manu13s 05/03/2022
Os Dois Morrem No Final
Sinceramente, eu nem sei como começar a escrever essa resenha, ou muito menos conseguir explicar o quanto esse livro significou para mim. Também não sei como o autor conseguiu criar personagens tão bonitos e reais e fazer com que eu me apaixonasse por eles em um dia ? seu Dia Final, para piorar.
Mateo e Rufus são completamente diferentes. Mateo tem um universo inteiro dentro de si, mas se esconde dentro de seu quarto todos os dias, onde pode jogar video game, assistir filmes ruins e ler livros de fantasia. Já Rufus não tem tanto medo de sair por aí, apesar da vida já ter pisado tanto em cima dele que faria sentido caso quisesse se esconder para sempre. O que une esses dois não poderia ser pior: uma ligação da Central da Morte, avisando que por algum motivo eles vão morrer nas próximas 24 horas.
Depois de receber a ligação, e perceber que não queriam passar seu Dia Final sozinhos, eles recorrem até um app chamado Último Amigo. É aí onde eles se conhecem e decidem se encontrar, para que possam viver sua vida inteira em apenas um dia ? o último ?, e com a companhia de um amigo.
Esse livro foi um dos melhores que eu já li e, mesmo agora, depois de tê-lo terminado, não consigo tirar a história da cabeça. A jornada do Mateo e do Rufus é linda. No começo, o livro não estava me prendendo muito. Eu estava achando os primeiros capítulos entediantes, mas agora que já terminei a história, entendo como eles foram importantes para que conhecêssemos os personagens e para seu crescimento.
O autor conseguiu fazer com que os dois personagens evoluissem em apenas um dia de um jeito extraordinariamente natural!! Fazer isso com personagens em um período de tempo muito maior já é bem complicado. Mas ele conseguiu. Mateo e Rufus conseguiram.
Outra coisa que me fez ficar louca por esse livro: TODOS os personagens estão conectados. Sabe aquela pessoa que Mateo e Rufus viram numa esquina ou numa loja ou até mesmo no metrô? Ela tem uma relação com a história. E isso é simplesmente incrível. No começo, eu ficava chocada em como os personagens se interligavam. Depois, comecei até a entrar na brincadeira e tentar adivinhar o papel de cada um na história e como eles estavam na vida dos personagens.
E foi essa conexão entre os personagens que me fez refletir. Esse livro me fez pensar em como as coisas que fazemos interferem na vida daqueles que mal conhecemos. Além disso, o Mateo e o Rufus me ensinaram que precisamos viver a vida com coragem. Vamos ter medo, mas precisamos enfrentá-lo porque, diferente deles, não temos uma Central da Morte e não sabemos qual dia será o último.
Eu me identifiquei demais com os personagens, principalmente com o Mateo. E, mesmo aqueles que eram totalmente diferentes de mim, eu consegui entender. Muitas vezes, eu sentia que estava assistindo um filme ou uma série na TV, porque a imagem de todos eles na minha cabeça era tão real que chegava a ser surreal (frase esquisita, eu sei). O autor conseguiu fazer com que eu imaginasse cada respiração e sentisse cada sentimento.
Independente do que o título diz, todo mundo devia ler Os Dois Morrem No Final. Porque, se eu aprendi uma coisa com esse livro, é que o importante não é o final. E sim o que fazemos enquanto ainda temos oportunidade. E, se você puder conhecer o Mateo, O Rufus, A Lidia, Os Plutões e outros personagens desse livro, então conheça. Não perca tempo ? que é algo beeeem precioso nessa história.