É sempre a hora da nossa morte amém

É sempre a hora da nossa morte amém Mariana Salomão Carrara




Resenhas - É sempre a hora da nossa morte amém


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cinnamongirl612 18/04/2024

"E como são insuficientes os anos que nos dão como futuro"
"É sempre a hora da nossa morte amém" conta a história de Aurora, uma senhora nos seus 70 anos encontrada sem memória na beira da estrada procurando por uma Camila. Depois de ser levada para um abrigo, Aurora passa a tentar lembrar do passado, da relação com mãe, dos carnavais na juventude, da amiga de infância Camila, da filha também com esse nome, ou será que ela teria tido mesmo uma filha? Ao longo dos capítulos ela vai tentando nos contar possíveis cenários para a sua vida, sempre alterando alguns pontos incertos, enquanto nos faz refletir sobre laços familiares, traumas familiares e, principalmente, sobre a morte e a perda dos que nos são queridos.
Em determinados momentos a leitura se tornou um pouco cansativa e repetitiva para mim, por causa do inúmeros cenários criados pela personagem, mas ainda assim o livro me afetou, me fez pensar sobre as relações que construimos, sobre envelhecer, sobre saber envelhecer e se realmente estou aproveitando a vida, "é normal, pode acontecer de a sua vida não dar em grande coisa", nos diz Aurora, porque a morte é realmente a única coisa da qual temos certeza, mesmo sem saber realmente do que se trata.

"Aqui a morte é temida, repetida, imaginada, exagerada, esmiuçada e listada de tantas formas que é quase possível rir dela"

Esse é o segundo livro de Mariana Salomão Carrara que leio, "Se Deus me chamar não vou" segue sendo meio preferido da autora, mas com certeza recomendo a leitura desse.
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clarice.nsc 14/04/2024

Lindo, mas talvez não fosse meu momento
Após ler se deus me chamar não vou, fiquei obcecada pela autora e doida pra ler um pouco mais. Esbarrei com é sempre a hora de nossa morte e comecei a ler com muito afinco, mas aos poucos fui me sentindo perdida. A forma que a história é contada é muito poética, com reflexões profundas. A autora ?libera? informações sobre os personagens aos poucos e você monta o quebra cabeça conforme vira mais uma página. O problema é que são diversas situações e as vezes não se vê uma conclusão, o que desestimula a leitura.

Como disse no título, é um livro lindo, mas precisa do tempo certo para ser lido.
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Beto 07/04/2024

Essa leitura foi uma experiência bem interessante. Temos aqui uma narradora não confiável, e livros assim mantém uma certa curiosidade e um suspense que te prende até o final.
Achei um pouco longo e repetitivo mas no final gostei. Não tem como não nos conectarmos ou nos compadecermos com a Aurora.
É uma história triste mas que vale a pena.
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David Ribeiro 02/04/2024

É sempre hora da nossa morte amém...
É sempre a hora da nossa morte amém

Mariana Salomão Carrara, mais uma vez arrasa em um livro maravilhoso. Nesse romance, acompanharemos Aurora, uma mulher de uns 70 anos, que é encontrada vagando perdida, sozinha, falando coisas desconexas, sem saber onde mora.

É então acolhida por Rosa uma assistente social, que tenta ajuda-la, e começa a ouvi-la e escrever os detalhes de sua história, que se mostra muito confusa, pois em vários momentos ela cita Camila, ora uma filha em outro momento como uma amiga.

Para além de toda essa confusão, o que chama atenção é a correlação que Aurora faz de Camila filha com uma morte eminente, sempre associada a trágicas formas de mortes, e de Camila amiga, sempre apaixonada por um existir, com uma certa urgência em viver, por momentos de alegrias e de beleza.

Um livro para te deixar pensativo por muitos dias.
Recomendo muito essa leitura.
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KellFontoura 01/04/2024

Um livro não tão fácil de ler, mas que contém uma história maravilhosa! A personagem principal possui uma demência o que faz com que ela traga diversas histórias, as vezes o mesmo fato mas com versões diferentes.
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kauany58 29/03/2024

Adoro os livros da Mariana Salomão, mas senti que esse acabou ficando muito repetitivo. Adorei a ideia e a personagem principal, mas acho que o livro teria funcionado bem mais se a conclusão não tivesse demorado tanto.
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duddi 29/03/2024

é sempre a hora de nossa morte, amém… imergi na obra de mariana salomão carrara, como alguém que se joga sem pensar duas vezes - talvez aurora me repreendesse - comecei assim que terminei “se deus me chamar não vou”, saindo de uma perspectiva infantil para de uma idosa. a primeira coisa que gostei do livro foi o episódio em que ela conhece camila, amiga, na escola, ponte feita por uma dúvida gramatical. confesso que foi um pouco difícil me acostumar com as histórias de términos mal contados, o pêndulo de camilas, lembranças ou esquecimentos. mas quando me entendi com a narrativa, também peguei apego por aurora, ansiando cada vez mais pelos novos fatos revelados.

o livro traz muitos pontos, como abandono, maternidade, amizade, e realmente não tem diagnóstico mais certo pra sua doença como uma amnésia poética. quem diria que uma professora de português lidaria com tantas antíteses, o medo constante da perda e o seu sucessivo abandono, a turbulência da relação mãe-filha estando nas duas posições, a preocupação com a morte e o marido que trabalha com ela, o fruto da vida e a partida de um homem que não sabe estar com ela; e por fim, ser a imagem bonita de uma assonância e aliteração que limitaria o seu ser. junto com todas as outras dores e as suas camilas.

muito doloroso, cinco estrelas.
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Renata | @am0r_p0r_livr0s 22/03/2024

Mariana me chamou a atenção quando li a sinopse e uma amostra do livro “Se Deus me Chamar Não Vou”, mas o livro estava caro e então não comprei. Como “É Sempre a Hora...” estava mais acessível, comecei por ele.
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A protagonista, Aurora, é uma septuagenária que é encontrada sem memória em uma estrada. Então, ela é levada para um abrigo, onde fica aos cuidados de Rosa, que passa os dias conversando com Aurora para tentar descobrir seu passado e os motivos do esquecimento. Todo dia, Aurora acorda com uma versão diferente de sua história, mas, a única certeza que ela tem, é de que uma das personagens principais da sua vida se chama Camila.
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Camila pode ser sua filha ou sua amiga. A amiga, que foi a sua melhor na infância, seguiu por caminhos diferentes. A filha, faleceu em um acidente, e essa é a dor maior de Aurora. E ela tenta lembrar como foi o acidente, mas a cada dia vem uma versão nova da morte de Camila. Isso fez com que a leitura ficasse um pouco repetitiva, mas foi interessante para a história, e mostra exatamente a confusão da protagonista.
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Fiquei um pouco confusa em alguns momentos pois Mariana escreveu o livro em fluxo de consciência, o que ficou perfeito para a sua premissa, mas eu me atrapalho e disperso... rsrsrs. No entanto, isso deu mais beleza à obra! O tema recorrente do livro é a morte, e Aurora a narra em vários eventos, e qualquer um deles pode ser verdadeiro, ou não... o que se sente durante a história, é que Aurora teme a morte e a solidão, pois ela teve muita vida.
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Livro recomendadíssimo! As quatro estrelas foram dadas mais por causa da minha confusão com a narrativa em um só fôlego. Só que a história não teria outra maneira de ser contada. Parabéns @mari.carrara! Quero, desesperadamente, ler “Se Deus me Chamar Não Vou”.
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Clarice 20/03/2024

Nunca é bom ser devolvido
Que escrita arrebatadora! Mariana não decepciona e traz uma história super intrigante, reflexiva e muito bem desenvolvida. Muito forte a situação de Aurora (supostamente), reviver tantas lembranças sem saber qual é a verdade! E que desfecho!

Amei muito a leitura! Recomendadíssimo!
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Andreia Santana 17/03/2024

A verdade contida em um ato falho
Aurora está em uma casa de repouso depois de ser encontrada vagando, desmemoriada, no acostamento de uma estrada, segurando a coleira vazia de um cachorro e chamando por ‘Camila’. No abrigo de idosos, a antiga professora de língua portuguesa de setenta e tantos anos reconta as muitas versões de sua vida para a assistente social Rosa, que está empenhada em ajudá-la a recuperar suas memórias e retomar a vida fora do asilo.

Narrado em primeira pessoa, É sempre a hora da nossa morte amém, de Mariana Salomão Carrara, por quem me apaixonei desde que li Se deus me chamar não vou, mistura humor, tragédia e pitadas generosas de neurose e auto depreciação, para nos mostrar o quanto somos versões inacabadas e eternamente em manutenção. E o quão indulgentes também podemos ser com as nossas imperfeições, embora mortificados de culpa até o túmulo.

O título do livro deriva de um ato falho da protagonista, cometido na infância, quando ela, ao rezar a oração do Pai Nosso, repetia ‘é sempre a hora da nossa morte’, em vez de ‘agora e na hora de nossa morte’.

Aurora desaprendeu a fé ainda em tenra idade. Idosa, sua descrença é temperada com a visão ácida e irônica sobre as muitas antíteses humanas.

A professora aposentada não consegue lembrar se tem ou não tem uma filha chamada Camila, que é homônima de sua melhor amiga da vida inteira, desde os tempos do ensino fundamental. A memória dela, fragmentada, se remodela dia após dia, a cada nova história que conta para Rosa. Não sabe nem se seu nome é esse mesmo, pois renova-se inteira a cada amanhecer, como o dia que nasce sempre outro.

Junto com Aurora, nós leitores ficamos perdidos em um rosário de recordações que podem bem ser apenas imaginação. E é aí nesse novelo emaranhado que está a graça e a delicadeza dessa história. Nunca é dito se Aurora, por exemplo, sofre de uma doença demencial. O neurologista do asilo define o caso dela como uma ‘amnésia poética’.

No decorrer da narrativa, conhecemos diversas versões não só de Aurora, mas da Camila filha, inclusive com suas várias possibilidades de mortes trágicas por conta dos temores maternos; e da Camila amiga, desde o primeiro encontro na escola até a vida em comum das duas, quando supostamente compartilharam a mesma casa após enviuvarem.

A incerteza de qual dessas possibilidades da vida de Aurora é a verdadeira torna a leitura um enigma a ser decifrado e, comparando com a existência de cada pessoa no mundo, não seriam todas as nossas interações uns com os outros e com o ambiente uma possibilidade dentro de milhares de outras? Cada escolha feita não tem, ao mesmo tempo, o poder de nos revelar quem de fato somos e de nos afastar de outros vir a ser nunca completados?

A ideia aqui não é julgar qual versão nossa é a melhor, mas brincar com a ideia de que cada vez que fazemos uma escolha, ou escolhem por nós, nascemos para uma coisa e, por tabela, morremos para uma outra.

Alguns fatos da vida de Aurora parecem constantes, como Rosa percebe ao começar a registrar as histórias da professora em um caderninho. A mãe que a negligenciava e por isso ela se sente compelida a ser uma mãe super protetora; o marido Antônio que não queria ser pai e abandona a mulher e a filha, só reencontrando-as a cada possível morte de Camila; o ofício de Antônio, técnico do Instituto Médico Legal nos tempos da ditadura, quando assassinatos eram escamoteados em suicídios e mortes naturais inverossímeis; e a amiga Camila e sua mãe rigorosa e carola tentando atos de rebeldia que só confirmavam sua natureza dócil para a obediência.

Não tem graça dizer qual é a verdadeira história de Aurora, se ela tem ou não uma filha, se a amiga existe, se os cachorros Perdoai e Ofendido são reais ou só mais um engodo da memória. É preciso ler para descobrir se a vida dela é mais interessante ainda do que as mirabolantes ‘aventuras’ registradas por Rosa ou se ela é só mais uma pessoa cheia de potencialidades, um vir a ser que nunca tornou-se em existência.

De certa forma, Mariana Salomão Carrara com esse romance nos leva a refletir sobre a finitude da vida, o quanto não cabemos dentro de um tempo tão limitado. A morte requer um exorcismo e as histórias, nossa capacidade de narrar, é essa quebra de maldição. Se a morte é o que há de pior que pode nos acontecer – há controvérsias, mas para o senso comum é só para a morte que não há remédio e por isso tantos a temem -, então, ao imaginar obsessivamente todas as formas de sua possível filha morrer, de sua adorada amiga e do marido Antônio saírem de sua vida, Aurora ameniza o medo do fim, que no caso dela, e no nosso também, atende pelo nome de solidão…

Ficha Técnica:
É sempre a hora da nossa morte amém
Autora: Mariana Salomão Carrara
Editora: Nós, 2021
240 páginas
R$ 69,00 (livro físico, Amazon) ou para ler gratuitamente no @biblion.app

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*Livro lido para o desafio #50livrosate50anos, uma brincadeira que criei para comemorar meu aniversário. Em abril de 2024 eu faço 50 anos. A ideia é ler 50 livros até lá e, se possível, resenhar ou fazer algum breve comentário aqui no Skoob e no Instagram, sobre cada um deles. É sempre a hora de nossa morte amém é o livro 24 do desafio. No total, até agora, 31 já foram lidos, tem outros 19 na fila de leitura e sete aguardando postagem.

site: https://mardehistorias.wordpress.com/
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maria eduarda 14/03/2024

é muito ruim ser devolvido onde quer que seja
Sou apaixonada pela escrita da mariana e mais apaixonada ainda pelas personagens criadas pela mesma. conheci a criança maria carmem, cativante e que nos desperta uma leitura tão engraçada e sensível. depois foi a vez de conhecer ana, aquela arquiteta que está vivendo um luto com a perda do marido andré e ainda tem que lidar com a gestação e o desafio de ser mãe sozinha logo após uma tragédia tão grande - em um sábado qualquer. agora foi a vez de conhecer aurora, essa senhora - idosa não - de 70 anos que diga-se de passagem, se tornou a minha favorita de todas. mariana salomão carrara me entrega as leituras mais engraçadas e poéticas que nenhum outro autor conseguiu até então me proporcionar, sempre tenho certeza que vou me divertir grandemente quando decido lê-la. aurora-do-céu, você não existe! aurora é encontrada na beira da estrada sozinha, com uma coleira vazia na mão e gritando por uma camila. é levada a um abrigo de idosos e entrevista pela rosa, a assistente social que tenta resgatar sua memória para devolvê-la a sua casa, a sua família. aurora tem demência e em todos seus encontros com rosa, conta uma história diferente sobre seu passado, sempre com palavras chave, com uma filha - quando essa existe - chamada camila e as vezes uma melhor amiga de infância, com o mesmo nome. aurora tem medo da morte e espelha esse terror na filha - quando essa existe - que acaba sempre morrendo com uma morte trágica. nenhuma mãe deve enterrar um filho, o ideal é o contrário. aurora me faz querer chegar aos 40 anos pra prestigiar a fase da melhor idade que podemos passar. os nomes dos cachorros são muito bons!
Ricardo 19/03/2024minha estante
"O pior que pode haver é uma mãe que não entende como funciona o cabelo da filha, daí em diante se instalam todos os demais desentendimentos."


Ricardo 19/03/2024minha estante
Não tinha reparado que tem vários elementos de A natureza da mordida né?




hgiradi 05/03/2024

Primeiro livro que me faz chorar
Esse livro mexeu tanto comigo do início ao fim.
De diversas formas.

Aurora realmente é real demais.

Real em mim.
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HCS378 03/03/2024

Nostálgica e Obsessiva
A ideia para essa história é muito boa e o livro tem momentos muito marcantes, mas sinto que deixou a desejar. O começo é muito repetitivo e desensibiliza o leitor, que acada prosseguindo na esperança de um final impactante que nunca vem.
Contudo, talvez eu apenas não tenha as experiências de vida necessárias para ser comovida pela narrativa nostálgica e obsessiva.
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