Filino 25/09/2019
Uma obra bastante fecunda
É uma obra de filosofia, mas como o próprio autor ressalta, não se pretende restringi-la aos círculos filosóficos. E é imbuído desse espírito que Cassirer apresenta um livro que trata de diversos assuntos (da linguagem à religião, da história à ciência), tendo como fio condutor uma concepção de homem que apresenta, como diferencial, ser capaz de criar e se guiar por símbolos.
Para sustentar essa ideia é que o autor trata dos mais diversos assuntos (que apesar de díspares estariam conectados justamente por aquela concepção acima). De maneira didática e especificando as nuances em cada campo, fugindo de reducionismos que não raro pautaram as reflexões de estudiosos que se debruçaram sobre cada um dos temas por ele abordados, Cassirer apresenta um pensamento próprio e bastante fecundo. Fornece ainda exemplos práticos daquilo que expõe, a exemplo das duas garotas que "descobrem" a faculdade de nomear as coisas.
Ainda que escrito como que um resumo de suas ideias desenvolvidas na sua obra "A filosofia das formas simbólicas", esse livro sustenta-se por si só e constitui importante obra não apenas para a filosofia, mas atinge as Humanidades em geral. Imperdível.