fernandaugusta 10/08/2023Palavras Interrompidas - @sabe.aquele.livroCarlos está de luto pela perda da esposa, Lúcia, para o câncer. Um mês depois é chamado para reconhecer o corpo da filha, Fernanda, encontrado nas águas da praia. Para supresa do pai, Fernanda está com os cabelos tingidos em tom escuro e tem uma tatuagem com um estranho símbolo no ombro. No braço, cortes, sinais de violência.
Enfurecido pela dor, Carlos só quer saber quem tirou a vida de sua filha. Para isso, começa a seguir pistas que levam a um lugar estranho, o Clube Inferno, cujo excêntrico anfitrião cobra caro pelas informações que tem para dar. Até onde Carlos irá para descobrir o que aconteceu com Fernanda?
Pela sinopse da editora achei que se trataria de um suspense de investigação, com um pé no sobrenatural. Engano. Quando vi para o real lado que a história levava toda a minha leitura ficou comprometida, pois trata-se de uma temática que eu evito, pois é gatilho de extremo desconforto pessoal.
Adivinhem quem é o anfitrião do Clube Inferno, que promete "ajuda" a Carlos? Pois é. E eu, amigos, não consigo tolerar narrativas que enfiem pactos com este "personagem" em seu enredo. Fim.
A escrita é agradável e fluida, tem algumas surpresas bem interessantes e pontos para reflexão em cima de temas difíceis como luto e depressão. Além disso, o projeto e acabamento gráfico é de alta qualidade. Mas o plot principal, para mim, já ficou evidente na metade da leitura. E o final, infelizmente, não me agradou.
O principal aqui, entretanto, que quero deixar como reflexão na conclusão desta experiência - que já tive em outros livros - é que penso que as editoras deveriam introduzir e detalhar melhor as sinopses para atrair a estes livros de temática "duvidosa" àqueles leitores que procuram este tipo de enredo, com este tipo de personagem fazendo suas aparições para quem quiser apreciá-lo. Eu não gosto, assim como tem pessoas que não gostam de ETs, sangue, darkhot. Tirar o leitor de sua zona de conforto na marra e no "desaviso" nunca deixa boa impressão.