heremscen 04/01/2023
1ª leitura do ano: Horror em Cravel Hill - Em 1987, a família de Emma Reis conheceu o verdadeiro horror!
Minha primeira leitura foi um e-book de horror muito macabro, que algumas vezes mexeu comigo.
Horror em Cravel Hill - Em 1987, a família de Emma Reis conheceu o verdadeiro horror!, do escritor @g.fonsecaescritor (instagram do autor), é um livro bom, com os personagens principais cativantes e trama que prende demais quando engata. Entretanto, sofre com alguns problemas, principalmente de revisão, mas nada que atrapalhe a leitura.
Uma outra coisa que me incomodou um pouco foi os nomes e/ou sobrenomes latinos dos personagens, sendo que a localidade se encontrava em um país de língua inglesa (sei que há uma grande concentração de latinos nesses países), mas isso me incomodou pelo motivo que o autor, por mais que use o nome da cidade no título do livro, não desenvolveu sobre a cidade, não deu indícios de onde era e nem mesmo sobre a população que poderia ser de matrizes latinas. Se o autor tivesse feito da cidade mais um personagem, teria sido bem mais interessante e mais imersivo que poderia ter contribuído para as revelações chocante do fim da história.
E uma última coisa que me incomodou, não muito, foi a trama do personagem Tiago com o seu amigo Luccas, para mim foi a parte mais sem sentido, que se não tivesse acontecido, não faria diferença nenhuma para o andamento da história da família de Emma.
Mas agora a parte mais importante, as coisas boas!
Emma Reis e sua família (e agregados), possuem uma química muito boa entre si, passando uma energia familiar verossímil e gostosa de ver desenrolar. Isso é muito importante, pois quando as coisas vão acontecendo, o leitor vai sentindo a angustia do que as personagens estão passando no momento.
Emma é uma personagem muito empática e solicita, no primeiro capitulo aparece como coadjuvante, mas do segundo em diante é a estrela da história. Uma personagem com profundidade, que possui alguns dilemas na vida, que eu achei interessante ficar sabendo. Literalmente, Emma comeu o pão que o diabo amassou, houve momentos de fraqueza, mas muitos momentos de força. Foi uma jornada boa de acompanhar, porém bem trágica.
Adelaide, ou simplesmente Adê, foi a coadjuvante que tem aquele estereotipo de mulher latina de idade com um quê de misticismo. Ela tem isso, mas a personagem não se resume a somente isso. Adelaide tem seus momentos nesse clichê, mas ela não fica somente nisso. A personagem mora com Emma e a filha, mas não tem nenhum tipo de parentesco, sendo ela o braço direito de Emma. Não sei bem, mas pareceu que a Adê e seu filho Tiago poderiam estar no país ilegalmente, ou apenas só ela, não sei, não foi algo explícito.
Cheryl é filha de Emma assim como Adelaide, é coadjuvante, mas também era uma das protagonista da história, junto de Emma e Adê. É a criança enérgica da história, que vai mudando drasticamente o seu jeito, ao decorrer que vai se desenrolando a trama. Apesar de ser uma criança, ela é muito consciente em suas atitudes. Mesmo ela tendo atitudes infantis, ela tem um certo nível de compreensão da vida muito elevada. Não sei se isso foi um equívoco do autor na hora de escrever a personagem, dando muita consciência pra uma pessoa que não deveria ter tanta maturidade assim, ou se é tudo porque a personagem teve duas pessoas que lhe ensinaram a ser assim! Realmente eu não sei, o que eu sei, que eu gostei muito da Cheryl como personagem.
Ah, lembrei outra coisa que me incomodou, a história se desenrolou em junho e julho e a garota não estudava, teve algumas vezes que diziam que já começaria o novo ano letivo, mas no hemisfério norte as aulas não iniciam no ultimo trimestre do ano? Ficou um pouco estranho.
Agora é a vez de Tiago, o filho de Adelaide. Apesar de não morar na casa de Emma, ele era parte da família também. No inicio ele fazia parte de outro núcleo da história, mas lá pelo meio da história as coisas em que ele estava envolvido, se misturaram com os ocorridos da casa de Emma. Se ele fosse envolvido somente na trama de Emma, teria sido bem melhor, porque a trama dele foi sem pé nem cabeça e o desenrolar da trama de Tiago foi parar na casa da personagem principal por conveniência narrativa, mas que certamente não era interessante o suficiente para entreter o leitor. Se eu fosse o autor, revisava isso e cortava fora, ou simplesmente deixava em off a trama, deixando ocorrer tudo que aconteceu da mesma forma, mas sem ter a vista dos personagens envolvidos. Seria mais interessante a gente não saber se tudo que aconteceu desde Luccas a Paco poderia ter sido uma alucinação pelos acontecimentos que estava rolando. Deixando tudo mais misterioso e macabro.
Bom, eu dei 4/5 estrelas, por esses certos aspectos que me incomodaram durante a leitura. Mas a imersão na trama não foi afetada por esse incomodo e Horror em Cravel Hill é uma excelente leitura, que mexe com você de alguma forma. Recomendo muito a leitura!
Horror em Cravel Hill está disponível no Kindle Unlimited para quem estiver interessado em ler.
site: https://polatividade.blogspot.com/2023/01/horror-em-cravel-hill-autor-g.html