spoiler visualizarJaqueline720 27/08/2023
Amy Jade
Eu tenho receio de ler o livro escrito pelo pai dela. Não o pinto como um monstro, como muitos, mas ele teve sua parcela de culpa em muito do que ocorreu com Amy. E, vaidoso como é, provavelmente distorce muitos fatos, dando a entender que ele era um grande pai presente.
Contudo, quando eu soube deste livro, escrito pelo grande amigo dela de uma vida toda, Tyler (eu nem sabia da existência desse amigo, infelizmente, sempre soube das meninas Lauren, Juliette, apenas), eu fiquei muito ansiosa para ler. A família pode até nos conhecer bem, mas têm coisas e intimidades que só amigos de verdade conhecem, que não demonstramos para família, por isso eu achei ótimo ele ter escrito o livro.
Eu, como fã, amei saber coisas que foram os primórdios da ascendência da personalidade dela e visão de mundo. Consegui entender, com isso, várias atitudes e reações que ela teve mediante às coisas (como a relação conturbada e dependente com Blake). Amei saber mais sobre sua avó e a influência que ela exerceu sobre Amy, como a adoração que ela tinha por pin ups do anos 1950 ♥.
O livro foi importante para eu entender muitas coisas que me eram estranhas e que eu tinha dúvidas, sobre como ela desapegou de Blake, quando parou de usar drogas, sobre a relação com a família, com as amigas de infância e as novas amigas, sobre os costumes e manias que tinha como qualquer outra garota de sua idade – apesar da fama, sobre a bulimia, sobre a relação com Reg Traviss, questões financeira, gostos pessoais, inspirações, desejos para o futuro – que apesar da autodestruição, consequência dos vícios e da privação de liberdade, ela não tinha vontade de morrer como muitos pensam etc. O livro é muito precioso para quem gosta da Amy e deseja saber sobre ela além dos palcos e tabloides. Eu recomendo muito. Acho que ninguém como o Tyler para falar sobre Amy, pois há sinceridade, sem forcação de barra e bajulações, só uma amizade muita sincera de muitos e muitos anos. Claro que não tem a vida inteira dela num livro, mas ele trouxe momentos importantes e decisivos para compreendermos o que ela foi, sua essência.
O final a gente já sabe, é triste ler, mesmo sabendo. Pior ainda, é saber que ela estava limpa e saudável, motivada a viver e que, embora às vezes tivesse recaídas com o álcool, a bulimia foi o fator determinante no final.
Se ela estivesse viva, eu acho que provavelmente que seria mãe, teria uma família, não sei se ainda estaria cantando (se sim, fazendo apresentações pequenas, como ela gostava), compondo, sendo vaidosa. Não sei, mas depois de saber mais sobre sua avó no livro, acho que Amy a tinha como um espelho e, certamente, ela seria, na posteridade, algo parecido com o que Cynthia foi. Pensar nisso me deixa emocionada.
Tyler diz que tinha um mantra “é melhor viver sendo Amy, que morrer sendo Amy Winehouse”. Se aquela fita não tivesse sido entregue à gravadora, possivelmente nunca saberíamos dela (como fã egoísta não sei se eu gostaria disso), mas é muito provável que estivesse viva e vivendo as coisas simples que sempre almejou, além de ter sua liberdade de ir e vir.
Livro 10/10. Obrigada, Tyler.
Love, Amy.