mthsthn 31/03/2024
"Mesma pessoa, chapéu diferente"
Incrível como os livros de Agatha têm se tornado uma verdadeira "cura" depois de ressacas literárias; li esse depois de passar três maravilhosos, porém conturbados, dias no quarto com G.H. e Clarice. E então... vem a cura personificada em Agatha. Esse é, dentre todos que li dela até o momento, o mais "estrangeiro", o mais estranho: a solução de um crime do/no passado, mas que traz requintes de atualidades. Foi apaixonante conhecer outra personagem de Agatha, Mrs. Oliver, espero ler outras obras com ela.
Algo que só agora me chamou atenção é como Agatha dá importância aos detalhes de uma cena, algo que pode meramente casual ao olhos de Hercule Poirot torna-se grandioso. Talvez seja sua forma de nos atentar às coisas delicadas da trama, mas que dão a liga para que os atos aconteçam.
Fora isso, é um belo livro sobre como amores não curados têm sede de justiça, como é desafiador enfrentar padrões moralmente definidos. Mais uma vez Agatha consegue, por meio de uma costura, alinhar fatos e fofocas, história e anedota, passado e presente. Não é a minha leitura preferida dela, mas é uma das mais instigantes.