Resenhas -

Igor13 04/03/2022

Atual e complexo
Esse livro aborda um assunto muito atual e que ao mesmo tempo faz parte da nossa cultura, e talvez, ajudem-me psicólogos, nossa personalidade.

Muita acusação foi feita contra o Mark, e de como sua equipe lidou com a propagação de 'fake news', 'mensagens de ódio', e, mesmo, opiniões contrárias ao que hoje se considera 'adequado'. Porém, parte disso faz parte da livre expressão. O direito de falar bobagens. Sim, todos nós falamos, muitas vezes na boa intenção ou movidos pela raiva. Dois exemplos pessoais, quando era novo se falava em usar nossas reservas de ouro e minerais para quitar à vista da dívida externa. Parece uma proposta boa, mas não é nem possível; pois, assim que começassemos a pagar aos credores, a relação oferta e demanda entraria em prática e os valores dos metais dados começaria a despencar e não pagaríamos dívida alguma. [aqui boas intenções não são suficientes para o sucesso].Outra, quando criança também, ouvia de muita gente, e até na minha família de pessoas próximas, que deveriam jogar bombas nas favelas do Rio de Janeiro. Claro, para matar a todos. [imagina falar isso para crianças? deveriam explicar também como essas bombas 'exterminariam' os indesejados, como arrancando pedaços ou por queimaduras e etc. Talvez uma câmara de gás seria mais 'limpo'? Entende a loucura da coisa?! Era normal ouvir isso naqueles tempos. As pessoas estavam chateadas de ver a cidade suja e com ladrões na rua. Entendo, também não gostava e saí daquela cidade sem olhar para trás. As pessoas falam besteiras na hora da frustação, raiva.]

Ok. Mas isso é diferente de mensagens de ódio coordenadas, racimo sistêmico e negação de fatos comprovados como reais e incontenstáveis. Verdade. Inclusive há uma 'industria' por trás disso. Como houve com grande frequência o uso de calamidades na África, por exemplo, para se desviar recursos e usar aquelas desgraças para enriquecer muita gente, dentro e fora daquele continente.

Mesmo assim, há muita área cinza na interpretação desses acontecimentos. Aí é que a coisa complica.

Como resolver isso? Não faço ideia. As universidades, em tese, são os locais adequados para esse tipo de discussão 'sem barreiras'. E se mesmo lá ocorrem problemas, imagina abrindo para o público geral e ainda podendo ser anônimo?! Como 'controlar', determinar o que seja uma discussão/contestação válida versus algo abusivo? Não sei. Outros livros discutem esse tema.

O livro é uma narração de parte dos fatos. Não entra em discussões profundas. Ainda sim, vale bastante.