Vitória 06/06/2023
Eu não sou tão fã de livros de segunda geração, mas a perfeita da Victória Gomes provou que pode mudar até isso em mim. Esse é o segundo que leio dela com esse plot e, ainda que a melodia de nós dois tenha sido muito superior, esse aqui tem o seu valor. Antes de passar pros comentários dessa história, preciso falar que o sumiço da Vic tá me dando nos nervos. Eu sou apaixonada por essa mulher e por tudo o que ela escreve, e como uma pessoa extremamente ansiosa, os 4 meses sem uma postagem, quando ela estava às portas de um lançamento, só me fazem pensar que ela nunca mais vai publicar nada. Vic, pelo amor de Cristo, volta que eu tô precisando ler mais coisas suas.
A quadrilogia dos amores australianos é muito importante pra mim por ter sido uma das minhas primeiras leituras do hot nacional que eu realmente gostei. Isso, somado ao fato de que a protagonista desse livro é filha do meu casal favorito da série, me deixou com um pézinho atrás em relação a essa história, que estava completamente equivocada. Em primeiro lugar, eu amei como a Vic tratou o fato da Ava ter nascido numa família extremamente amorosa e como isso afeta ela. Não vim de um contexto parecido, mas me identifiquei demais toda vez que ela falava que não era contrária à ideia de um amor para sempre, mas que não gostava de como isso a deixava vulnerável a pessoas que não se importavam tanto assim. Isso foi um tapa em cheio na minha cara, porque o fato de eu nunca ter assumido um relacionamento em plenos 23 anos de vida tem tudo a ver com isso aqui.
A Ava poderia ter me irritado muito por ser uma personagem mimada, mas não foi isso que aconteceu. Ela admite todo tempo os privilégios que teve, e não se torna chata em momento algum. Gostei de como a relação dela com o trabalho e o mestrado que ela está concluindo foi tratada. Esse foi outro ponto em que a Vic acertou na minha cara, e ter lido esse livro num momento extremamente estressante do trabalho e às portas da entrega do meu tcc só ajudou nisso. O Josh é um amor. Eu acreditei muito no medo que ele sentia de assumir um relacionamento com a Ava, ou no amor que ele sentia por ela e por toda aquela família que ele aprendeu a ver como dele também. Sem falar que o homem é um gostoso.
O romance é uma delícia, a fase dos flertes me rendeu diversos gritos, e com dois protagonistas safados como esses as minhas expectativas pras cenas hot subiram demais, e foi aí que veio a minha decepção em relação a essa leitura. Sei que existem autoras por aí que aproveitam do fato de estarem escrevendo livros mais curtinhos pra diminuir as cenas hot, deixá-las mais curtas ou sem grandes detalhes. Eu nunca tinha percebido isso em relação à Vic (vamos lembrar que em a melodia de nós dois, que tem só 332 páginas, eu fiquei completamente enlouquecida com os hots), mas aconteceu aqui. Queria que o fato da Ava ser switch tivesse sido mais aproveitado, isso poderia render cenas incríveis, mas a autora às vezes só dá a indicação do que aconteceu, ou termina o capítulo no meio da cena. Se isso daqui não tivesse acontecido, essa com certeza seria uma leitura 5 estrelas.
Já percebi que o Aaron, apesar de ter tido a mesma criação da Ava, se tornou um adulto com uma visão completamente diferente da dela quando o assunto é amor, e não vejo a hora de ver como o livro dele vai ser desenvolvido. Aqui a gente descobre que os Taylor tem trocentas outras crianças, e fico feliz que a Vic não tenha tentado criar uma série gigantesca contando a história de cada um deles. Até gostei do espaço que os irmãos da Ava ganham aqui, mas sinceramente, eu não conheço essas pessoas como conheci a Ava e o Aaron na série dos amores australianos, então eles não fazem tanta diferença pra mim. Acho que livros dessas pessoas teriam um peso consideravelmente menor pra mim.