Resenhas -

bruno.rauber 16/08/2023

Eu costumo dizer que ler uma coletânea do Stephen King é sempre uma roleta russa, mas talvez isso seja um pouco generoso. Em vez de um a cada seis, na minha experiência, acho seguro dizer que um a cada três ou quatro contos faz a gente questionar um pouco o titio King. Talvez por isso eu prefira os romances, a taxa de acertos deles é bem mais alta pra mim.
Minha leitura mais recente do velhinho (que eu me recuso de chamar pela alcunha “mestre/rei do terror”) foi esse belo O Bazar Dos Sonhos Ruins, e mais uma vez fortaleceu essa minha opinião de uma década, formada depois das leituras dos já clássicos Tripulação De Esqueletos e Sombras Da Noite. Não que eu ache qualquer um dos livros seja dispensável, pra mim todos eles leituras formidáveis, mesmo com altos e baixos. Mas ainda assim tem mais baixos do que eu gostaria de admitir de um dos meus autores favoritos.
Talvez o que eu mais goste nessas coletâneas, e isso inclui até mesmo os contos que eu não tenha curtido tanto, seja a variedade de temas e gêneros pelos quais o King passa. Longe de ser apenas terror, os contos aqui transitam por drama, fantasia, narrativa poética (apesar do King ser um péssimo poeta) e claro, terror também. E é justamente essa capacidade de andar por vários gêneros que fez o Stephen King se tornar um dos meus escritores prediletos, pra mim a versatilidade é uma característica fundamental em um artista, independente do ramo.