Resenhas - Além do Oceano

ahgavi 04/02/2024

Vai além de quem somos
O livro mostra muito o quão egoísta o ser humano pode ser. É uma reflexão gigantesca no quanto isso afeta direta e indiretamente as pessoas ao seu redor.

Alan (@coracaodeleitor) 21/08/2023

Olá literários!

Hoje vamos falar sobre um lançamento que conversa muito com uma situação que o mundo está passando atualmente. Então já adianto que o livro trouxe muitas reflexões e me deixou bem envolvido.

Em um passado recente acompanhamos Signe, uma ativista ambiental que se preocupa com o que pode vir a acontecer no mundo pois as calotas polares estão em um processo de derretimento. E as consequências disso podem ser drásticas.

O livro também nos apresenta uma segunda linha narrativa, essa já no futuro onde acompanhamos um personagem que vive em um mundo onde a maioria dos lugares enfrenta uma seca eterna e com muitas queimadas e vemos sua jornada em busca de um lugar a habitável e onde possa haver água.

Acho que em ambos os arcos podemos achar esperança. Esperança de poder mudar o futuro no primeiro e esperança que ainda possa haver um futuro no segundo.

Aqui a crise hídrica já é uma realidade. E se conecta com o momento que estamos vivendo pois estamos tendo queimadas gigantes no Canadá e Havaí, fora em outros lugares do mundo.

O livro deixa tudo um pouco mais dinâmico devido a essa divisão na história. E sem querer dar um sermão ele acaba nos mostrando valiosas lições.

O final é bem satisfatório e eu gostei bastante. Mas terminei com um sentimento que ele poderia ter sido melhor desenvolvido.

De qualquer forma eu achei uma obra genial. Eu super indico, ainda mais no momento em que vivemos.

Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 21/06/2023

Já Li
"Além do Oceano", publicado 2017, conta a história de dois personagens. Um deles, Signe, de setenta e sete anos de idade, retorna à sua cidade natal depois de cinquenta anos, quando retorna de sua missão de velejar pelo mundo todo. Enquanto velejava, ela observou e experienciou os impactos do aquecimento global. O outro personagem é David, que vive no futuro, e está fugindo de incêndios e vivendo em acampamentos com a filha Lou, enquanto busca a esposa e o bebê recém-nascido que se perderam deles nas fugas. Os capítulos se revezam, contando cada hora a história de um deles, e fica a sensação de que, em algum momento, de alguma maneira, as duas histórias vão se conectar.

Eu só fui saber as datas em que vivem estes personagens depois de ler a sinopse do livro no Goodreads (Signe vive em 2019 e David em 2041). Se você apenar ler o livro sem saber a sinopse, como eu, Lunde não dá nenhum indicativo dos períodos das narrativas. É possível entender que Signe vive numa época próxima à nossa e que David está no futuro, mas eu não consegui visualizar que era um futuro assim tão distante.

Por muitas vezes ao longo da leitura, eu me confundi sobre o que era o passado de Signe e o que era o passado de David. Essa confusão veio, sobretudo, pelo fato de que Lunde não foi capaz de construir vozes únicas para seus personagens - a voz de David e de Signe é a mesma. Não há variação no estilo, ou até mesmo no vocabulário, que os diferencie significativamente. Além disso, como a sensação iminente de que os dois vão se conectar, os deixa ainda mais próximos/parecidos, e por muitas vezes eu pensei que David era filho de Signe. Num dado momento da narrativa, minha cabeça tinha decidido que era, mesmo não sendo, tamanha a proximidade de vozes. Achei esse um importante ponto fraco da escrita de Lunde, que já tinha me frustrado também no outro livro dela que resenhei (link acima).

Dito isso, os capítulos de David são mais interessantes que os de Signe. A jornada de David e Lou me lembrou "A Estrada", de Cormac McCarthy. Gosto que a narrativa deles começa do meio, ou seja, quando esposa e bebê recém-nascido já não estão mais com eles, e eles chegam exaustos e famintos a um dos últimos acampamentos para sobreviventes da França. Também gosto do desgaste de David ao longo do enredo, e da crueza com que Lunde fala sobre traição, raiva, desonestidade e abandono. Porém, ainda assim, fiquei com a sensação de desperdício, de que Lunde não conseguiu alcançar o potencial dessa história como deveria, talvez por seu próprio despreparo enquanto escritora para temas mais pesados.

As partes de Signe não me prenderam nem um pouco. Dezenas de descrições chatíssimas sobre como operar um barco. Eu quero ler uma história de ficção, não um manual de velejamento. Morri de tédio. E, em tese, a parte de Signe era fundamental para a história, pois é na sua infância que decisões importantíssimas são tomadas por sua mãe, decisões estas que, não apenas trazem o divórcio de seus pais, como impactam diretamente no ecossistema da Noruega - e fica implícito que ali começaram as decisões que aumentaram o aquecimento global pelo mundo. De novo, faltou técnica de Lunde para trazer a profundidade, a intensidade e o drama que o passado de Signe deveria ter.
No fim, virou uma história bobinha sobre uma senhora que retorna à cidade natal para encontrar o amor perdido da adolescência.

A ficção especulativa tinha tudo para ser incrível, mas não foi. Lunde traz uma perspectiva clichê sobre o aquecimento global que, apesar de relevante, já está batida e não prende a atenção. Há pouco conflito dos personagens com o seu entorno e mesmo a ambientação apocalíptica deixa a desejar. E, quando enfim as histórias se conectam, depois de uma longa e tediosa espera, o livro termina, sem mais nem menos. Fica uma sensação de anticlímax tremenda e, por isso, não é uma leitura que eu recomendo.

Spoiler: Signe deixa água em caixas na casa do seu amor de adolescência enquanto o assiste morrer, e David encontra estas caixas quase 30 anos depois, o que garante a sobrevivência (temporária) sua e de Lou. É isso.

site: https://perplexidadesilencio.blogspot.com/2023/06/ja-li-177-alem-do-oceano-de-maja-lunde.html

Letiz 13/05/2023

Nem sei...
Comecei empolgada mas me perdi em algum momento da leitura.
No inicio gostei de ambos, Signe e David, mas com o desenrolar já estava achando tudo muitíssimo monótono, compreendi a importância da água e metade de meus grifos foi quando eles descreviam como a falta desta doía (para quem bebe 3L por dia, senti demais).
Basicamente não me envolvi muito com nenhum dos personagens, a família de David não volta e Signe que foi a que perdi o interesse cedo demais, teve seu "final feliz" mas, ai, foi tanto tanto faz essa leitura.

anacmontijo 04/02/2023

Primeira leitura do ano
Esse foi mais um livro que escolhi pela beleza da capa e acabei me surpreendendo. Apesar de ser uma ficção científica, as pautas em torno da escassez de água e do sistema que impulsiona essa escassez são muito reais, sendo inevitável relacionar a história com algo que infelizmente é possível de se concretizar. Em alguns momentos senti que a narrativa se arrastou um pouco nos capítulos da Signe, muito detalhistas, mas logo se tornava um pouco mais interessante através da visão de David. Só de ter conseguido prender a minha atenção já posso considerar um bom livro, e o desfecho, por mais que tenha sido um pouco previsível, foi satisfatório.

SóFis 27/01/2023

:)
Apesar de achar que a escrita da autora pode melhorar em alguns aspectos e não ter gostado do final da Signe, o livro é fabuloso e trás uma pauta extremamente necessária. Não esperava que fosse gostar tanto desse livro.

Lauren / Biblioteca de Lilith 15/01/2023

O papel do sonho no fim dos tempos
Nesta narrativa os tempos são difíceis, pois as questões climáticas e suas graves consequências se tornam parte do cotidiano dos personagens. O ativismo ambiental se mostra necessário e os alertas e discussões que para muitos pareciam exagero se passam diante de nossos olhos, numa ficção muito próxima da nossa possível futura realidade.

Estava interessada pela leitura, pela premissa, entretanto a história caminhou de maneira um pouco diferente do que
Eu esperava, e por isso, talvez muitas muitas pessoas tbm tenham se frustrado. Porém, não vi a mudança de perspectiva como algo negativo. Fiquei pensando muito sobre as relações pessoais no meio das crises, em como nosso emocional e psicológico fica abalado quando estamos ansiosos e preocupados. Como é difícil conviver em meio as adversidades. Mesmo em situações extremas coletivas, ainda temos nossas individualidades e questões pessoais. Mesmo em desastre ambientais, temos nossos medos, defeitos, crises familiares e desesperos.

E pra mim esse foi um mérito da leitura. Como administramos tudo isso (que não deixa de existir) no meio de tempos incertos e com escassez de água e alimentos? Como nos mantemos humanos no meio disso tudo? Como cuidamos de nossas crianças se os próprios adultos estão desesperados e perdidos? Como manter a esperança viva, seguir adiante e tentar resistir quando tudo parece caminhar para o fim?

E aí encontrei outra beleza na história, Lou, uma criança que tbm sofria de diversas formas nessa empreitada, consegue , através da brincadeira e da imaginação fazer com que os adultos a sua volta ainda tenham coragem e forças para sonhar... E seguir resistindo... Brincando com ela visualizam possibilidades e alimentam esperanças para seguir lutando...

Dadá 30/10/2022

QUASE REAL
O livro contém duas linhas do tempo: David em 2040 enfrentando a falta de água na Europa com guerra, fome, incêndios e pessoas vivendo em campos de refugiados e Signe, ativista ambiental em meador de 2017 lutando contra a instalação de hidrelétrica e exportação do gelo da Noruega. A história é bem real, as emoções e atitudes humanas são bem exploradas, algumas ações até lembram a pandemia. E a forma como as histórias se conectam no final é simples, mas genial. Li esse livro pouco antes da Europa ser atingida por fortes ondas de calor, enfrentando seca histórica, as pedras da fome surgindo no noticiário... Foi bem agoniante lembrar do livro, perceber que a autora tinha razão em trazer o assunto a tona. Vale a pena a leitura, mas é bom dizer: a questão ambiental fica em segundo plano o livro inteiro. Por isso que tirei uma estrelinha. rsrs

Kaprãn 30/10/2022

A temática e a maneira que o livro é narrado é interessantíssimo, mas acho que ficou faltando um toque final, um desfecho melhor.

Gabs.Fitz 16/10/2022

Decepcionante
Comecei encantada pela capa e pelo tema, mas conforme eu avançava parecia que estava descendo uma ladeira num trem descarrilhado.

A ideia era realmente ótima e severamente importante, mas é fraco e superficial. Incapaz de me fazer sentir empatia por qualquer um ali porque falta desenvolvimento de personagem e narrativa.

Acho que é uma das minhas maiores decepções desse ano. Por fim, deixo uma citação retirada do começo do livro, antes da decepção começar:

"O estalo do gelo é um dos sons mais antigos da Terra, e me dá medo, sempre me deu medo, é o som de algo que está se desfazendo."

Glaucia111 04/10/2022

Além do Oceano
A história se desenrola em duas linhas temporais: na Noruega, em 2017, e em 2041, na França.
Em 2017, viajamos com Signe, uma jornalista e ativista, que é assombrada por mágoas e decepções do passado.
As reflexões de Signe justificam o seu modo viver, mas se elas tivessem sido abordadas de outra forma, poderiam ser mais fluídas e interessantes. Sozinha, ela embarca em uma jornada em mar aberto. Apesar da escrita ser envolvente, há descrições e explicações cansativas sobre como conduzir um barco ou como sobreviver à força do mar durante uma tempestade.
No ano 2041, acompanhamos David e sua filha, Lou, na busca por um acampamento de refugiados. A questão ambiental apresentada é alarmante, impactante e preocupante. No cenário explorado, o objetivo maior é sobreviver. Respirar ar fresco é luxo e um copo de água potável é ouro líquido. Um claro alerta para um futuro, talvez, não tão distante.

Biblioteca Álvaro Guerra 04/10/2022

Em Além do Oceano, acompanhamos a narrativa de dois personagens em tempos e espaços diferentes, primeiro somos levados até a Noruega de 2017, onde a ativista Signe, vive suas próprias questões acerca das questões ambientais que a permeia. Num outro momento, somos transpostos até a França de 2041 e acompanhamos David, que vive o desespero dos impactos da própria crise hidrográfica. Duas narrativas que se conectam pelo tema que nos adverte sobre os impactos ambientais.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788592795887

Lucas990 30/09/2022

O assunto (problemas ambientais e futuro do planeta) é interessante mas a história é bem chatinha, o resultado disso é um livro completamente passável.
O livro é narrado por dois personagens que viven em um espaço e tempo diferentes (Signe vive na Noruega de 2017 e David vive na França de 2041), Signe já está preocupadíssima com as consequências ambientais devastadoras do futuro enquanto David vive essas consequências na própria pele enquanto luta pela sua sobrevivência e a de sua família. Particularmente eu achei que os capítulos do David são mais interessantes, ao passo que os da Signe são bem arrastados. O livro como um todo promete e quase cumpre, mas infelizmente não chega lá. Uma pena.
PS: a capa é bem bonita.

iara170 09/08/2022

Achei a história muito fraquinha. Grande parte dos capítulos da Signe eram meio "inúteis" pro desenvolvimento da história e pareciam muito deslocados em comparação com os capítulos do David.
Para mim, o que fez esse livro ser levemente interessante foi a história do David e da Lou.

pedro2576 04/08/2022

superou minhas expectativas
comecei a ler sem noção alguma do que se tratava e fiquei impressionado !
ao mesmo tempo que trata de assuntos importantes e que deveriam ser mais discutidos como desastres ambientais, te envolve numa narrativa leve e que prende bastante!
a ambientação é imersiva e te transporta facilmente e completamente pra dentro da noruega ou de uma frança durante uma crise hídrica. os personagens (principalmente a signe) são muito bem desenvolvidos e possuem uma carga emocional tão intrínseca que os torna verdadeiramente humanos.
sem dúvida, uma leitura que valeu muito à pena.