Leonora

Leonora Maria Edgeworth




Resenhas - Leonora


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Rafaelle 14/09/2021

Leonora
O romance epistolar Leonora se inicia quando Lady Leonora decide convidar para uma estadia em sua casa a controversa lady Olivia, apesar dos conselhos de sua mãe para não se aproximar dela. Leonora acredita que Olivia não é a mulher perversa que dizem, mesmo que elar tenha abandonado seu marido e filho na França e dos boatos de que tenha um amante. Mas será que Olivia é mesmo uma pessoa boa que se perdeu, como Leonora acredita, ou ela está errada em seu julgamento? E quando Leonora começa a sentir que seu marido está se afastando dela e prestando atenção demais em sua hóspede, seria essa uma impressão movida apenas por ciúmes ou tem algo realmente acontecendo?

O livro, mesmo escrito no século XIX, traz em seu início um debate muito interessante e atual sobre o que chamamos hoje de “cancelamento”. Condenar pessoas ao ostracismo por conta de um erro, sem jamais dar uma segunda chance, não é algo que acontecia só naquela época e esse tipo de atitude precisa ser repensada mesmo nos dias atuais.

“Não posso expressar suficientemente a indignação que sinto contra o espírito malicioso do escândalo, o qual destrói a felicidade a cada respiração e que se deleita no mais mesquinho dos sentimentos: o triunfo sobre o erro dos outros, como se fossem superiores.” (pág. 17)

Maria Edgeworth tem uma escrita deliciosa e que nos leva à reflexão em vários momentos. Assim como em Belinda, a autora demonstra aqui uma visão mais racional sobre sentimentos e casamento. Confesso que a mulher do século XXI e emocionada em mim teve dificuldade em aceitar alguns acontecimentos e que eu queria que Leonora fosse um pouco menos sensata. Eu, com certeza, seria menos ponderada e faria uma cena e tanto no lugar dela antes mesmo de pensar se eu estava certa ou errada.

A edição da Pedrazul, exclusiva do Clube de leitores, está maravilhosa. A fonte e a diagramação estão muito confortáveis para a leitura e a introdução escrita pela Chirlei nos traz um pouco da vida dessa autora que foi tão popular em sua época mas que acabou sendo esquecida nos tempos atuais. Outro detalhe maravilhoso na edição é que todas as expressões em francês estão traduzidas nas notas de rodapé (Deus abençoe as editoras que sabem que a maioria dos brasileiros não fala francês). Leitura obrigatória para os fãs de Jane Austen, especialmente aqueles que gostaram de Lady Susan.
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Tuca 22/10/2021

Lição 01: se for casada (o), nunca coloque outra mulher (ou homem) dentro de casa;

Lição 02: é muito provável que sua mãe esteja certa sobre aquela amizade que ela fala que não presta;

Lição 03: quem com ferro fere, com ferro será ferido;

Lição 04: “Como é fácil aos felizes, perdoar”.

Leonora é um romance epistolar ambientado na Inglaterra e publicado no período do reinado do Rei George III, escrito por Maria Edgeworth, uma das autoras mais adoradas por Jane Austen. A troca de cartas dá ao enredo um caráter de narrativa nada confiável, quando de início Lady Olivia, uma francesa exilada de sua terra natal, é vista sob vários prismas diferentes dependendo de quem fala sobre ela. Quem estava certo afinal sobre essa escandalosa dama?

A vida da virtuosa inglesa Leonora é a corrente que une todas essas cartas. Suas dúvidas, anseios e atitudes parecem ser a lição que Maria deseja passar de como uma mulher digna deveria ser e se comportar. E não parece ser ao acaso que não apenas os dois opostos das histórias carreguem nacionalidades diferentes, mas personalidades. Como a obra foi publicada em uma época de grandes tensões entre Inglaterra e França, as personagens femininas ultrapassam um pouco quem são para serem também estereótipos de suas nacionalidades de maneira muito parcial. Há claramente uma elevação da cultura inglesa em detrimento da francesa e até mesmo da russa comentada em menor proporção, um excesso de nacionalismo, que tem certos ares xenófobos.

Saindo da nem tão disfarçada trama geopolítica desse livro, e indo em direção aos aspectos pessoais, temos a história de um casamento e todas as influências que podem ocorrer para levá-lo a um caminho ou outro. Mr. L*, marido de Leonora, é um babaca completo, mas é constantemente aconselhado pelo General B**, o ser humano mais sensato, divertido e sem papas na língua desse romance, porém Mr.L* simultaneamente sofre também influências de um outro polo da situação, oposto em interesse e repleto de sentimentalismo fútil.

Na introdução dessa edição é comentado que Maria escreveu “Leonora” na época em que pensava acerca de uma proposta de casamento ao qual ela recusou para ficar próxima à família. Lendo um pouco de sua biografia escrita por Helen Zimmern, fiquei com a sensação de que Mr. L* tinha traços do pai de Maria, uma vez que mesmo sendo um completo imbecil aos olhos de qualquer pessoa com um pingo de bom senso do século XXI, Mr. L* é descrito como uma vítima da situação. O pai de Maria também não foi lá flor que se cheire, tendo sido casado quatros vezes (e duas de suas esposas sendo irmãs), foi pai de 22 filhos e não teve vergonha de dizer em suas memórias que já era apaixonado por sua segunda esposa, quando ainda casado com a primeira. Maria, no entanto, tinha um enorme carinho por ele, e foi ele que a incentivou a escrever, e tentou lhe introduzir muitas das virtudes positivas que ela insere em seus romances, em uma época que o ato de escrever não era bem visto para as mulheres.

“Para o ignorante e o depravado, o amor exerce um poder desconhecido e distorcido. Mas para o bom e o sábio, existe um poder de comunicar nova energia a todas as faculdades da alma, de exaltá-las, ao mais estado de perfeição. A amizade, que mais tarde sucede a tal amor é, talvez, a maior e certamente a benção mais permanente da vida.”

“Leonora” é uma troca reflexiva e filosófica acerca das formas de amar e da virtude da integridade. Sentimos e expressamos amor a partir daquilo que temos dentro de nós. Agimos dentro do que é bom e direito a partir do que somos ensinados a ser, e nem sempre valorizamos os tesouros que temos. Não se deve esperar sentimentos dignos de quem não tem isso para oferecer. Infelizmente, “Leonora” pode ter um final considerado feliz para o século em que foi escrito, mas para a mentalidade atual, a conclusão da história é um tanto controversa e não me agradou. Mas a jornada até ela valeu muito a pena: cheia de emoção, revolta, raiva, paixão, ciúmes, loucuras, dúvidas, amor e esperança. Tudo isso descrito pela deliciosa escolha de palavras de Maria Edgeworth.





site: IG: https://www.instagram.com/tracinhadelivros/
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Cris 03/05/2022

Inglaterra, França e muita fofoca por cartas...

"Para o ignorante e o depravado, o amor exerce um poder desconhecido e distorcido. Mas para o bom e sábio, existe um poder de comunicar nova energia a todas as faculdades da alma, de exaltá-las ao mais alto estado de perfeição. A amizade, que mais tarde sucede a tal amor é, talvez, a maior e certamente a bênção mais permanente da vida." Pág. 239

Este romance foi escrito originalmente em 1806 e conta a história da personagem do título: Lady Leonora.

Ela é uma jovem romântica recém casada na Inglaterra e que acolhe em sua casa Lady Olívia, uma mulher de reputação duvidosa e que estava morando na França após um escândalo envolvendo seu casamento.

Leonora e Olívia são totalmente opostas uma à outra. Enquanto a primeira é romântica, uma mulher correta e fiel às regras, esta última é apaixonada, aventureira e com pensamentos bem modernos.

O livro é epistolar, ou seja, cada capítulo nos traz uma carta de algum personagem direcionada a outro. Temos trocas de cartas entre Leonora e sua mãe, entre Olívia e sua amiga na França, e muitas outras.

Eu gostei do livro ser escrito desta forma, porque a leitura flui bastante bem. E achei interessante como a autora foi revelando a história aos poucos, e a gente vai ficando sabendo do contexto através da narrativa de personagens diferentes. Inclusive, acontece um evento quase no final do livro, que me deixou agoniada para saber o que ia acontecer.

Quanto aos personagens, é difícil simpatizar com alguém. A Leonora é boazinha demais pro meu gosto, o marido dela, um indeciso da vida e a Olívia é detestável.

E referente ao romance, realmente, não é o tipo que me agrada. Os personagens são muito dramáticos, é tanto suspiro, que me dava agonia. Outra coisa que me irrita são os pensamentos da sociedade da época, especialmente em relação às mulheres, com seus preconceitos e mente atrasada, mas sei que esta é uma característica dos romances da época, então, nem dá pra criticar muito.

O livro tem muitas citações em francês também, confesso que isso cansava um pouco, e eu não entendi a escolha da autora de não citar o sobrenome dos personagens, fica meio estranho aquela história de Mr. L** e etc.

A autora foi contemporânea de Jane Austen, inclusive, dizem que trocavam cartas e que Jane citou uma obra de Maria em um de seus livros. E eu tenho que dizer que gostei bem mais da narrativa desta autora do que da famosa Jane, cujos livros até hoje, não encontrei nenhum que me agradasse.


site: http://instagram.com/li_numlivro
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Aninha 15/11/2021

A Necessidade do Amor
Neste livro conhecemos a estória por meio de troca de cartas entre os personagens.
Lady Leonora é casada, possui ternura e um grande amor por seu marido. E mesmo a contra gosto de sua mãe ela, de coração aberto, abriga lady Olivia em seu castelo na Inglaterra.
Lady Olivia é uma coquete com fama desonrada que foi exilada da França após o seu divórcio e envolvimento com um amante. Sua amiga francesa Gabrielle tem cumplicidade durante a estadia de lady Olivia no castelo. Com um humor ácido as duas amigas criticam os ingleses e exaltam os franceses considerando suas qualidades superiores.
A presença de lady Olivia disposta a desfrutar da atração eleva a sua própria vaidade com a sensação de posse e dominação. E isso, impõe uma crise no casamento de lady Eleonora, uma mulher virtuosa subjugada ao sofrimento mental devido a uma interpretação equivocada pelo marido.
O livro expõe várias situações: será mesmo lady Olivia uma mulher injustiçada perante a sociedade como defende sua amiga lady Leonora? E o marido, tem uma amante ou não? Até que ponto o amor de uma mulher pode chegar? Será que os sentimentos mudam durante os anos de casamento? E como manter a virtude diante dos contratempos? Todos estes fatores tornam o livro interessante e reflexivo, prenderam minha atenção do início ao fim, sobretudo a verdade sentimental revelada.
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Josiane.Castro 02/11/2021

Sobre amor
Um romance epistolar publicado em 1806. Uma história de amor, traição, perseverança , caráter ( e a falta dele ) . Leonora uma mulher fantástica hospeda uma ?amiga? em seu castelo , e começa a traição . Sem mais spoiler !
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Larinha 02/03/2022

Fuleragem
Um resumo desse livro seria uma grande fuleragem.
É amg furando olho de amg, é homem sendo um lixo, é relacionamentos tóxicos, é um samba pra lá e pra cá?
Confesso que achei que esse livro não iria me prender porque ele é em forma de cartas, porém me surpreendi muito. Gostei muito como o evento das coisas foram contados e as vezes dava pra ver os 2 lados de uma situação porque eram contadas por pessoas diferentes.
A autora deve ter tido um trabalho do cão em escrever um livro assim. Não deve ser nada fácil. Tiro meu chapéu por isso.
De tnt ler livros clássicos eu agradeço a Deus por n ter nascido mulher nessa época. Era abominável.
Recomendo muito a leitura. Tenho certeza q irá prender vc.
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Souza.Barbosa 26/03/2024

Traição hein
Estou amando esse material autora, quero ler mais livros dela.
Agora que cama de fato hein!!
E amiga que já declaradamente não prestava e i marido se achando...
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_bbrcam 08/10/2021

Uma leitura envolvente e muito esclarecedora!
Esse livro me fez entender porque Jane Austen gostava tanto dessa mulher! A escrita dela é simplesmente PERFEITA! Fiquei tão envolvida com os personagens e suas tramas que nem consegui pegar raiva de nenhum! Agora, estou ansiosa para ler Belinda!
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Jenni.Castro 08/11/2021

QUE LIVRO MARAVILHOSO!
Essa autora vai entrar para minha lista de autoras preferidas. Que leitura maravilhosa, alguns personagens me encantaram com suas personalidades únicas.
Leonora, que mulher incrível!
Recomendo essa obra prima HAHAHA
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ramiromat 22/01/2023

Se tem um livro que me fez passar raiva, esse foi um. Não de desistir, mas de ódio de uns personagens aí contidos.
Leonora decide abrigar uma "amiga" em seu castelo e tenta fingir que não vê os flertes entre a amiga e o marido. Mas esses flertes ganham tamanha proporção que o inevitável acontece. E a história não é ruim. Ela te prende, querendo fazer valer as palavras da duquesa (mãe da Leonora): persistência quando se está fazendo a coisa correta, isto é, a busca do retorno do amor.
Penso que a Olívia merecia um final pior, visto que simplesmente brigou com a P** (baita sem vergonha, se achando superior pq é de outro país) e teve todas tramoias reveladas, justamente, ao governo.
Leonora merece todos os louvores por suas provações.
Recomendo.
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Ralibô 29/08/2021

Cartas
O livro é escrito através de cartas trocadas pelos personagens de uma maneira muito inteligente, você aos poucos vai entendendo da personalidade de cada um e os seus pensamentos e atitudes. É surpreendente que mesmo escrito a mais de 200 anos traga a tona assuntos tão atuais, tão contemporâneos. Só leiam.
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Marília 07/05/2022

Essa história nos mostra como as pessoas de bom coração e íntegras são agraciadas e exaltadas no fim.
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Lari 03/08/2022

Antigo e atual
Que livro interessante.

Traz a história de mulheres do século passado, mas com frases e tópicos tão atuais.
A leitura não é tão fluida por conta do vocabulário, mas tranquila de ser feita.
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Patty 23/06/2023

Leonora apresenta a jovem recém-casada lady Leonora que decide trazer de volta para a Inglaterra lady Olívia, que havia sido exilada na França. Conhecida por seu comportamento controverso em relação a casamento, no exílio cultivou uma sensibilidade aristocrática francesa, que existe além da moralidade convencional inglesa. Olívia busca o amor romântico, já Leonora defende o amor constante, que se transforma em profundo respeito e amizade. Enquanto hospeda lady Olívia, Leonora terá a chance de mostrar que as pessoas que a criticam estão erradas enquanto corre o risco de perder seu bem mais precioso.
O livro é um romance epistolar publicado originalmente em 1806 e não sei se foi o fato desse modelo de escrita, onde só conhecemos a história através das cartas trocadas entre os personagens, mas o livro demorou a me prender e também não consegui me apegar a nenhum personagem.
Como todo romance de época, tem uma boa crítica a sociedade e, principalmente, ao modo como as mulheres eram vistas e tratadas na época.
Foi uma boa leitura, mas não entra na lista dos meus favoritos do clube de leitores da Editora Pedrazul.
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sami 12/12/2023

Marido dos outros não é ? de deus
Como já diria o pensador contemporâneo Rennan da Penha:

"Você vive querendo o que não pode ter
Deus não destrói uma família pra agradar você
E de uma vez por todas tenta entender
01 sempre foi ela, 02 você"

Obviamente bem escrito, mas além da narrativa espistolar(que eu particularmente não curto tanto), teve como enredo principal assuntos que me irritam muito: cornas mansas e homens adúlteros.

**disclaimer: sei como eram as coisas naquela época e que mulher não podia fazer muita coisa a não ser aceitar mas!!não sou obrigada a gostar, chega a ser patético o jeito que a Leonora se humilha pelo marido, que tem tanta culpa de traí-la quanto a "amiga" dela.
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