questionamentos sobre a possibilidade de mudarmos nosso olhar sobre o passado para nos levar a um outro futuro. Para isso se faz imprescindível que sejamos mais abertos nas nossas escolhas literárias e nos permitamos conhecer outras escritas, novas linguagens, diferentes vozes.

"... literatura é algo definido por uma sociedade específica num tempo específico, destinado a um público específico. Nesse sentido, a literatura da forma como nós a vemos é um texto escrito com valor estético definido por nós. Mas quem somos "nós"?"

... "é necessário uma literatura que abranja não só outras histórias, mas principalmente outros valores estéticos, dando-lhes o mesmo peso e importância, mesmo que eles pareçam estranhos ou indecifráveis ou não tão belos (porque narciso, nós sabemos...)".

Em meio ao "progresso da humanidade" e de um capitalismo que nos leva a cultuar mais o ter do que o ser, desgastando a sociedade e colocando em risco a natureza e o futuro do planeta, como demonstrar a relevância do criar, do imaginar, do escrever? E como criar, imaginar, escrever quando estamos próximos do fim? E é com esta provocação que Carola nos leva a, não compreender, mas cogitar e nos instigar a pensar de formas diferentes daquelas que nos são as habituais, de refletir sobre o que ainda nem se quer imaginamos ao escutarmos vozes que ainda não foram ouvidas. Sairmos do centro literário e olharmos mais atentamente para o que está sendo produzido às margens.

Um livro para se ter na estante e voltar de vez em quando para não esquecer que, até mesmo na literatura, devemos sempre olhar além dos horizontes, lá onde a visão não chega a olho nu. Uma obra que te desafia a procurar suas próprias respostas, mesmo sabendo que, talvez, você nunca as encontre.
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Ingrid752 13/06/2023

O mundo desdobrável foi a minha primeira experiência com livros de ensaio e minha segunda com Carola, o primeiro livro que foi ?Com armas sonolentas? que lemos pelo Livrismo e tivemos o prazer de conversar com ela, que foi uma querida, inclusivo.



Logo no primeiro contato com Carola e suas histórias já da para perceber que ela além de inteligentíssima, também tem uma versatilidade para falar de muitas coisas, em âmbitos completamente diferentes e uma sagacidade para amarrar toda essa diversidade de informações que tem na mente dela, que é digna de muita admiração e respeito.



Partindo daí, e sem saber o que esperar de um livro de ensaios eu fui contemplada com uma leitura incrível, extremamente diversa e rica e ao mesmo tempo coesa, conexa e sublimemente costurada pelo talento e competência da autora.



Foi uma leitura extremamente fluida, e envolvente, eu li muito rápido e fiquei com gostinho de quero mais.



Ela trouxe temas, que pela minha perspectiva pareceu que a atravessam pessoalmente, como ancestralidade, origem, pertencimento, feminismo, entre muitos outros.



De bônus, em diversos ensaios há conexões com a vida pessoal dela, como menções aos familiares e a filha, e ensaios que em um primeiro momento podem parecer desconexos, mas que são um convite para o leitor refletir, e então entender qual a ligação existente ali.



Achei brilhante.



Super recomendo!



? ?Como toda a arte que valha, ela não nos oferece respostas, mas nos faz as perguntas que nós mesmos não soubemos (ou não quisemos) formular.?



? ?Amar é deixar aparecer, ou seja, permitir que o outro seja quem é e, assim, floresça.?



? ?Sustentar o "não entender" exige uma imensa coragem.?





#leitura #resenhaliteraria #omundodesdobravel #carolasaavedra
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malubsballarotti 16/01/2024

"Gosto de pensar no livro como um hiperobjeto, o livro não apenas como algo que guardamos na estante, mas um acontecimento que inclui uma série de pessoas (...) Assim, o livro é escrito pelo autor, mas não só por ele (...) Um livro que se escreve, mais do que é escrito. Um hiperobjeto do qual somos parte. Talvez isso nos tornasse (...) mais livres para escrever."

Esse é um livro de ensaios sobre temas diversos, que vão se amarrando ao redor de questões fundamentais, como a literatura, a linguagem, a arte e o habitar o mundo de maneiras contra-hegemônicas. A forma como Carola escreve e organiza os ensaios é muito criativa e o conteúdo é crítico mas, ao mesmo tempo, leve e curioso. Uma ótima leitura para quem gosta de escrever!
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Pretti 23/01/2022

O que fazer depois do fim?
O que fazer depois do fim? Bom, terminei "O mundo desdobrável: ensaios para depois do fim", da Carola Saavedra, com vontade de voltar para a primeira página e começar a leitura de novo, tal o impacto que me causou.

Passando por literatura, arte, escrita de autoria feminina, povos originários, minorias e ecologia, entre uma miríade de outros temas, Carola escreve como quem conversa, como quem reflete. Os temas fluem e se conectam de forma despretensiosa e leve, transitando por diversos tipos de conhecimento sem juízo de valor e sem hierarquia, o que é também um assunto do livro: a reflexão sobre a necessidade de se igualar o conhecimento dos povos originários, populares e de minorias aos conhecimentos aceitos pelo mundo ocidentalizado, masculino, branco. Para esse exercício, Carola vai da psicanálise aos mitos indígenas em menos de meia página, dança com as palavras, experimenta, brinca. Um dos ensaios, inclusive, se chama "A caligrafia enquanto coreografia", título esse que me remete ao balanço da escrita da autora do decorrer do livro. Ele é íntimo, é inteligente, é certeiro, é necessário.

Além disso, tem uma porção de reflexões que servem eles mesmos como exercícios de escrita. Um livro que convida à criação (o que é a melhor coisa que um livro pode ter como característica).

Vale muito a leitura, com certeza vou presentear, indicar, reler.

Nota: ?????

O ano tá só começando, eu sei, mas tô pra dizer que essa deve ser uma das minhas melhores leituras de 2022 - vai ser difícil superar.
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Gi Gutierrez 08/02/2022

O mundo desdobrável
O que é literatura? Será apenas os clássicos? A linguagem em sua norma culta? Quem faz literatura?! Em "O mundo desdobrável" Carola Saavedra nos lança estes e outros questionamentos e nos leva a pensar em várias outras perguntas sobre o fazer literatura. E amplia e ressoa, derrubando limites que nunca deveriam ter existido, afinal, o fazer literário está em todos nós.
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Dani 24/02/2023

Preparem o marca-textos
Carola Saavedra compartilha mais do que pensamentos e insights nesse belíssimo livro de ensaios, compartilha conhecimento, bibliografia e vivência. Leia com seu marca-textos em mãos!
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Vivi 16/03/2023

Comecei essa leitura intrigada pela pergunta "o que pode a literatura?" e no final percebi que na verdade o livro é sobre tudo. Ele nos faz pensar e ter certeza sobre vários aspectos da vida e ao mesmo tempo ter dúvida sobre todos eles, sem ser superficial ou vazio.

São ensaios que falam um pouco sobre a escrita, o mundo, os animais, as crianças, os indígenas, a burguesia, o poder. Sem deixar de também refletir sobre o que é literário, sobre o cânone, os autores e a literatura como arte.

Fiquei realmente surpresa em como essa narrativa mexe em tantos lugares e tenta de alguma forma desdobrar o mundo em forma de palavras.
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Ayla Cedraz 09/06/2023

Dentro, fora, o que contorna a literatura
Não esperava tanto deste livro. comprei-o para uma prova importante, cujo resultado final ainda não sei. não o terminei a tempo, embora tenha lido o que considerei o suficiente para escrever o que considerei o suficiente. ou perto disso. eu sabia que queria terminá-lo, no entanto. mesmo com a passagem da prova. fiz bem, mesmo depois de tantos dias. ou: fiz bem, por causa de tantos dias.

todo mundo que se interessa por literatura deveria ler. especialmente depois de ler tudo o que a academia considera importante de se ler sobre literatura. é um olhar sobre o passado, o presente e o futuro dessa área tão ligada à vida. acho que é a vida mesmo, com outro nome. fico pensando que quando me afasto da vida é porque me afastei da literatura. parece uma porta da qual me perdi, e então fico andando por corredores de paredes lisas, sem janela, sem quadro, sem fotografia, sem qualquer coisa que se coloca em paredes para que elas pareçam mais vivas.

acho que de vez em quando eu faço umas resenhas mais pra mim do que pra qualquer outro. saem fácil porque assim precisam. é bom também.
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