Jéssica (@simboraler) 21/08/2021
Surpreendente e envolvente
Devo admitir, esse livro me surpreendeu muito e ganhou o meu coração. Tanto pelo romance, quanto pela mensagem que transmite.
Saul pertence a uma família tradicional, religiosa e rigorosa. Seu pai palestra sobre muitos assuntos, inclusive sobre a família. Sua mãe é uma mulher super dedicada ao lar. Todos os passos dos filhos são extremamente controlados. Porém, Saul consegue burlar algumas dessas proteções e descobre que ele está indo contra a imagem de família perfeita que o seu pai prega e sua mãe se orgulha, indo principalmente contra o pensamento tão defendido pelo seu pai: Saul se descobre homossexual.
Mas como viver com isso? Como não manchar a imagem da sua família? Como não decepcionar seus pais? Como ser livre dentro desta prisão?
Para piorar, Saul começa a trabalhar em uma empresa onde o neto do dono é um rapaz panssexual que tem ódio da família de Saul, por pregarem o modelo de família perfeita e julgarem quem não segue a mesma conduta. Por outro lado, sua família considera o rapaz uma péssima influência e má companhia. Saul se vê dividido entre querer ser livre e o medo da desaprovação e rejeição de seus pais.
Esse livro se passa no Brasil e me deixou com a sensação de que poderia ser qualquer pessoa próxima de mim passando pelo mesmo problema. O medo e covardia em se assumir é muito forte quando não se sabe como os pais vão reagir, então cada demonstração de angústia ou desespero de Saul em pensar em ser descoberto, me deixou angustiada também.
O livro ficou muito na parte familiar, Saul não tinha medo do que as pessoas de fora pensariam dele, mas sim em como seus pais reagiriam e como as pessoas pensariam de seus pais. Então o foco aqui ficou bem nítido que é a aceitação/rejeição família, que tanto pesa nos sentimentos da comunidade LGBTQIA+
Eu sofri com Saul, senti raiva de Guga, me apaixonei pela dona Grazi e me admirei com o pai de Saul (Roberto)
Favorito e, em breve, pretendo reler. Recomendo muito!