Família de quem

Família de quem Ana Sá




Resenhas - Família de quem


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Jackson 15/01/2022

ESSE LIVRO ACABOU COMIGO!
Ana Sá, acabei de ler seu livro. Você me fez chorar muito! Chorei e sorri, simultaneamente! Olha, não sei nem o que dizer! Essa obra é um acontecimento. Falei desse livro no meu canal, programei uma leitura de trechos do conto Madagascar num dos quadros semanais que tenho (Café com Livro). Essa obra precisa ser amplamente divulgada!!!
taisamavaz 15/01/2022minha estante
Olá, vc leu o livro físico ou E-Book ?


taisamavaz 15/01/2022minha estante
Parece ser bem interessante


Jackson 15/01/2022minha estante
Olá, eu acredito que só tem o E-book mesmo


Jackson 15/01/2022minha estante
É magnífico!


taisamavaz 15/01/2022minha estante
Vou ler então. Adorei a sinopse, parece de fato ser bem interessante.


Ana Sá 16/01/2022minha estante
Que alegria ter acesso a sua experiência de leitura, Jackson! Fiquei super feliz, obrigada por essa troca!! ?


Ana Sá 16/01/2022minha estante
Obs.: estou correndo atrás do seu canal já!! rs


Jackson 16/01/2022minha estante
Ana Sá ?? S2




Layla.Ribeiro 19/03/2022

Desafio literário 2022- Autoria Independente
O livro apresenta 05 contos, nesses contos encontramos temas como: ausência paterna, maternidade, amor de irmãos, avós que deveriam ser eternos e laços fortes, independente de possuir ou não laços sanguíneos. Os contos são muito bem escritos, os personagens são cativantes e bem reais, o leitor sente como se tivesse conhecido algum deles. Destaque para os contos ?(Cha)cota social? que gostei bastante e ?Mais um? do qual me emocionei.
rodrigo963 19/03/2022minha estante
Os contos são bons!! Uma narrativa maravilhosa!! ??


Layla.Ribeiro 19/03/2022minha estante
Obrigada pela recomendação


rodrigo963 19/03/2022minha estante
???


Eric Luiz 19/03/2022minha estante
Minha melhor leitura de 2021.


Ana Sá 20/03/2022minha estante
??




Eric Luiz 08/09/2021

Uma grata surpresa!
Descobri pelo Skoob que Ana Sá tinha lançado seu primeiro livro de contos. Mesmo não a conhecendo (por ignorância minha), resolvi arriscar e adquirir a obra tendo em vista os comentários positivos tanto aqui, quanto na Amazon. Olha, foi uma grata surpresa! Este livro foi um ótimo achado!

São cinco contos fortes, com um retrato social perfeito da maioria dos brasileiros. O conto "Madagascar" me nocauteou, bateu pesado. Foram muitas lembranças dos meus avós que me fizeram chorar.

Ana Sá tem o dom de nos transportar e fazer viver/sentir cada história narrada, e poucos escritores conseguem isso com tamanha qualidade.

Estas são apenas impressões de alguém que realmente se envolveu na leitura de cada conto. Não sou nenhum crítico literário mas, na minha humilde opinião, tenho certeza de que a autora já estreou grande.

Resumindo: Leiam, leiam já!
Everton Vidal 10/09/2021minha estante
Também fiquei surpreso mano. Tive a sorte de encontrar ótimos livros de novos escritores aqui pelo Skoob, e esse da Ana Sá realmente é incrível.


Eric Luiz 10/09/2021minha estante
Uma baita leitura! Para mim, acho que foi a melhor de 2021 até agora.


Tamires Durães 20/09/2021minha estante
Amo contos de autores nacionais, obrigada pela indicação!


Eric Luiz 20/09/2021minha estante
Você vai adorar esse, Tamires. Pode apostar! ?


Shollo 15/12/2021minha estante
Já tá na minha lista.




dani 12/12/2021

Elisas, Luanas, Terezinhas, Josés...
Li ótimos comentários e resenhas e já estava super ansiosa para ler "Família de quem". Como não gosto de fazer suspense, já vou logo dizendo que extrapolou todas as minhas expectativas!

Consegui mergulhar em cada conto de um modo que acho bem difícil acontecer em narrativas mais curtas. Mas cada história me fisgou de um jeito, que não me senti apenas espectadora, me senti mesmo parte da família. Os personagens foram construídos de forma tão delicada e autêntica que geram uma identificação instantânea, uma conexão imediata.

O que me surpreendeu mesmo, foi como cada conto me comoveu profundamente. Alguns são de partir o coração e outros deixaram o coração quentinho. Impossível sair indiferente de qualquer um deles.

Terminei a leitura com aquela sensação de que os personagens eram velhos conhecidos. E pensando bem, eles são! Já devo ter esbarrado com uma multidão de Elisas, Luanas, Terezinhas, Josés. Talvez no mercado, na rua, no ônibus às 5h da manhã... Afinal são histórias da família de quem? Talvez seja a história da sua também.
Eric Luiz 13/12/2021minha estante
Esse foi pro rol dos meus favoritos. Quero muito ler mais textos da Ana.


Cleber 13/12/2021minha estante
Sim, está entre os melhores livros que li esse ano. Quero mais histórias da Ana Sá.


Ana Sá 13/12/2021minha estante
Dani, que resenha mais querida! Fico muito feliz em saber da sua experiência positiva com o livro! Fez o meu dia! ??

E os comentários do Eric e do Cleber foram a cereja do bolo hoje... Com certeza a galera do Skoob são os meus "leitores de escolha" ! ???


dani 13/12/2021minha estante
Ana, eu que agradeço por ter compartilhado essas histórias tão queridas!

Aproveito para unir minha voz ao coro: Queremos mais!


Sara.Marques300 14/12/2021minha estante
Amiga ia ler a resenha, mas vi que era o livro que você me presenteou, vou deixar para ler depois kkk




Tamyres 25/09/2021

Adorei a escrita, adorei todas as crianças do livro. Me emocionei com o Sítio dos Amores demais! Não conhecia a autora e estou muito feliz de ter lido esse livro. Espero que mais livros sejam publicados.

Leitura gostosa, que aborda pontos muito importantes para a nossa sociedade.
Eric Luiz 25/09/2021minha estante
Acho que foi a minha melhor leitura de 2021.


Tamyres 25/09/2021minha estante
Estou até agora sem conseguir decidir qual foi meu conto favorito, Éric. Realmente muito bom


Eric Luiz 25/09/2021minha estante
Madagascar me nocauteou. Rsrs


Ana Sá 25/09/2021minha estante
?




Sara.Marques300 28/01/2022

“E foi por causa do carinho que existe entre todos eles que eu entendi que existem parentes de sangue e parentes de escolha..”
A primeira coisa que me chamou atenção foi o título (fiquei muito curiosa). Já nos primeiros contos me dei conta que a autora iria abordar sobre a família de um bocado de gente, inclusive a minha.

Com Elisa nos deparamos com a desigualdade social que assola nosso país, com ela também lembramos que a única forma de fazermos essa realidade mudar é através da educação. Ela queria oportunidade, ela queria mais, nós queremos mais!

“Equiparar-se, nos estudos, aos filhos dos patrões corresponderia... ao único meio de escapar do fardo de limpar suas privadas no futuro.”

Com vovô Gino e a vó Ângela sentimos saudade da mansão dos nossos avós. E aprendemos juntamente com seu neto sobre a finitude da vida.

“Então, a cumplicidade da nossa dor nos fez aceitar e respeitar a incapacidade de seguimos sendo dois, quando o correto erramos sermos três.”

Assim como, com as Luanas, com as “crianças” de nossa escolha, com os Josés, aprendemos, erramos, levantamos, lutamos, ganhamos e perdemos. Nesse livro nos deparamos com estruturas familiares que se divergem, que se assemelham, que se reinventam.

Como um livro pode mexer tanto com uma pessoa? Fazer chorar, fazer sorrir, fazer sentir tanto. Acho que é aí, nessa possibilidade de conexão com personagens fictícios e ao mesmo tempo tão reais que mora a beleza da arte. É aí que damos conta de que o outro pode ser nossa família de “escolha” quando nossa família de sangue não for suficientemente mágica, inclusiva e humana. Afinal, é “Família de quem?”.

Obrigada Dani por me apresentar essa obra incrível!


site: https://www.instagram.com/saramarques300/
Ana Sá 31/01/2022minha estante
Que resenha mais bonita! ?


dani 03/02/2022minha estante
Sabia que você ia gostar ? Sua resenha já me deixou com vontade de reler!


Sara.Marques300 04/02/2022minha estante
Sim Dani, eu amei. Você sabe que tenho uma certa dificuldade de me conectar com contos, mas esse, eu me conectei do começou ao fim.
Confesso que dei uma choradinha kkk
Gostei muito do conto que fala sobre família do coração, por não ter crescido com minha família biológica me senti bem próxima.
Amei tudo ??


Sara.Marques300 04/02/2022minha estante
Ana seu livro é maravilhoso. Obrigada por nos presentear com ele ???




Talita.Lobo 05/10/2021

Encantador
Precisei de uns dias para me aventurar a escrever essa resenha. Terminei o livro com uma euforia muito grande. Nada que eu escrevesse estaria isento de um ?bololô? de sentimentos indefinidos e não bem descritos.
Hoje, mais serena, ainda me pego pensando nos contos, nas personagens, na história. Acho que o que mais me encantou no livro foi projetar um pouco de mim em cada história. Alguns contos pareciam demais com a minha realidade, outros não tinham nada a ver, mas ainda assim eu conseguia me reconhecer em algum cenário, em alguma fala, em algum ponto final. Gosto de leituras que estão assim, perto de mim, acessível às memórias, que fazem morada no pensamento.
Joao 05/10/2021minha estante
Esse livro da Ana é maravilhoso. Alguns contos me fizeram lembrar não da minha infância em específico, mas da atmosfera dela. Livro sensacional.


Talita.Lobo 05/10/2021minha estante
Super experiência!!!!


Eric Luiz 06/10/2021minha estante
Acho que foi minha melhor leitura de 2021 até agora.


Ana Sá 06/10/2021minha estante
Ah, que alegria ter essa troca com você, Talita!! ??




Pablo Paz 20/08/2021

Família, por quem?
Uma coletânea com 5 contos na seguinte ordem: '(Cha)Cota Social', 'Madagascar', 'Dia das mães', 'Compota dos amores' e 'Mais um'. No geral, os narradores, ou o protagonista, têm algo em comum: são meninas pobres de pele clara oriundas de lares interraciais que narram suas experiências de classe e de preconceitos de cor contra alguns parentes. Falando assim, parece relatório burocrático, mas a FORMA e o ESTILO como os narradores abordam tais questões são bem poéticos. Há um tema que qualquer psicanalista notaria de antemão: a fixação da escritora pela situação trágica (e um pouco cômica) da mãe solteira no Brasil, personagem que tem importância em 3 dos 5 contos. É fato que há um ônus em tal condição, mas no geral quando a autora tenta se solidarizar com essas mães, não consegue se livrar da condescendência tipicamente conservadora da patroa de classe média tipicamente progressista. Tratou de um tema 'pesado' com respeito, mas algumas falas e condescendências na boca das próprias personagens, as 'mães solteiras, nem sempre fazem parte do universo delas; são mais representações sociais de quem escreve do que Weltanschauung dessas mulheres batalhadoras. Faltou risos. '(Cha)cota social', por exemplo, ao tentar uma crítica literária da desigualdade gritante de nosso país, não ultrapassa o relato de uma menina frustrada que, no final, consegue entrar numa boa universidade pública. Se a autora fosse mais a fundo, perceberia que é esse tipo de menina (ou menino) que, adulto e 'vencedor na vida', transforma-se na tia/tio reaça do churrasco, esquecendo rapidamente as mazelas por que passara. Mas não se pode exigir de um escritor que ele seja um bom observador do comportamento humano, apenas que escreva bem. E tal exigência é cumprida: o conto 'Madagascar', uma criança narrando sua amizade com seu avô, é uma obra-prima que senão soubéssemos quem é o autor, poderia facilmente ter sido tomada por uma obra de um grande como Antonio Tabucchi. Além de estar em qualquer antologia de melhores contos contemporâneos em língua portuguesa. Vale a leitura.
Ana Sá 20/08/2021minha estante
Pablo, fiquei muito feliz de saber da sua leitura atenta e de poder ter acesso a impressões tão detalhadas! E quem sabe se, num futuro, não teremos um conto "parte 2", que nos revele se a Elisa se transformou ou não numa "reaça"! rsrs Abraços!


Eric Luiz 04/09/2021minha estante
Elisa reaça seria uma decepção infinita, mas não seria improvável. Faz isso não, por favor. Deixa a gente na ilusão mesmo. Kkkkkkk


Ana Sá 04/09/2021minha estante
Eric, pode respirar tranquilo, nunca passou isso pela minha cabeça rs, mas gostei de me envolver com na leitura do Pablo rs...




João Pedro 18/11/2021

Palavras que tocam
Gosto de deixar espaços para as leituras que me atravessam. Aqueles livros que surgem repentinos, embaralhando a ordem de leitura pensada. Prezo por dar atenção ao chamado de uma leitura, ao chamado ao encontro. Leitura é um ritual de encontro entre o leitor e o livro. "Família de quem" chegou assim para mim. Não estava em lista alguma, sequer sabia de sua existência, mas graças a algum algoritmo engraçado tive a sorte de encontrá-lo e, tão logo li a sinopse e alguns comentários, senti a leitura me chamar.

Em cinco contos únicos, que se entrelaçam ao ter como tema central as famílias, Ana Sá, em sua brilhante estreia literária e corajosa empreitada de se lançar como autora independente, transmuda em palavras os sublimes e por vezes delicados sentimentos que permeiam as diversas relações familiares. Diversas também são as facetas e personagens de cada conto, que, cada uma a seu modo, tocam em um ponto diverso do coração. Ao final, não se sai ileso dessa experiência táctil. Ana Sá é autora de palavras que tocam.

Tenho panfletado bastante a obra entre amigos e costumo dizer que é uma leitura que agrada fácil a quem se encantou com "O filho de mil homens", de Valter Hugo Mãe, ou com "Olhos d'água", de Conceição Evaristo.

Apesar de meu conto favorito ser "Madagascar", com menção honrosa a "Dia das Mães", parece que foi o conto "Compotas de amor" que mais imprimiu em mim algo de profundo. Vez por outra me pego refletindo sobre o conceito inventado pela protagonista infante, os seus amigos de escolha. A vida é bem isso, cheia de amigos e parentes de escolha, com os quais nos unimos pelo afeto mais que por qualquer coisa.

"As manhãs da infância e da adolescência de Elisa sempre tiveram cheiro de alho, e não de pão. Alho de mãe que madruga para aprontar as marmitas da família. É por isso que o acordar das periferias tem aroma de arroz ou de feijão. Na cozinha que amanhece já ocupada pelo meio-dia, fartura é um copo de leite ou de café, puro e em pé. Sem tempo de sorrir ou de partilhar a margarina do modo como se ensina na televisão. Mas para Elisa nada disso era incômodo. A gente não sente falta daquilo que desconhece." (p. 5)
Ana Sá 18/11/2021minha estante
Que lindeza de resenha! Caiu um cisco aqui! ???


Kamyla.Maciel 19/11/2021minha estante
João, que resenha maravilhosa!!! Eu ja tinha me interessado pelo livro e pela autora, mas ver o que você sentiu me preencheu de vontade. Falar em filho de mil homens e olhos d?água? certeza que será incrível!!!! Um abraço.


João Pedro 19/11/2021minha estante
Ana ?

Kamyla, que massa! Pode se jogar que você vai gostar. Abraço! ?




DIRCE 03/01/2023

Família de quem?
Acidentalmente, caí na página da Ana Sá - nossa colega skoober e também escritora. Fiquei deslumbrada com as inúmeras resenhas que li e não hesitei em me aventurar no seu ebook Kindle intitulado “Família de quem” É assim mesmo : sem um ponto final ou de interrogação. A capa traz um DNA e a “sombra” de uma criança( espero não estar enganada), de modo que, esses dois elementos : o título sem pontuação e as gravuras, me levaram a intuir que se tratavam de Contos com mães solos. Não estava totalmente enganada. Bem, o eBook Kindle traz 5 contos. O primeiro (Cha) cota social, pareceu-me um livro de formação da menina Eliza , sua infância sofrida ( o pai ausente, claro), na qual ela era cometida de crises de asma até a sua juventude ( o que talvez justifique ser ele um pouco longo) . Se não tivesse, no final, o deslumbrar de dias melhores iria ficar muito brava. Gostei do título ( Cha) cota social, realmente uma chacota.
O segundo Conto : Mada-Gascar, não sei se o hífen se deu em virtude da separação de sílabas ou se tem alguma mensagem sublimar , que não consegui captar. Sobre esse conto, só vou dizer que apesar de uma passagem muito triste, é um conto que nos permite sonhar.
O terceiro conto Dia das Mães, outro caso de mãe solo, que enfrenta muitas dificuldades, mas acima de tudo de uma mãe que se preocupa com as opiniões alheias o que resultou em apenas lembranças.
Quarto Conto: Compota dos amores, outro conto terno e delicioso, tão delicioso como uma compota de amoras.
Quinto Conto: Mais um – esse... estória dolorida, é a estória do jovem José, um irmão amoroso, filho de uma mãe solo e que foi “carimbado” ao nascer com os 3 Ps: preto, pobre e pederasta. É a estória de um José, mas quantos José ele representa...
Chegando ao final do meu comentário, preciso dizer, que Ana Sá é uma escritora muito sensível e versátil, considerando que, mesmo diante da minha análise pragmática da capa, ela me levou, inúmeras vezes , a me emocionar e também a me ver espelhada em muitas passagens , e uma delas foi a da bicicleta.
Quanto ao título , seu eu acrescentasse um ponto interrogação, poderia afirmar que, em muitos pontos, poderia ser a minha família, a sua, a nossa, a deles.
Ana Sá 03/01/2023minha estante
Dirce, que delícia ter acesso a sua leitura!! ??? Eu fico tão feliz qdo gostam da cena da bicicleta rs, tenho um carinho especial por ela!!

Obs: a separação de sílabas em Madagascar se deu provavelmente pelo tamanho da fonte, pois o título original é sem hífen mesmo, igual ao do sumário!


DIRCE 06/01/2023minha estante
Que bom! Fico lisonjeada, e muito.


DIRCE 13/02/2023minha estante
Resenha editada para corrigir erros de gramática.




Dani 26/08/2021

Famílias
Que surpresa grata esse belo livro de contos de Ana, grande indicação da amiga Kênia.
Histórias que me lembraram de Conceição Evaristo, mas que Ana trouxe pra mim uma realidade que me aproxima mais dos personagens dela que os de Evaristo.
Me emocionei em todos eles!
?
Kênia 26/08/2021minha estante
????


Ana Sá 26/08/2021minha estante
Dani, que alegria saber que vc gostou!! E não tenho nem roupa pra esse elogio!??




gabriel 24/02/2022

Excelente livro sobre infância e família

Achei interessante este livro, ele é um conjunto de contos abordando questões familiares em meio a um cenário de pobreza e privação, com seus personagens sofrendo toda a sorte de opressões (alguns deles acumulando várias "identidades", portanto várias opressões cumulativas). Isso é especialmente claro no último conto, em que os dois protagonistas acumulam vários "P's" (como preto, pobre, etc), até finalizarmos com um otimista "P" de professora. Mas que, mantendo a tônica geral do livro, termina também amargo, com um travo na garganta...

E eu acho que é este o gosto que o livro deixa ao final. É um livro triste, amargo, reflexivo, e por vezes bastante denso (denso até demais). Mas ele também consegue incluir beleza e esperança, com muita poesia, principalmente nas pequenas coisas do cotidiano. Achei que a autora é muito bem sucedida em observar estes pequenos fatos, e são cenários fascinantes, quase sempre domésticos, com muitas cores, sons, pequenos momentos de beleza... para mim, são os momentos em que o livro mais cresceu.

Isto fica bem claro no conto "Compota dos amores", que para mim é o melhor do livro, diria até de longe. Toda essa habilidade da autora, que é o seu ponto forte, é posta à prova aqui, e ela se sai muito bem. O conto é o passeio fascinante de uma criança por um sítio de parentes, e toda a poesia deste pequeno fato banal (que adquire um ar "grandioso" para a criança) é magistralmente expresso.

Há um equilíbrio sutil entre este delicado momento e uma perigosa pieguice, e a autora, feito o "Neo" do Matrix, desvia destas balas com impressionante competência. Conto profundo, cheio de momentos ambíguos e alusivos, com ótimos jogos de imagens e de palavras. Ressalto, por exemplo, uma visita a uma senhora de idade, e como não há assunto nesta visita (fato comum); denotando, possivelmente, ou um início de demência, ou então uma mágoa antiga (dentre outras inúmeras leituras). Muito bom! São vários momentos deste tipo, aqui neste conto.

Os outros contos variam em qualidade. Achei que o primeiro e o último conto são muito arrastados, acredito que se beneficiariam de uma narrativa mais curta. Por conta das preocupações políticas da autora, ficaram muito esquemáticos, e acho que simplificaram temas complexos. De toda maneira, possui importantes denúncias, não só abordando os temas das identidades/minorias (tema que é a "bola da vez"), mas também sempre ressaltando o caráter social e de classe. Neste livro, branco pobre também se ferra, ainda que um pouco menos do que o negro.

Senti, no geral, que os contos poderiam ser todos eles um pouco mais curtos, porque aí focariam mais nas suas qualidades e pontos fortes, fora que em alguns casos são um pouco repetitivos. São contos relativamente longos e a gente sente falta de mais contos para encher a seleção. Porém como são todos no mesmo tema, contém uma interessante unidade, e achei isso muito bem feito.

É interessante como a infância tem um caráter de "força" no livro, e à medida que os personagens envelhecem, vão ficando amargos e reflexivos. Vi esta característica em pelo menos dois contos. Não a toa, o conto mais belo (talvez por ser o mais otimista) é o que fica parado só na infância. O texto não dá tempo da personagem virar adulta e "quebrar" esta magia.

São várias relações e dinâmicas familiares retratadas. Há a relação do irmão mais velho com a menina (o irmão fazendo as vezes de pai); há tios e padrinhos/madrinhas, em relações lúdicas; há a moça com lembranças amargas da mãe (e que luta para aceitá-la, com belas cenas que "empatizam" com isso); etc etc.

O livro tem uma preocupação muito grande com a criação de cenas significativas e com os sons das palavras. Assim, uma moça em sua nova casa transita entre caixas de mudanças, que são como "campos minados"; o prato se mancha de vermelho, em meio às flores (representando a pureza e "breguice" da mãe, ouvinte de um Amado Batista); uma menina está de azul em meio ao verde dos colegas, criando um cenário "oceânico"; dentre outros muitos momentos.

"A inalação oscilava presença", belo jogo sonoro, com sons sibilantes, junto à imagem de panelas fervendo e um inalador de uma menina com bronquite. E a pobreza não é exatamente privação, mas ter que fazer o almoço muito cedo. O cheiro de alho pela manhã incomoda e perturba. E o banquete é um prato de salsicha com purê, a melhor refeição do dia.

Algumas notas sobre contos individuais. Todas elas apenas revelam minhas preferências, sem a pretensão de ser uma análise "séria" ou "objetiva".

"(Cha)cota social". Gostei deste conto, mas ele caiu um pouco pra mim do meio para o final. Ele começou muito bem, com ótimas imagens e cenas, mas depois se perde um pouco em meio a taxistas gente fina (meio irreal) e um excesso de cenas e situações. Nota 3/5.

"Madagascar". O livro aqui retoma os eixos, neste excelente conto. Mas ele seria como uma carne mal passada no meio, achei que exatamente neste momento o conto dá uma queda brusca. A autora, no entanto, é malandrinha, e fecha o conto de maneira surpreendente e bela. O título é engraçado e remete a uma infância pré-internet, em que crianças mais nerdolas reviravam enciclopédias (outros só batiam figurinhas mesmo e jogavam videogame). Nota: 4/5.

(Aliás, tema central no livro, estamos sempre numa época atemporal sem smartphones ou internet. Podemos localizar vagamente um anos 80, ou então um início dos 90).

"Dia das Mães". Conto belíssimo, muito puxado na reflexão, a autora exagera numa linguagem quase que formal (não chega a ser, mas há escolha vocabular muito erudita, violando certa delicadeza), termina de maneira poética e tensa, com sangue e flores. Sinceramente, 5/5, os momentos belos compensaram certo pedantismo.

"Compota dos Amores", para mim o ponto alto do livro, junto ao conto sobre o dia das mães, formou os dois melhores contos da seleção. O passeio da menina pelo sítio é muito bem retratado, com descobertas pessoais e momentos poéticos. O livro flerta com a pieguice, sem nunca cair nela. Nota: 5/5.

"Mais um", sinceramente não gostei muito deste conto, achei muito pesado e um pouco repetitivo, além de burocrático. No entanto tem alguns bons momentos, trabalha alguns temas importantes e explora alguns aspectos da relação entre irmãos. Achei que há um excesso de temas e ficou muito embolado. Nota: 3/5.

Livro de estreia de Ana Sá, os contos são um passeio pelas diversas relações familiares, em meio a um cenário de pobreza e desigualdade. É muito interessante como este cenário de privação molda as relações familiares e vice-versa. A pobreza é retratada de maneira factível e com um olhar poético, sem no entanto glorificá-la. A escrita é fluida, bela e inteligente. Livro mais do que recomendado!

Ana Sá 25/02/2022minha estante
Eu já tinha dado risada com a sua observação sobre os taxistas, agora a referência ao Matrix me fez rir mais uma vez! ?

Gabriel, eu adorei acompanhar as suas impressões e a sua resenha (mais do que completa) dispensa comentários. Dá frio na barriga jogar um livro independente no mundo e são essas trocas com quem lê que fazem o desafio valer a pena!

Obrigada por compartilhar sua leitura! ?


gabriel 25/02/2022minha estante
Eu é que agradeço pela disponibilidade, não é sempre que temos a chance de dialogar com o autor. Você sempre muito acessível neste sentido. Sucesso nas próximas empreitadas. Valeu!




Cleber 31/10/2021

Emoção e sentimento
Já faz algum tempo que terminei de ler esse livro e não finalizei por aqui pois gostei tanto que gostaria de deixar a minha impressão. Não sou bom de fazer resenhas, mas aí vai.
Nunca fui um bom aluno, mas lembro que certa vez minha professora de português - um abraço prof. Edna - disse algo que guardei pra mim. Ela falou que a leitura não serve somente para buscar conhecimento e que um bom leitor é na verdade um colecionador de sentimentos, de emoções e principalmente de vivências. Que bonito né?
E é assim que eu me senti lendo os contos da Ana Sá, contos que nos trazem emoções e mexem com nossos sentimentos. Já no primeiro conto pude sentir a indignação e revolta por com as dificuldades que nossa pequena protagonista estava passando e perceber que está historia é tão verdadeira que se repete em diariamente em nosso país. E os próximos contos são de uma sensibilidade incrível, saudades e lembranças dos meus avós, tios e primos do interior surgem num crescente. Um sentimento de carinho e pertencimento nos abarca, quanta emoção! Famílias de diversas formas e todas são família. Como diria uma amiga, esse é um livro pra deixar o coração quentinho e percebe-se que foi escrito com muito cuidado e carinho. Muito obrigado, Ana Sá, por nos proporcionar tantos sentimentos!
Ana Sá 01/11/2021minha estante
Quem ficou com o coração quentinho agora fui eu! ?? Que alegria saber que você gostou, Cleber! Obrigada por essa troca!! ?


Cleber 01/11/2021minha estante
??




Alice Nunes 28/02/2022

Sensibilidade a cada conto
Encontrei a Ana por acaso nos comentários aqui no skoob e fui conhecer o seu livro de contos.
Muito sensíveis e envolventes, me emocionei e terminei com uma mega vontade de ler mais!
Ana Sá 01/03/2022minha estante
Alice, sua resenha fez meu dia! ? Fico feliz que tenha gostado!!


Alice Nunes 01/03/2022minha estante
Parabéns pelo seu talento! Ansiosa pelos próximos!!!




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