Lais.Gorab 04/02/2024
Bom, a verdade é que eu amo "Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo", já li e reli o livro mil vezes, tenho partes guardadas na memória até hoje. Então, obviamente, quando eu peguei "Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo", tinha uma expectativa alta.
O livro é bonito, Sáez tem um lirismo muito bonito, sua narrativa é poética, o que combinou muito com o primeiro, já nesse... Não sei, o autor tentou inserir muitos elementos na narrativa que, no fim, não se desenvolveram em seu potencial máximo. A questão da dona da galeria, por exemplo, achei muito rasa, um pouco jogada.
O desenvolvimento da amizade com Susie, Gina e Cassandra também, especialmente a Cassandra, sinto que o autor pecou muito em não descrever aquela primeira conversa.
A sensação que tive é que a história é feita de retalhos. Retalhos do romance com o Dante, retalhos da amizade com as amigas, um retalho dele falando com um irmão, retalho com um colega de turma, um retalho da professora racista....
Muitos elementos que, no fim, não foram desenvolvidos. O romance também foi meloso, mas ao mesmo tempo não sei se é digno de crítica, visto que são adolescentes de 17 anos.
Mas sim, o principal incômodo foi essa narrativa recortada, diálogos muitas vezes pouco críveis, talvez até forçados.
Entretanto, a narrativa de Sáez é linda, poética. Arte.
Não queimaria o livro, foi satisfatório, supre algumas lacunas deixadas no primeiro, mas também não sei se leria novamente.
"Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo" é lindo, sim, mas o seu antecessor é arrebatador, o que torna mil vezes mais difícil de ser superado.
Obs.: o último plot twist podia ter acontecido antes, já que o autor fez questão, muitas vezes o livro se tornava monótono, muito linear.