Amanda Azevedo 18/09/2021
real e honesto, como a autora sabe ser.
Terceiro romance publicado pela autora e gostei da experiência de leitura de todos eles. Se precisasse elencar, o favorito entre os três seria o “Pessoas normais”, acredito e, na sequência, “Belo mundo, onde você está”.
Gosto muito da forma como a autora constrói seus personagens e suas questões que, pra mim, soam honestas, válidas, reais. Nesse livro, as questões políticas que nos outros apareceram de forma sutil, se evidenciam, mas de forma coerente, pertinente, que se encaixa à vida dos personagens.
Aliás, essa é uma característica que continua: os livros da Sally são sobre PESSOAS. Pessoas adultas e suas questões em seus processos de amadurecimento. Seus amores, amizades, traumas, medos, vontades. Não espere grandes reviravoltas, acontecimentos marcantes.
"É esquisito, porém talvez mais importante do que nos entendermos seja nos amarmos ainda assim."
Ela escreve sobre o desenrolar da vida de todos nós. Sobre nossas escolhas diárias que, às vezes, temos como irrelevantes, mas isso é a nossa vida, é o que temos, é o que nos transforma. As ‘pequenas’ escolhas feitas dia após dia.
Além do meio social e político ao qual estamos inseridos, é o amor, amizade, sexualidade, trabalho, religião - ou a ausência dela - que nos fazem ser quem somos. A forma como nos vemos, vemos o outro, vemos a vida.