Pri Ruppenthal 31/10/2021
Depois de uma perda, lembrar dói.
Em Luto é outra palavra para falar de amor, o psicólogo Rodrigo Luz apresenta as muitas faces e os diversos sentimentos que constituem o luto por meio de casos repletos de particularidades que mostram como a experiência pode deixar de ser encarada como fraqueza ou exagero.
O livro traz uma abordagem mais afetiva ao tratar de uma das experiências mais devastadoras enfrentadas pelo ser humano. Diante do atual episódio pandêmico, fica ainda mais urgente amparar os milhões de enlutados somente no Brasil.
Gabriela Casellato fala no prefácio que o Luto não é somente sentir-se triste pela falta da pessoa amada; provoca uma forte sensação de ameaça e desamparo, medo, raiva e muito mais. Isso porque nosso instinto é manter e garantir a ligação afetiva que nos ajuda a viver. E, quando a morte nos rouba algo desse quilate, rouba um pedaço de nós mesmos e do mundo que construímos para nos defendermos da ansiedade e da angústia que a solidão evoca.
De forma empática e acolhedora, o Rodrigo Luz detalha como honrar aqueles que se foram, oferecendo aos enlutados possibilidades de acolher a dor e mostrando que ela é uma das faces do amor
"Não há nada que consiga descrever quanto pode ser emocionalmente avassalador o processo de sobreviver à morte de uma pessoa amada".
"Algo essencial que todos precisamos entender é que as histórias de amor dificilmente são interrompidas. O luto é uma forma de dar continuidade a essas histórias. Enlutar-se é recusar o fim do amor. Por isso, precisamos olhar para quem vive um grande luto com o entendimento claro de que, independentemente da forma pela qual esteja vivendo sua perda, essa pessoa vem simplesmente dando continuidade, da maneira que lhe é possível, a uma história de amor".
"É possível ser feliz depois de uma perda? Claro que sim. Porque há vida. E a vida que levarmos adiante será nossa melhor homena gem a um amor que jamais deixaremos perecer".