La Oliphant 12/09/2021
Posso afirmar que ninguém está mais obcecada com a série Dinastia dos Duques do que eu. E não é só porque a escrita da Sabrina Jeffries é espetacular, mas também porque os personagens são encantadores e a forma como todos os livros da série são bem amarrados me deixa instigada para saber o que é que vem a seguir.
O Duque Solteiro é o segundo livro da série e acontece um pouco depois de Um Par Perfeito, o conto lançado pela editora Arqueiro apenas em formato digital. Neste romance conhecemos a história de lady Gwyn, uma das personagens que eu mais gostei de conhecer no primeiro livro dessa série.
Gwyn e Joshua mostraram química ainda em Projeto Duquesa, mas é em O Duque Solteiro, quando o nosso major rabugento recebe a missão de protegê-la de um patife, que as coisas começam a pegar fogo entre os dois.
Antes de começarmos a falar sobre o quanto esse romance é maravilhoso, eu queria pontuar algumas coisas:
O romance é importante, mas não é tudo
Um dos pontos que mais me chamou atenção no enredo de Dinastia dos Duques é que temos algumas coisas acontecendo nas entrelinhas. Por exemplo, existe alguém tentando assassinar as pessoas da família (eu acho) e acontecimentos estranhos estão por todo o livro, mas de uma maneira tão sutil que você pode nem perceber.
Jeffries tem um cuidado muito grande em trazer profundidade para os seus protagonistas. É claro que seria mais fácil focar no romance e deixar qualquer outro aspecto emocional em segundo plano, mas eu gostei muito de conhecer mais das inseguranças da Gwyn e do Joshua.
E apesar de isso ainda ser um romance de época, ver uma autora tratando com tanto cuidado dos traumas que o Joshua tem por conta da guerra, me deu um certo alívio. Diferente de outras autoras de época, Sabrina não me fala que esses traumas existem, mas ela me mostra em cenas o quanto isso afeta a vida de e porque as pessoas tem essa visão tão deturpada do major.
Sorte minha que a Gwyn conseguiu ver além da rabugice dele.
Os diálogos de O Duque Solteiro trazem muita tensão
Talvez eu esteja muito errada com essa impressão, mas os diálogos de Joshua e Gwyn me lembram muito aquela cena onde o Darcy propõe para a Elizabeth na chuva, sabe? As palavras são ditas para ferir, mas é quase impossível esconder a tensão sexual que existe entre os dois protagonistas.
Gwyn tem um temperamento forte e tem o seu próprio jeito de fazer com que tudo aconteça exatamente como ela precisa. E por ser muito observador, Joshua sabe exatamente onde está se metendo quando percebe o quão atraído por ela ele está.
Diferentes por terem vidas completamente distintas, mas muito parecidos quando se trata dos seus próprios desejos e vontades. E quando isso é colocado em uma cena de conflito, onde Gwyn quer aprender a atirar com uma arma e ele se recusa a ensinar, não me surpreende em nada que as coisas comecem a escalar entre eles antes mesmo do capítulo terminar.
Não tem nada melhor do que um herói mal humorado, mas cheio de fogo entre as pernas, minhas queridas. (hihihi)
E por fim, o romance que nos foi prometido
Eu devorei esse casal em poucas horas, não vou mentir.
As inseguranças de ambos os personagens tem um papel muito importante na forma como o romance deles acontece. Primeiro, Joshua acredita que Gwyn está fora do seu alcance por ser pobre e aleijado. Segundo, Gwyn acredita que Joshua jamais se interessaria por ela por conta de tudo o que aconteceu no seu passado.
Ou seja, os dois estão completamente loucos um pelo outro, mas não se entregam por medo da rejeição, como não amar?
E o fato de ambos terem personalidades muito parecidas faz com que o relacionamento seja ainda mais picante — principalmente com o fato de Gwyn não ser uma protagonista que tem medo de expor seus desejos e experimentar coisas novas (se é que vocês me entendem).
É interessante ver que todo mundo no livro percebeu que eles eram completamente apaixonados um pelo outro antes mesmo de eles estarem prontos para admitir isso. E eu jurava de pé junto que nem mesmo a Lydia iria perceber o que estava acontecendo, mas nada escapa essa mulher maravilhosa.
E quanto as cenas de sexo do nosso casal? Existem segredos que apenas a sala da tapeçaria pode revelar e isso é tudo o que eu vou dizer, amadas.
Um romance de época que vai além
O fato de Sabrina Jeffries ter salvado um espaço no livro para falar sobre gravidez realmente mexeu muito comigo.
Abrir o diálogo sobre a incerteza de querer ser mãe, aborto espontâneo e o quanto a experiência de ter ou perder um filho pode mexer com uma mulher é muito importante e O Duque Solteiro conseguiu fazer isso de uma maneira muito acolhedora e sutil.
Como uma grande fã e apaixonada do gênero, me deixa muito feliz que as autoras estejam utilizando o espaço dos seus livros para falar de assuntos importantes e incentivar comportamentos saudáveis mesmo que através da ficção.
O Duque Solteiro foi uma leitura maravilhosa, exatamente o que eu estava precisando para sair da minha ressaca literária e voltar para o meu ritmo de leitura. Os diálogos são muito divertidos, o enredo traz um pouco de aventura misturada com aquela tensão sexual que a gente adora e os personagens são, simplesmente, tudo.
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