Iris 28/01/2022Não entendi quase nada, e o pouco que entendi eu não gostei.
Veja bem, eu gosto de livros diferentes, esquisitos, que você começa sem entender nada e aos poucos vai se habituando a história, compreendendo a trama, mesmo que algumas coisas não tenham um significado concreto ou um sentido óbvio.
Mas não é o caso aqui.
São 500 páginas acompanhando a Sasha, que é recrutada para uma faculdade no meio do nada para estudar sobre não sei o que, para não sei qual propósito, com não sei qual pretexto.
O começo do livro é bizarro e isso me intrigou bastante, apesar de achar muito sem noção a personagem fazer tudo que um homem desconhecido e estranho mandava, sem nem questionar direito. Eu entendo ela ter feito o que fez sob a ameaça de algum mal ser causado a família dela, mas no começo do livro, ainda sem essa ameaça, ela achou plausível nadar nua na praia sozinha às 4h da manhã e vomitar moedas de ouro E FICOU DE BOA. Gente? Eu achei o comportamento dela muito irracional, dada a situação. Mesmo que ela tenha ficado com medo e feito coisas sob pressão ou se questionado algumas coisas, ainda assim, FOI POUCO. Ela aceitou essa nova realidade rápido demais, foi forçado e absurdo.
Ao longo da história a Sasha se “envolve” romanticamente com dois personagens, e foi tudo tãaaao ruim. Com a profundidade de um pires. Horrível, patético, chato. O livro não me causou nenhum sentimento além de estranheza (no início) e raiva do meio para o final. Minha curiosidade virou ódio. Não consigo nem comentar sobre o final de tanta raiva que eu passei. Nas últimas 10 páginas eu só pensava em abandonar, já não aguentava mais, mas terminei mesmo assim. Não sei se cabe dizer que o final é aberto, porque para mim o livro inteiro é.
70% de tudo que acontece na história é abstrato, e eu simplesmente não entendi.
Os livros da faculdade “não queriam/podiam ser lidos”, mas como assim? Estavam em outra língua? As palavras ficavam embaralhadas? As frases podiam ser lidas, mas não faziam sentido em um primeiro momento? Não é explicado.
A protagonista transcendeu? Usou 100% da capacidade cerebral? Virou um pen drive?! É magia ou ciência ou outra coisa? O que significa, afinal de contas, ser uma palavra? Não é explicado.
E não é como se os eventos fossem abertos a interpretação, muito pelo contrário. A experiência de ler esse livro é como ouvir outras pessoas conversando sobre um assunto que você não sabe nada. Você imagina que o que elas estão falando deve fazer sentido e ter explicação, mas como não te explicam, você não entende, e não tem como aprender sozinho. Então fica sem entender. É tipo isso.
Sempre concordo que toda leitura é válida, ainda que seja um livro que não agradou, mas nesse caso nem isso. Foi a maior perda de tempo da minha VIDA. É um livro que eu preferia não ter lido.
Fico triste porque a ideia em si tem muito potencial, só que parece que os autores tiveram um diálogo do tipo “então, eu sonhei que as pessoas eram palavras e que isso moldava o universo e que alguns seres humanos podiam transcender e vomitar moedas de ouro e que tal escrever tudo isso num livro sem nos preocuparmos em dar explicação?” “eu topo”.
Por fim, a escrita me incomodou muito e não sei bem o porquê. Achei sem vida, sem profundidade, vazia. Meio que igual ao resto do livro.