Thiago 13/12/2021
Cinematográfico. Para o bem e, principalmente, para o mal.
O livro, como os outros do autor e do gênero, possui um excelente ritmo e emoção em praticamente cada página e momento, prendendo o leitor, que sente vontade de ler sem parar.
No entanto, como um filme B de ação, apresenta, em vários momentos, pouca verossimilhança, chegando ao ponto de incomodar. É como as sequências em que o protagonista usa a explosão da bomba para dar impulso ao seu paraquedas feito de lençol por ter se jogado do prédio e pousa perto do amigo já fazendo uma piadinha. A simplificação e a vontade de inserir momentos cômicos e amigos que fazem besteiras e triângulos amorosos foi muito exagerada.
Também o fato de ter sido escrito como se a obra fosse ambientada culturalmente nos séculos XX e XXI. Não há a menor sombra de injustiça ou violência contra a mulher por parte dos exércitos gregos, pelo contrário, todos são totalmente respeitosos. Ciro é um líder completamente humano e com as melhores qualidades possíveis, sem levar em conta que, por melhor que fosse, ele ainda devia se considerar um Deus entre os mortais. Os persas que aparecem também são caricaturas de vilões de James Bond, a pura maldade. Há também a formação de uma espécie de triângulo amoroso sem pé nem cabeça... Destaco, ainda, a quantidade de vezes em que alguém usa as expressões "por Deus!" E "cavalheiro" para se referir aos soldados, o que não faz sentido algum no contexto do livro. Quanto à tradução, menciono que o tradutor não sabe quando usar "à distância" craseado no sentido de "ao longe", o que é triste para um profissional que vive da língua portuguesa.
Em suma, o livro é como um filme de ação cheio de barulhos e efeitos especiais, mas com uma história pessimamente conduzida e repleta de falhas, buracos e pontos duvidosos.