Carol 05/01/2022Impressões da CarolLivro: O Castelo Rakrent {1800}
Autora: Maria Edgeworth {Inglaterra, 1768-1849}
Tradução: Catharina Schnell
Editora: @pedrazuleditora
120 págs.
#1001livrosparalerantesdemorrer
A romancista britânica mais célebre e lida no início do século XIX não foi Jane Austen, como muitos poderiam imaginar. Mas sim, a anglo-irlandesa Maria Edgeworth, de quem Janinha era fã.
Spoiler: quem está no projeto #lendojaninhatodinha lerá a defesa que Jane faz do romance "Belinda", da "grande Maria", na "Abadia de Northanger" :)
Maria Edgeworth foi criada num ambiente intelectual propício, tendo acesso a uma educação de boa qualidade e variada, sempre apoiada pelo pai (um proprietário de terras, inventor e, podemos dizer, um coelho, pois teve 22 filhos, com 4 esposas diferentes). É a Maria quem cabe administrar as terras e os negócios da família, quando seu pai morre.
Ela publicou diversos livros infantis, ensaios e romances, obtendo sucesso de crítica e de público e influenciou toda uma geração de autores, como Jane Austen, Sir Walter Scott e William Thackeray.
Publicado em 1800, "O Castelo Rackrent" traz a história da derrocada dos Rackrent, geração a geração, narrada pelo mordomo da família, o pobre Thady. É uma sátira exuberante e bem humorada que explora cenas da vida cotidiana irlandesa.
À época da publicação, havia um esforço por parte dos intelectuais e escritores anglo-irlandeses em ambientar suas obras na Irlanda, que não possuía ainda uma literatura nacional. Havia interesse em diminuir a visão estereotipada do irlandês, como um povo rude e indisciplinado. "O Castelo Rackrent" é, assim, considerado um dos principais romances nacionais.
Maria Edgeworth costumava dizer que seus romances tinham propósitos morais. O que posso dizer é que tais propósitos não sobrecarregam sua escrita, que é muito envolvente: enredo, personagens, humor, tudo na medida certa.
"O Castelo Rackrent" veio na Caixinha Dublin do @clubedeleitorespedrazul, um clube especializado em obras de literatura clássica de língua inglesa esgotadas ou nunca traduzidas para o português. Um prato cheio pra quem segue o desafio do 1001 Livros. Recomendo!