O Dom da Fúria

O Dom da Fúria Mark Oshiro




Resenhas - O dom da fúria


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Thai 06/01/2024

O dom da fúria em resposta à violência
Dom da Fúria foi o primeiro livro que li em 2024 e provavelmente vai entrar na minha lista de favoritos do ano inteiro.

O livro conta a história de Moss, que perdeu o pai pelas mãos da polícia de Oakland "acidentalmente", e segue contando a sua luta anos depois também contra a polícia de Oakland e em defesa dos ataques à sua escola. É uma leitura muito dolorosa, sensível, que lembra a todo momento da estrutura racista que estamos inseridos e como a polícia consegue ser um dispositivo que perpetua essa estrutura de forma extremamente violenta.

O sentimento, do inicio ao fim, é de injustiça. Não há final feliz. Sabemos que a violência estatal vai continuar acontecendo, principalmente contra pessoas marginalizadas. O livro é, em suma, um soco no estômago.

Apreciei muito a diversidade de personagens, as relações complexas que existem (com Esperanza, por exemplo) e como essas relações podem dar força; gostei do enredo, das revelações, e como a leitura te prende.

De pontos negativos, senti falta da caracterização de muitos personagens, às vezes a história não segue uma sequência lógica e acaba confusa. Alguns diálogos parecem irreais e isso tira do livro o teor sério que ele se propõe a ter.

No geral, é um bom livro que vale a pena ser lido.


Ps.: a história de Wanda (mãe do Moss) é MUITO comovente, fiquei sem acreditar.
Ps².: adorei que o autor colocou referências de livros que ele usou na pesquisa para escrever o próprio livro. perfeito!!!
Adyson.Oliveira 11/01/2024minha estante
Adorei a resenha!??




Deia Keth 29/12/2023

O melhor do Ano
Brutal, arrebatador, desolador e cru: me é uma ofensa esse livro mão ter o reconhecimento que merece sendo um dos melhores livros sobre racismo que já li até então, superando até mesmo "O Ódio que Você Semeia", que era um dos meus favoritos até então.

Moss não quer se envolver com a causa racista. Melhor: ele não consegue. Não desde que seu pai foi brutalmente assassinado por um policial na sua frente por "engano". Tudo o que ele quer é viver seu primeiro amor. Mas quando um acordo com a polícia transforma sua escola em uma espécie de prisão, com revistas e detector de metais e brutalidade policial, ele não pode mais fugir da causa. Ele não quer mais fugir da causa.

Esse livro é extremamente forte. Há muitas cenas de agressão explícitas. E é angustiante. Acredito que um dos motivos para esse livro não ser tão popular é que, talvez, as pessoas acreditem que o que é descrito ali não poderia ser possível: a forma como a polícia reage aos protestos narrados na história parece ficção científica. Mas quando você põe a mente nisso, você percebe o quanto disso é real. Como essa sequência de fatos poderia facilmente se desenrolar na vida real. Como a descrição do efeito das armas usadas em protestos que vemos na televisão podem ser muito mais intensas do que aparentam ao longe. De como é possível sim que haja um grupo tão grande de policiais decididos a destruir a vida de pessoas negras, ainda mais quando se pensa nos Estados Unidos, que tem um grande índice de violência policial.

Fiquei um tanto incomodada com o tanto de pontas soltas deixadas. O tanto de "por quês?" que ficou na minha mente até entender que isso era proposital. Nenhuma resposta justificaria os atos narrados no livro e, por isso, os personagens nunca buscam essa resposta, e eles nunca a descobrem.

A escrita deste livro é bem fluída. Eu praticamente não consegui o soltar. As cenas transitavam de completa revolta a um aquecimento no peito que o me fez o devorar. As situações são tão grotescas e as reações dos personagens tão honestas que é quase impossível não reagir junto. Ri quando eles riram. Chorei quando eles choraram. Fiquei com raiva quando eles ficaram. E descobri o dom da Fúria junto com eles.

Este é o livro que dificilmente esquecerei e, se o fizer, não consiguirei apagar a marca que ele deixou em mim.
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Flavia.Raphaela 28/04/2023

Meus sentimentos
É um livro necessário para a sociedade.
Levei mais tempo que o esperado, confesso que me despertou pequenos gatilhos do início ao fim.
Escrita suscinta, os sentimentos transmitidos são pesados (chorei do meio até o final), mas finalizei a leitura com o sentimento de: "eu precisava ler isso".
Choque de consciência e realidade garantido.
Indico.
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Natalia.psico.literatura 28/12/2022

Uma obra necessária
Sobre o que é este livro?

Quando o "controle de segurança" na escola de Moss fica fora de controle e a violência segue, ele, com a ajuda de seus amigos, sua mãe e sua comunidade, se reúnem para fazer o que podem.

Às vezes lemos obras que nos dão um soco no estômago? esse livro é um deles.

Não só foi importante encontrar um livro focado na expressão da brutalidade policial em um nível horrível, como também conseguimos uma diversidade brilhante em tantos níveis: gênero, sexualidade, raça, religião, dentre outros pontos tão importantes.

Moss, como personagem, é muito bem escrito.
Ele é um adolescente negro que ainda se descobrindo. Ele ama sua mãe, está passando por um momento difícil com seu melhor amigo, está começando a namorar um cara bonito e tem ataques de pânico regularmente.

O retrato de sua ansiedade foi incrivelmente escrito na minha opinião. Senti seu ressentimento e simplesmente queria acreditar que, se eu fechasse o livro e não o lesse por alguns dias, ele e seus amigos ficariam bem. Claro que não é assim. Não podemos parar as lutas da vida. Precisamos enfrentá-las. Perceba que algumas lutas têm o direito de nos causar raiva e que nossa raiva pode ser bem usada.

O dom da fúria é uma história difícil de ler, mas que precisa ser contada e ouvida. Um livro que promove o pensamento, o sentimento e o diálogo sobre temáticas tão importantes e atuais.

Ele definitivamente ganhou um lugar na minha lista de livros que todos deveriam ler.
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Maria 18/11/2022

incrível e angustiante
Esse livro me deu milhões de tapas diferentes.
Comecei a ler apenas por ter sido escrito pelo Mark, que vai escrever o livro solangelo junto com o Rick Riordan, mas terminei emocionada e apaixonada pela narrativa. Dói, cada minuto do livro dói demais, mas é uma leitura necessária.
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peach 21/09/2022

Incrível
Fico muito feliz em ler um livro tão representante, todos os personagens representam grupos diferentes que normalmente não são dados o protagonismo. A luta do Moss e toda sua história é chocante e de dar raiva, a ansiedade, as crises de pânico, os problemas de autoestima e todos os momentos difíceis que nós acompanhamos contam uma história de resistência. Creio que todos deviam ler esse livro que, por mais que ficção, é tristemente fiel.
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silverquxxn 22/08/2022

O Dom da Fúria
O Dom da Fúria é um livro extremamente importante de se ler, especialmente para pessoas que não sofrem os tipos de preconceitos retratados no livro. É uma história trágica que fala de justiça e os sofrimentos que um garoto negro tem que enfrentar em sua vida. Eu nunca imaginaria que pessoas negras passassem por metade das coisas que aconteceram se eu não tivesse lido esse livro. Ai mesmo tempo que nunca vou conseguir entender de verdade o que é passar por isso, sinto que esse livro me ajudou a compreender melhor e entender a maneira que eu posso fazer a diferença.
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mere 19/08/2022

Dizer que senti raiva,repulsa. Que me emocionei e que não tenho palavras pra definir esse livro,acho que é pouco.
Mecheu com o meu emocional.
Doeu em mim muitas vzs.
Nem sei expressar o que eu senti.
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DéboraMP 11/08/2022

Uma história de altos e baixos que provocou o mesmo em relação aos meus sentimentos
Moss é um garoto negro que viu seu pai ser assassino ainda quando pequeno. Morris, seu pai, estava saindo de um mercado quando foi abordado pela polícia.

Carregando sacolas, Morris teve dificuldade para levantar as mãos e seus movimentos foram "confundidos" com uma reação aos policiais.

O tempo passa e Moss é um adolescente que sofre com problemas de autoestima, severas crises de ansiedade e sonhos terríveis com o que aconteceu ao seu pai.

Um dia, enquanto foi passear no shopping com uma amiga, Moss conhece Javier e logo o interesse mútuo fica perceptível. Começa a se desenhar uma história de amor muito fofa.

No dia seguinte ao encontro, as aulas de Moss recomeçam e o pesadelo também. A escola é alvo de um programa da polícia, que acarreta maus tratos aos jovens, por puro preconceito.

Moss precisa encontrar forças, vencer o medo que o toma e parar com a violência cometida contra os alunos na escola. Porém, a questão toma proporções inimagináveis.

A leitura deste livro não foi fácil, pois despertou gatilho em relação a ansiedade. Eu queria que Moss reagisse, que enfrentasse a angústia, mas ao mesmo tempo eu entendo quanto é difícil lidar com essa coisa que nos toma.

Admiro a forma como o autor relata as cenas de violência, o preconceito, o medo. É muito real e palpável. E o pior é saber que isso acontece em todos os cantos. Qualquer tipo de violência é lamentável, independente contra quem seja cometida.

Me vi perguntando por que a personagem tem que sofrer tanto? Será que um dia ele vai ser feliz? Em certo momento, há um respiro de felicidade e então pensei "algo está errado". Então ele despenca em sofrimento novamente. E é a vida real.

Sei que muitas coisas posso não ter entendido por nunca ter presenciado, por não ser negra e não ter sofrido este exato tipo de descriminação, mas a história me tocou de alguma forma. Fiquei triste com o final, mas a nota do autor esclarece por que ele fez a escolha que fez.
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Racestari 30/07/2022

Soco na cara
Uma porrada na cara, deixa sem ar, sem perspectiva, sem alento...como ser feliz num mundo de cães raivosos? Me envergonho de ser policial...
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gabs 15/06/2022

O Dom da Fúria ? Cruel, necessário e realista
Primeiramente, "O Dom da Fúria" é um livro simplesmente sensacional, porém bem pesado, mas com "pesado" eu quero dizer que ele só retrata a realidade. Por mais que seja uma ficção sobre a vida de Moss Jeffries, é um dos livros que mais mostra a negligência da polícia e a luta de uma minoria.

O livro trata tudo de uma maneira muito didática e cheia de representatividade, tanto étnica quando LGBTQIA+. Tudo começa com um romance fofo e do nada, vira de cabeça para baixo.

É uma história forte e que faz abrir os olhos pro que acontece no mundo todo. A escola do Moss, a qual os alunos são, em sua maioria, negros, instala detectores de metal nas portas da escola em uma justificava de uma situação distorcida para justificar a violência policial contra uma aluna da escola. Assim, o Moss começa a organizar um protesto junto com sua família e seus amigos, mesmo que seu pai tivesse sido morto também por violência policial, ele decide lutar contra isso e acaba perdendo mais gente.

O livro é uma luta sem fim e a vida dele e dos amigos se torna um inferno. É um livro que dói ler, porque ao mesmo tempo que você está envolvido na vida do Moss e como os protestos vão se desenrolar e, ao desenrolar deles, você vai ficando cada vez mais tenso, quando você começa a pensar que isso não é diferente da vida de muitas pessoas, dói muito.

Ao longo do livro, a história vai crescendo e as críticas à política, à cultura racista e à polícia são mais do que evidentes e necessárias na obra, ainda mais por ser narrada na perspectiva de um jovem oprimido, focando muito nos sentimentos de ansiedade pelo que está por vir, tristeza pelas perdas e pelas situações e, principalmente, a fúria.

Eu, sendo uma pessoa branca, não consigo nem imaginar como é viver uma situação de violência policial e muito menos o sentimento de medo de pessoas que estão ali para nos proteger, mas esse livro me fez passar a entender ainda mais esse medo, essa angústia e ansiedade.

É um livro incrível que mostra como a mídia trata das mortes, principalmente de imigrantes e pessoas pretas como apenas fatalidades, acontecimentos e "erros infelizes", como dito no próprio livro e eu espero que mais pessoas possam ler e entender cada vez mais que não dá para aceitar esses assassinatos de forma normalizada e silenciosa.

Eu recomendo muito o livro e espero que ele receba o reconhecimento que merece, porque Mark Oshiro fez uma obra-prima com "O Dom da Fúria".
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_douglast 14/06/2022

Estamos mesmo seguros?
Essa é a principal pergunta que ?O Dom da Fúria? desperta.

O livro conta a história de Moss, jovem negro e gay, morador de West Oakland. Moss perdeu o pai para a violência policial quando ainda era criança, e este acontecimento causa diversos problemas na sua vida, como ataques de pânico e crises de ansiedade.

?O Dom da Fúria? apresenta uma história forte, dura de se ler e com muitas situações difíceis: para começar, Moss estuda em uma escola negligenciada pelo poder público, onde a maioria dos estudantes são negros.

A escola e o Departamento de Polícia da cidade decidem começar um programa piloto na escola, instalando detectores de metal nas portas da escola, usando a distorção de uma situação de violência policial contra uma aluna da escola como justificativa para o tal.

Esta nova realidade transforma a vida escolar de Moss e seus amigos em um verdadeiro inferno, e ao tentar protestar contra isso, um novo problema envolvendo policiais acontece na escola, resultando em um grande número de alunos feridos.

O livro tem um enredo rápido, sem muitas delongas, apresentando personagens e situações sem enrolação, colocando cada elemento onde é necessário.

É um livro que fala muito sobre a violência policial e em como essa violência afeta as nossas vidas, principalmente as vidas da população que é marginalizada por eles: negros, pobres, e moradores de áreas menos nobres das cidades. ?O Dom da Fúria? chega como um YA de ficção que nos faz além de tudo, pensar e enxergar a nossa realidade de outra maneira.

Você vai amar e achar fofo muitos momentos de ternura entre Moss e Javier, vai amar conhecer os personagens (em sua maioria jovens LGBTQIAP+), e vai ODIAR e morrer de aflição em diversas situações. Tá mais do que indicado, tá mais do que bem avaliado!
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Dani @oslivrosdadani 31/12/2021

O dom da fúria
Quando um dos nossos é assassinado, parte de nós morre junto .

Há seis anos o pai de Moss Jefferies foi covardemente assassinado por um policial de Oakland. Desde então, por muitas vezes Moss gostaria de ser alguém diferente: um garoto sem ansiedade ou crises de pânico. Um garoto que não se sente aprisionado as lembranças dessa crueldade que lhe tirou parte do seu ser. Um garoto que gostaria de focar nas partes boas da vida, em sua mãe afetuosa, meus amigos leais e aproveitar ainda mais a descoberta do primeiro amor ao lado de Javier.
Mas tudo se agrava quando as novas regras do seu colégio fazem com que ele e seus colegas sintam-se como criminosos. Apesar da juventude, os estudantes decidem se organizar e se opor à administração. E quando as tensões atingem um nível febril e a tragédia acontece, Moss enfrentará uma escolha difícil: ceder ao medo e ao ódio ou perceber que a fúria pode realmente ser um dom.

Esse livro realmente me quebrou ao meio.
Me emocionar em decorrência de uma leitura não é algo incomum, no entanto, Oshiro foi capaz de criar uma história que me tirou o fôlego. Considerando que está intimamente relacionada a fatos tão atuais e tão próximos, a minha conectividade com toda a história foi instantânea, intimista e real.

Oshiro retratou a vida de muitos. E de forma inteligente, descreveu o quanto a resistência e a persistência fazem parte do nosso ser. Isso transcendeu através dos personagens que por sinal, foram belamente escritos e, a apresentação e a importância dada a cada um deles foi surpreendente. Sem contar a pluralidade deste elenco e, essa diversidade racial, sexual e de gênero, tornou este livro mais agradável. Entretanto, o que mais gostei em toda essa diversidade, foi a naturalidade que foi inserida no contexto e, o quanto os relacionamentos construídos são reais e honestos, que fazem dessa leitura algo singelo e impactante na mesma medida.

Uma história de brutalidade policial, racismo e protestos. É um romance extremamente detalhado, violento e extremamente necessário. Que mostra que apesar da sociedade insistir em nos marginalizar, somos muito mais FORTES que isso.

SOMOS A RESISTÊNCIA!
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duda 09/11/2021

QUE OBRA!!!!

O dom da fúria é pesado, visceral, e te prende até o final. sabe aquele livro que você só de ler a sinopse sabe que vai ficar totalmente entregue ao livro, dito e feito. O mark ele trouxe uma representativade enorme no livro, personagens lgbtqia+. abordou temas que são importantes e que são tão pouco falados. Esse livro é recheado de informações. E em muitas partes do livro você se depara com momentos atuais aqui do Brasil. E dói
A vida do moss (personagem principal) é um verdadeiro avalanche, ele precisou lidar com a morte de seu pai, que foi covardemente assassinado pela polícia, durante a sua adolescência, ele se encontra preso a um sistema que já escolheu a cor de seus alvos. E assim que moss entra no ensino médio ele se depara com vigilância policial extremamente agressiva, seus sentimentos só se intensificam. Moss tenta encontrar sua voz diante dessa situação, e tenta encontrar uma utopia, precisa de leveza e de um lugar onde ele possa se sentir menos pressionado, e então o universo o leva até javier e eles vivem uma paixão avassaladora.
Esse não é um livro lindo, é um livro triste, dolorido e extremamente pesado e brutal, você vive momentos felizes e de amizades mas você vive o luto, você vive o amadurecimento. É um turbilhão de sentimentos e de uma coisa eu te dou certeza. ESSE LIVRO VAI REFLETIR EM MUITOS DE NÓS.

parem de nos matar! E para todas as mães que lutam por seus filhos.
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