Cai de boca no meu b#c3t@o

Cai de boca no meu b#c3t@o Tamiris Coutinho




Resenhas - Cai de boca no meu b#c3t@o


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leiturasdabiaprado 02/02/2024

Cai de boca no meu b*c3t@o: O funk como potência do empoderamento feminino foi originalmente o TCC da Tamiris Coutinho no curso de Relações Públicas da UERJ!
O nome causa espanto, ainda mais por ser destinado ao meio acadêmico, e, a premissa do trabalho causa de desconfiança, já que o funk é conhecido como objetificador feminino.
Eu soube do livro ontem, fui apresentada ao mesmo por uma amiga! E como curiosa que sou já quis logo ler, vi que estava disponível no Kindle Unlimited então já coloquei ele para furar a fila e fui ler!
Sou uma mulher carioca de 43 anos, sou da geração que viu o funk explodir nas rádios, nas festas e nas casas! Frequentei bailes em matinês, fui em festas de espuma, ouvia a RPC FM, o DJ Marlboro tocou no recreio da minha escola... então obviamente o funk é um tema que mexe com a adolescente que eu fui e que me causa saudosismo!
Hoje não sou funkeira, mas fui recentemente em shows da Ludmila, da Anita e mais alguns... muito embora esteja por fora da massa reconheço o papel social do funk!
E partindo dessas premissas acima fui ler o livro da Tamiris e preciso dizer adorei, muito bem estruturado, com ampla pesquisa e apesar de ser acadêmico tem uma linguagem fácil e gostosa de ler!
Ela aborda a origem do funk, vai lá no nascimento da black music norte-americana, fala do blues, do jazz, do soul... explora o surgimento dos bailes no Brasil nos anos 70, sua disseminação pelo Rio de Janeiro e sua expansão nacional!
Foi muito bom saber mais sobre a história da nossa música e a representatividade dela!
Depois de contextualizar ela entrou no tema propriamente dito e mostrou que as letras femininas são sim empoderadoras!
Ela analisou letras e premissas, contextualizou com conceitos do feminismo, embasou na sororidade e terminou deixando claro para todos nós a importância daquelas vozes dentro de suas comunidades!
Falou do funk put@ri@ e como ele significa um grito pela liberdade sexual, pela alteração do polo de dominação, o como ele tira a mulher do papel de submissa, de objeto e o coloca no de protagonista, de dona do seu corpo e de seus desejos e vontades!
Ela analisa as letras sob a luz de conceitos importantes como violência doméstica e cultura do estupro!
E no fim ainda deixa claro que trazer o b*c3t@o no título é uma maneira de quebrar o falocentrismo masculino e colocar as mulheres no centro de suas vidas sexuais!
Mas, não espere que os pontos abordados se resumam a empoderamento sexual, ela foi muito mais longe e provou que estamos diante de empoderamento amplo, passando por todos os campos, entre eles o educacional e o financeiro!
E depois de ler o seu livro eu tenho a certeza que as meninas do funk, as MC's, as dançarinas, as divulgadoras são sim vozes feministas, vozes que falam com a sua comunidade de uma maneira que nenhuma intelectual branca é capaz! É mais uma expressão daquilo que lá trás Lélia Gonzalez chamou de pretoguês!
Então viva o funk, viva a linguagem da favela, viva a liberdade feminina, viva o empoderamento!
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renaas079 11/09/2023

Universo a ser explorado...
A obra aborda a potência do funk no empoderamento feminino e sua estrutura é bem organizada quanto à proposta: levar de forma didática e técnica o assunto ao público que têm interesse no tema.

Abarca sobre a origem do funk, nos Estados Unidos e a sua influência na cultura brasileira, notadamente, no Rio de Janeiro, incorporando aspectos próprios da realidade das favelas.

Aborda as dimensões e esferas do empoderamento e do femininos, com explicações e interpretações das letras neste contexto.

Leitura necessária para quebrar o preconceito contra essa manifestação cultural.

Recomendo a leitura
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zoreio 14/01/2023

Caia de boca!
Um mergulho riquíssimo e interessante no histórico das diversas vertentes do funk carioca dentro do contexto feminino. Bem embasado e provocativo na medida certa.

Minha única ressalva foi a estrutura do livro e, muitas vezes, a linguagem utilizada penderem para a estrutura acadêmica de construção de textos. A forma das citações e a reprodução da tabela de análises pode afastar um pouco os públicos que mais podem se beneficiar da leitura dessa obra, bem como deixaram boa parte da conclusão repetitiva.

Fiquei com a impressão de que esse trabalho como base para o roteiro de um documentário audiovisual seria a melhor mídia para dar amplitude à mensagem da autora.
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