Felipenho 27/01/2024
WOW!!
Continuação INCRÍVEL!!
O segundo livro, que finaliza a história do romance entre Aristóteles e Dante, tinha a obrigação de ser, no mínimo, do mesmo nível do primeiro. Agora, se ele superou "Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo" são outros 500.
Quanto à escrita, Benjamin Alire Sáenz manteve a boa condução da história: prendendo o leitor às páginas de maneira graciosa, transmitindo mensagens importantes, trazendo reflexões, e muito mais. Imagino que a maior lição que o autor queira passar é que "Nem sempre a vida justa, mas isso não é desculpa para se reprimir, para não se permitir evoluir".
Neste livro, teremos um Aristóteles muito mais maduro, mas ainda com resquícios do Ari que conhecemos no início da história. Está mais amoroso, inabalável, mas ainda não consegue se aceitar. Ele aprende que nem tudo na vida sai como queremos, e vida que segue.
Quanto a Dante, percebo que, por já ser um jovem muito responsável no primeiro livro, ele não amadureceu tanto quanto Ari. Ele continua com alguns de seus conflitos internos, mas reparamos que, no fundo, é só medo. Medo do mundo, do futuro, do amor.
Alguns pontos negativos que citei no livro anterior foram corrigidos neste: Gina e Susie aparecem com mais frequência, temos uma relação melhor desenvolvida entre Ari e suas irmãs, e afins.
Um ponto muito positivo para essa série está atrelado às capas. No livro 1, a capa tem tonalidade mais escura, podendo indicar o estado de Ari antes de Dante: tímido, sem perspectiva de vida, não tinha amigos; obscuro. Já no livro 2, a capa é mais clara, indicando o estado de Ari depois de conhecer Dante: amoroso, amigável, decidido; iluminado.
Ainda assim, pude perceber um deslize do autor quanto ao assunto "amadurecimento". Senti que, no final, alguns personagens tinham uma personalidade muito semelhante. Quase como se uns fossem cópias dos outros, mas com detalhes que os distinguisse. Sendo que nem sempre foi assim.
Acho que, assim como no primeiro livro, Benjamin poderia ter incluido capítulos mostrando o ponto de vista de Dante. Dessa forma, conseguiríamos saber o que passava por sua cabeça e entender melhor algumas de suas decisões durante a narrativa.
Sinceramente, se fosse lançado um terceiro livro eu compraria. O final me deu vontade de ler mais 400 páginas dessa história, mas creio que este tenha sido o encerramento definitivo.
Uma duologia INCRÍVEL como essa merece um reconhecimento infinitamente maior. Melhor romance LGBTQIAP+ que já li.
Aqui jaz meu trecho favorito do livro:
"[...] Mas, para mim, uma coisa era amar. E outra, a mais difícil de todas, era se permitir ser amado."