spoiler visualizarTane 13/01/2024
"Mais que isso, até..."
"Porque somos passa-espelhos."
A Tempestade de Ecos é o último volume da saga "A Passa Espelhos". Nele, acompanhamos a protagonista Ophélie procurando as respostas presas no passado, que podem mudar o rumo do desmoronamento do seu mundo. Entretanto, a personagem percebe ao longo da história que, para conseguir as verdades, deverá sofrer sacrifícios que mudam para sempre o seu destino e o dos outros personagens.
Neste volume, percebemos um desenvolvimento dos personagens que nos foram apresentados no terceiro livro e ganhamos as respostas às diversas dúvidas que rodeavam a leitura. Quem é o Outro? Qual a ligação da Ophélie com ele? E qual é o papel da personagem na trama. A resposta, no entanto, foi um baque tremendo, já que a autora conseguiu me surpreender com as suas reviravoltas, mostrando que nada estava seguro e garantido, nem mesmo para os nossos queridinhos.
Vi muitas opiniões diversas sobre as respostas planejadas por Dabos para criar o seu universo. Devo confessar que em alguns momentos a história ficou confusa; entretanto, acredito que a autora conseguiu ligar os pontos de uma maneira brilhante, entregando um final de partir corações. Não sou a maior fã de finais abertos, mas entendo o que Christelle passou com esse, e percebo que estou acostumada a finais que correspondam às minhas expectativas no sentido de serem felizes. Em "A Passa Espelhos," a felicidade nunca foi uma premissa, era mais uma surpresa escondida em algumas interações (hahaha)! Acho que por isso, o final de despedaçar fez sentido para mim, porque a escritora já vinha preparando os leitores para essa possibilidade... A possibilidade de não existir um depois.
O que me incomodou de verdade na história foi como a autora pareceu descartar personagens tão fundamentais para a trama, e que foram tão impactantes nos outros livros, dando uma despedida agridoce para eles, e não desenvolvendo 100% do potencial de cada um. Onde estava Archibald? Berenild? Raposa e Gaele? Foi uma decepção as migalhas que tive desses personagens, sinto que Dabos poderia ter explorado mais a participação de cada um na história, e não deixar para o final, como ocorreu.
Sobre Ophélie e Thorn, vemos uma mudança muito interessante em cada um. Thorn, que sempre esteve tão certo sobre tudo, se vê perdido no meio de tantas revelações, tentando encontrar o fio que liga tudo e falhando miseravelmente. Achei impactante mostrar essa vulnerabilidade no personagem, e como ele teve que aprender na marra a confirmar em outra pessoa. Ophélie teve uma evolução muito grande! Sua sede pela verdade, justiça e vingança foi implacável e movimentou o livro a cada instante. Achei impecável a forma que Dabos trouxe a percepção do "Eu" da protagonista, e mostrou como ela precisava quebrar com tudo para só assim encontrar as respostas, e mesmo com essa perda, não se esquecer que esses pequenos fragmentos ainda eram ela, no final.
Resumindo (tem como? Haha), gostei do desenvolvimento da história, apesar de alguns momentos confusos e a falta de alguns personagens, e me emocionei com o final dessa saga que vem me acompanhando há um tempo. Foi incrível ligar os acontecimentos dos outros livros que conduziram ao final dessa magnífica leitura. Agridoce, angustiante e totalmente avassaladora... Acho que isso define bem minha relação com essa obra, mas uma coisa é certa, sempre estarei pronta para mergulhar nos espelhos desse mundo fantástico que conquistou um espaço no meu coração.
?"Mais que isso, até..."