spoiler visualizar@leiturinhasdanah 30/07/2021
Sigo devastada.
Quem poderia imaginar que essa troca aconteceria?
Como conseguiu enganar-se.
Hamnet conta a história de Hamnet, filho de Agnes.
Como toda criança, ama brincar. Sua irmã gêmea, Judith, é sua melhor amiga.
Aos 11 anos, leva tudo sem preocupação.
O livro intercala cada capítulo entre o presente e o passado.
Achei incrível conhecer toda a história da Agnes, que pra mim foi a melhor personagem, sentir tudo que ela sentiu.
Houve momentos em que tive muito ódio, tanto da madrasta quando da sogra. Mulheres insuportáveis, sendo a madrasta a pior.
Mas, nível mega de ruindade temos o sogro de Agnes, John. Que praga. Ops, sensivel essa palavra pra mim.
Que homem horrível.
No passado, conhecemos Agnes e sua família, as memórias que tem de sua mãe, descalça e com seu irmão amarrado as costas, os levando para florestas, memórias felizes, até que no terceiro parto ela morre.
A cena da mãe na cama, com muito sangue em volta, jamais sai e sua cabeça.
Joan, madrasta de Agnes, é uma mulher terrível, só se importa com seus filhos e trata Bartholomew e ela como criados.
Após a morte de seu pai, Bartholomew toma conta da fazenda, com a madrasta ainda pondo ordens e Agnes logo trata de arquitetar planos para sair de lá.
Apaixonada pelo professor de latim de seus irmãos, ela encontra uma forma de sair daquele lugar o que causa maior confusão mas ela consegue suportar e seguir em frente.
O parto de sua primogênita é de tirar o fôlego, levada pelas memórias Susana nasce no meio da floresta, ao som das folhas, do vento, em meio a calmaria daquele lugar.
Seu marido, um filho maltratado pelo pai, vai a Londres a trabalho para que possa se distanciar de seu pai, os negócios vão bem e ele quase não aparece em casa.
Em sua segunda gravidez, Agnes se sente sozinha, não consegue saber o sexo do bebê e nem quando virá a nascer, mas tudo acontece de forma repentina. É angustiante. Terrível. Senti muita raiva, frustração. Mas os gêmeos nascem, Hamnet e Judith, sendo Judith frágil e menos que o irmão, mas sobrevive.
Agnes é um ser totalmente diferente, com um dom maravilhoso que se torna maldição em alguns momentos. Esse dom a torna estranha na percepção dos outros, bruna nos olhos dos outros, mas logo isso é deixado de lado e começam a ver com bons olhos.
Acompanha-la em suas experiências, em sua mente e principalmente em seus dois partos é simplesmente incrível.
O livro fala sobre a peste que chega até eles de forma horrível.
É melancólico, sofrido mas surpreendente.
Ver a empatia de Mary com sua nora, sabendo que a msm já vivenciou aquilo diversas vezes, é doloroso, a sintonia em que trabalham, dói. Mas, ainda assim, é lindo. E foi o único motivo que não me fez odiá-la o livro todo.
Se tiverem a oportunidade, leiam.