Amanhã teremos outros nomes

Amanhã teremos outros nomes Patricio Pron




Resenhas - Amanhã teremos outros nomes


5 encontrados | exibindo 1 a 5


Ed Bortolotte 24/07/2023

É difícil acreditar no "felizes para sempre"...
...Quando lemos uma obra que relata o término de um casal que parecia ter tudo para dar "certo".
Mas no caso desse livro, a narrativa é tão fluida e gostosa que quando vemos, mesmo sem saber o nome dos personagens, torcemos para que tudo dê certo com cada um em suas próprias individualidades e trajetórias.

Algumas coisas me incomodaram de modo geral, mas nada que atrapalhasse a leitura.

O que eu gostei mais foram as análises críticas a sociedade presente que é colocada no livro bem posicionada por cada personagem.

Recomendo e já vou planejar ler o segundo livro do autor que foi lançado por essa bandas.
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@buenos_livros 24/10/2022

Amanhã Teremos Outros Nomes - Patricio Pron ??
?O que distingue o amor do desejo ? dois sentimentos que com tanta frequência tendem a ser confundidos ? é o fato de que o primeiro conhece a renúncia e o segundo não.?
-
. 77/2022
. Amanhã Teremos Outros Nomes (2019)
. Patricio Pron ??
. Tradução: Gustavo Pacheco
. Romance | 183p. | e-Book
. @todavialivros
-
. Utilizando a trama de um casal em processo de separação, o autor tece duas histórias, a dele e a dela, para trazer ideias sobre relacionamentos modernos, impacto de tecnologia e a sociedade contemporânea. Em alguns momentos achei que o autor exagera em digressões forcadas ou panfletárias, mas em geral gostei da leitura, e como um adulto que cresceu e amadureceu com a mudanças citadas, me identifiquei, ou identifiquei amigos em muitas partes. Vale a leitura, mas é necessário uma certa análise crítica para não embarcar em alguns conceitos românticos ou idealizados demais.
. ??????5??
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roobrasiu 12/10/2022

Melancólico
Achei algumas sentenças um pouco longas. Isso posto, o livro é lindo quando fala de medo e afeto na nossa época.
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edu basílio 06/09/2022

corações inábeis em uma contemporaneidade pobre de afetos

depois de cinco anos em um relacionamento estável, Ela e Ele se separam.
com idades próximas aos 40, eles se veem de novo solteiros, em posse de uma liberdade cujo uso requer habilidades psicológicas e sociais totalmente estranhas a eles, em uma atualidade que parece prescindir dos afetos verdadeiros, da confiança e da intimidade... a partir da ruptura, acompanhamos nos meses subsequentes, em paralelo, as relações de ambos com amigos e ficantes eventuais (todos identificados apenas pelas iniciais), bem como suas próprias ruminações sobre a sensação de não pertencimento às dinâmicas de relacionamento da segunda década do século XXI.

foi para mim uma leitura marcante a ferro quente, que me exigiu muitas pausas para respirar fundo, deixar amortecer alguns socos -- todos por excesso de identificação. e paradoxalmente, essa identificação vívida me gera grande dificuldade de expressar tudo o que senti e o estado em que finalizo o livro. contudo, eu não queria deixar de comentar essa experiência, de modo que vi como uma solução mais ou menos aceitável registrar alguns trechos que falarão por si.

sobre o estranhamento geracional:
      "como boa parte das pessoas de sua idade - e, claro, das mais jovens que ela -, E. não conhecia nada que não fosse precário e provisório, e se acostumara com isso, inclusive nas relações sentimentais, que não tinham prazos, não tinham certezas, só um peso imenso disfarçado de possibilidade para parecer tolerável."

sobre uma visão dos relacionamentos que ganhou contornos sombrios:
      "como podia dar certo?, Ela pensava. nem mesmo a transformação do casal em um conjunto de elementos variáveis, como no caso de F., resolve os problemas inerentes à forma como as pessoas se amam e se possuem, sem alternativas. vários séculos de produção artística revelavam que a experiência amorosa podia ser transformada em matéria poética, mas a realidade dessa experiência continua sendo prosaica: um manual de instruções em que todas as indicações estão erradas, um jogo de palavras cruzadas criado por um estúpido e preenchido por um idiota."

e um bem cruel, sobre um dos aspectos mais brutais, para mim, da "geração tinder":
      "no entanto, Ela não atendia mais suas chamadas, não disse para onde ia, não respondia seus e-mails: Ela havia criado entre os dois as maiores distâncias que podiam ser impostas nesse momento histórico em que a separação entre duas pessoas já não se dava mais no âmbito físico, e sim no da atenção, por assim dizer. nunca houve tantas possibilidades de negar a existência do outro sob o eufemismo de 'bloqueá-lo', pensava Ele. em nenhum outro período da história foi possível fazer desaparecer uma pessoa até esse grau sem ter que recorrer ao assassinato. quando uma pessoa descobria que o outro exercera contra ela seu direito a essa forma de supressão, ficava devastada de muitas maneiras, inclusive pela impossibilidade de protestar ou de pedir explicações."

esses poucos quotes, creio eu, exemplificam o quão sagaz foi o autor em captar uma atualidade em que redes sociais, relacionamentos voláteis e individualismo excessivo se misturaram para produzir uma espécie de lama escorregadia (que de maneira incrivelmente acertada zygmunt bauman chamou de "modernidade líquida" há mais de 2 décadas). e ele a mostra a nós, leitores, pelos olhares d'Ele e d'Ela, com uma prosa límpida, impiedosa e precisa -- e sem ter dó de deixá-la nos respingar em cima.

e eu tinha como certo que o livro levaria 5 estrelas e se tornaria um favorito...
até que nas últimas 25-30 páginas minha opinião mudou: apesar de ter entendido o desfecho como um aceno do autor para alguma redenção e esperança em meio a tanta carnificina sentimental -- o que talvez devesse amaciar um pouco meu coração --, achei um pouco apressada e dissonante a reorientação de rumos que houve no finalizar da trama.

independente disso, concluo transcrevendo outro trecho, que com certeza reverberará em minha memória por muitos, muitos anos, sobre J., personagem cujo caminho cruza brevemente o d'Ela em um dado ponto do romance:
      "ficou pensando no que J. estaria escondendo, talvez uma vulnerabilidade para a qual não fora educado e com a qual não sabia o que fazer (...). J. se identificava com um porco-espinho, um animal cuja intimidade em certas circunstâncias podia machucar os outros, e Ela ficou pensando por que ele fazia isso, quem teria incutido nele essa convicção sobre sua personalidade que Ela achava errada. (...). J. tinha sido acusado de algo que acabou aceitando; alguém lhe disse uma vez que ele machucava as pessoas ao seu redor e ele, por alguma razão, acreditou que a acusação o descrevia perfeitamente, que era o núcleo em torno do qual girava seu passado e o que faria com seu futuro."

--
Marcelo 08/09/2022minha estante
Fiquei interessado pela leitura?


edu basílio 09/09/2022minha estante
terminei a leitura super reflexivo, não necessariamente confortável, e apesar disso (ou seria por causa disso?) eu gostei bastante!




Diego / @blogdiscolivro 01/08/2022

Um exercício sobre relacionamentos em tempos atuais
Patricio Pron é um escritor e doutor em filologia românica, nascido na Argentina, em 1975. Atualmente vive em Madrid, na Espanha, onde escreve para o jornal EL País. Considerado um dos mais promissores escritores da língua espanhola, seus contos e romances foram traduzidos para diversas línguas e chegam ao Brasil pelas mãos da editora Todavia, que também publicou "O Espírito dos Meus Pais Continua a Subir na Chuva". Publicado originalmente em 2019, "Amanhã Teremos Outros Nomes" é um romance que retrata como nos aproximamos, amamos e nos distanciamos, um exercício sobre relacionamentos em tempos de redes sociais e aplicativos para encontrar o parceiro ideal.

Aqui vamos acompanhar o drama de um casal em vias de separação após cinco anos de relacionamento. Ela, uma arquiteta com a carreira estagnada. Ele, um ensaísta que parece acomodado com a vida que leva. Os desgastes na relação cobram seu preço, o que acaba resultando em rompimento. Mas ambos se descobrem completamente deslocados em um "mercado sentimental" onde tudo acontece muito rápido e nada é processado, o próximo parceiro é escolhido a dedo em uma tela de celular, a exposição é escancarada nas redes sociais e estar sozinho é visto como uma doença, ainda mais quando já se tem certa idade. Dotado de um tom melancólico, o livro de Patricio é muito mais que um simples drama, é também um convite a reflexão sobre a forma como nos relacionamos em tempos atuais.

Apesar de ter gostado da leitura (a literatura argentina cada vez mais me cativa), confesso que nem tudo no livro me agradou. O desenrolar da história teve pelo menos dois acontecimentos que achei meio forçados, um deles bem desnecessário. Outra coisa que me incomodou foi o fato dos personagens não terem nomes. O casal é tratado apenas como Ela e Ele, e os personagens secundários são resumidos a iniciais. Embora ache que esse anonimato tenha um propósito e dialogue com a proposta do romance, foi bem confuso de lembrar quem era quem em alguns momentos da história. Leitura recomendada, embora com ressalvas.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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