O livro do xadrez

O livro do xadrez Stefan Zweig




Resenhas - O livro do xadrez


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Cassio Kendi 19/02/2023

Faz pouco mais de um mês que voltei a estudar programação, mais especificamente algoritmos e estrutura de dados, que as empresas costumam cobrar em entrevistas técnicas. Comecei com uma ou duas horas por dia, mas na última quinzena tenho me dedicado quase que exclusivamente a isso. São tantos exercícios que cheguei ao ponto de sonhar com questões em contextos esdrúxulos, algo como "eu tenho que encontrar os elementos mais frequentes dessa matriz para poder entrar nesse restaurante".
Mesmo em um contexto completamente diferente, tenho me sentido como o personagem principal do "O Livro do Xadrez". Descobri o livro por acaso, em um post com uma imagem de um quarto totalmente branco e iluminado, com a pergunta "Você ficaria nessa quarto por um ano para ganhar um bilhão de dólares?" Um dos comentários sugeria esse livro como resposta mais embasada, e adicionei à minha lista.
Apesar do nome, a história não entra em detalhes do jogo em si, sendo mais um pretexto para tratar de temas como as consequências da Segunda Guerra Mundial, os efeitos psicológicos do isolamento e capacidade de evolução da mente quando se foca em uma coisa só. Li em uma ou duas 'sentadas', por serem poucas páginas e pelo enredo e a estrutura aninhada de uma história dentro da outra terem me prendido a atenção até o final da leitura.
Depois de terminar o livro, fui pesquisar mais sobre o autor: ele era um dos escritores mais populares e traduzidos no começo do século passado; austríaco, passou os últimos anos de vida exilado no Brasil por conta da Segunda Guerra; gostou tanto daqui que chegou a escrever um livro intitulado "Brasil, a Terra do Futuro"; e foi a inspiração principal para o filme "O Grande Hotel Budapeste", outro na minha lista de favoritos.
Kira 19/02/2023minha estante
Sinto muito por vc, programação é muito chato KKKKKK


Kira 19/02/2023minha estante
Mentira, no começo vc acha lindo e mágico, depois vc só quer que exploda o computador mesmo hahaha


Cassio Kendi 11/03/2023minha estante
Kkkkkkk! Confesso que sinto isso essa vontade de quebrar o computador uns 20% do tempo. Mas faz parte da profissão




Nat 06/01/2022

^^ Pilha de Leitura ^^
O livro não é do xadrez, mas se passa durante algumas partidas. Não precisa saber de xadrez para entender (meu conhecimento é somente da série O Gambito da Rainha rs). O autor, no entendo, faz uma parábola sobre a Segunda Guerra – tema que, sabemos, foi tão importante à Zweig, tão insuperável, que o levou ao suicídio. Ótima leitura!

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
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Pandora 01/10/2023

Stefan Zweig é um de meus escritores prediletos. Amo seu refinamento linguístico e o viés psicológico de suas histórias. Sua literatura nunca se finda, é para ser lida e relida.

Esta história tem início numa viagem de navio entre Nova York e Buenos Aires durante a Segunda Guerra Mundial. O narrador descobre por um colega que vai despedir-se dele, que o grande campeão de xadrez Czentovic está a bordo. Este gênio do xadrez era intelectualmente limitado, não era capaz descrever corretamente uma única frase e jamais conseguia memorizar uma única partida. Porém, após ter vencido tantos intelectuais e homens brilhantes e de ter ganhado rios de dinheiro, sentia-se a pessoa mais importante do mundo, era frio e arrogante. Paralelamente, havia no navio um austríaco discreto, calado, educado e inteligente que estava numa etapa de seu exílio e que apesar de não jogar uma partida de xadrez há 25 anos, ao intrometer-se numa partida em andamento, passa a representar uma ameaça ao campeão. Então o livro é sobre um jogo de xadrez? É muito mais do que isso.

Confesso que tive muita dificuldade nesta leitura. Levei uma eternidade e é uma novela de 60 páginas!, seguida do posfácio maravilhoso de Mariana Holms. É que eu não conseguia deixar de pensar que esta era a despedida de Zweig, que assim como o personagem dr. B precisou enfrentar o grande campeão em uma partida de xadrez para exteriorizar o período traumático vivido quando estava à mercê da Gestapo, esta narrativa foi a catarse de Zweig, a primeira e última vez que escreveu com clareza sobre o regime nazista, antes de se despedir deste mundo no nosso Brasil. Neste que ele chamou de “país do futuro”; mas não havia futuro para aquele homem sensível e pacifista tremendamente machucado pela guerra.

Fico pensando se quando ele se decidiu a escrever, tudo já estava planejado; se ele sabia que ao colocar em palavras o que levava dentro de si, não seria mais possível continuar. Por isso, apesar do brilhantismo de sua narrativa, eu fiquei triste, triste, triste. Mais do que afligir corpos, a guerra esfacelou mentes.

“Os outros queimaram o navio atrás de si, se americanizaram, até desistiram da sua língua - eu estou muito velho para tudo isso.“ (Stefan Zweig numa carta ao amigo Felix Braun)
Débora 01/10/2023minha estante
Resenha maravilhosa e apaixonada como sempre! Amo!?


Pandora 01/10/2023minha estante
Obrigada, Débora! O livro diz tanto em tão poucas páginas?


Débora 02/10/2023minha estante
Já foi para a minha lista. Obrigada, Denise!?




Moya2 13/09/2022

Curto e intenso.
Apesar de curto, o Sr. Zweig consegue transmitir com fluidez e profundidade as características incomuns dos personagens principais.
O primeiro, enigmático e famoso e o segundo um renomado anônimo.
O encontro é incrível e impossível de largar ou descobrir o desfecho.
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annikav.a 26/02/2024

Xeque! Xeque ao rei!
Cheguei nesse conto após assistir a (e ficar um pouco obcecada por) Grande Hotel Budapeste, dirigido por Wes Anderson. Vejo muitas semelhanças entre as duas obras, que reproduzem uma experiência da guerra, bem específica, pelas lentes de uma sociedade cosmopolita, glamurosa e altamente intelectualizada, mas em rápida decadência. Bem diferente das atrocidades nos campos de concentração e nos fronts de batalha retratadas por tantas obras, mas não menos graves. Se interpretarmos dr.B como um espelho do próprio Stephan Zweig, conseguimos entender o que o inquietava e assombrava em 22 de fevereiro de 1942, quando ele e a esposa, Lotte, optaram pela morte na sua casa, em Petrópolis, hoje museu. Assim como dr.B, homem de origens e posição privilegiada na Áustria que não consegue escapar dos nazistas, Sweig se encontrava em isolamento do profícuo mundo que conhecia e em que ganhava notoriedade antes da guerra. Por um lado, o enclausuramento de dr.B é literal, e um livro de xadrez roubado de um soldado se apresenta tanto como salvação quanto monomania mortal. Por outro, a completa exaustão mental fica evidente, nas palavras de Alberto Dines, quando os dois finalmente desistem da luta contínua para existir, e capitulam: o jogo de xadrez e a vida se confundem na guerra, quando um submarino alemão afunda navios mercantes brasileiros. O Brasil, o "País do Futuro", não mais estava a salvo da violência e decadência europeias.
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Filipe 11/02/2022

Uma narrativa curta porém profunda.

Zweig aborda diversas camadas políticas, sociais e psicológicas nessa obra cheia de entretenimento, que provoca o suspense e atiça a ansiedade.

São notáveis diversas metáforas e mensagens subliminares que evidenciam a mensagem que o autor quer passar, porém, ao ler o posfácio da edição, notam-se mais algumas que passaram despercebidas.
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aline203 10/03/2022

Livro muito curtinho mas muito interessante. Não só sobre o xadrez mas como as pessoas lidam com a solidão e como algumas situações de angústia diferem de pessoa para pessoa.
Vale a pena a leitura!
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João 07/01/2023

Mais do que xadrez
O livro do xadrez narra uma história em basicamente três locais: um navio, uma aldeia e um quarto de hotel que serve de prisão. Com esses três locais diversos, o autor nos apresenta uma trama que gira em torno do jogo dos reis, o jogo dos jogos, o xadrez, que interliga todos os personagens.

No entanto, a beleza do livro está além de sua história, mas nas camadas mais profundas que Zweig imprime em sua obra. Ele nos faz refletir numa primeira camada sobre o problema da guerra e a compulsão pelo jogo, mas aprofunda ao abordar a natureza humana e a crueldade dos "estúpidos".

Um livro muito interessante, tanto por seu conteúdo quanto por ser o último romance do autor e escrito no meio da segunda guerra. Recomendo a leitura.
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Marcus 27/12/2021

A opressão do nazismo refletida em um tabuleiro
Novela de despedida do autor austríaco que terminou sua vida na serra fluminense. O "jogo dos jogos" é a arena de embate entre um jovem eslavo focado exclusivamente no xadrez e um desconhecido que aceita desafiá-lo em uma longa viagem de navio. É também o cenário de fundo para a ascensão do nazismo e a opressão que começa a se espalhar por toda a Europa.

site: youtube: Bicho de Prata - Instagram: bichodepratabr
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bardo 20/03/2022

Talvez o que mais impressione nessa pequena novela de pouco mais de 50 páginas, seja sua simplicidade e ao mesmo tempo complexidade. Zweig em sua última obra nos oferece um tema quase prosaico, o confronto de dois jogadores frente a um tabuleiro. Desse ponto de partida porém a história diante de um olhar mais atento se desdobra em várias camadas e espelhamentos que bem valem uma releitura. Nesse sentido o posfácio de Mariana Holms é muito feliz em chamar a atenção do leitor para pontos que podem ter passado desapercebidos. A escrita de Zweig é tão fluída e cativante que o leitor é literalmente capturado e no afã de terminar e chegar ao desfecho pode deixar escapar detalhes sutis, mas importantes. Dá para conjecturar sobre a natureza dos dois protagonistas da trama, Mirko pode ser pensado como alguém com traços de TEA, e aqui é preciso um certo distanciamento histórico já que é um conceito relativamente recente. Já B. a própria trama nos indica qual poderia ser sua condição e o porquê dela, mas deixa espaço para especulações. Pode-se dizer que esta seja uma ótima porta de entrada para conhecer o autor mesmo que de fato seja sua despedida, seu último livro escrito.
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Alana.Leitao 10/08/2023

O Livro do Xadrez
??O Livro do Xadrez é uma novela escrita por Stefan Zweig publicada em 1941 e foi sua última obra, trata - se de uma história no qual se encontram em uma viagem no mar, deslocando- se de Nova York para Buenos Aires, duas pessoas intrigante com apenas uma coisa em comum, o conhecimento técnico do jogo de xadrez. Quem nos apresenta esses dois personagens é um narrador personagem anônimo que relata o que se passa por ali entre esses homens, um deles e um campeão Mundial do Xadrez e o outro é o Dr. B, homem que poderá supera-lo no jogo a bordo naquele navio.

??A novela traz reflexões sobre o nazismo, o totalitarismo ao narrar os acontecimentos da vida do Dr. B ao ser torturado psicologicamente pela policia secreta nazista e a forma que este utilizou para resistir a dor. Parece que tem muito sobre a vida e sentimentos de Stefan Zweig nessa pequena obra, e como é o primeiro livro do autor que eu leio talvez tenha deixado nuances passarem, quando começar a ler outros livro dele, precisarei fazer uma releitura.

??Esta historia curta e complexa, com personagens bem delineados, só provam o talento de Estefan Zweig para a escrita, com certeza vou ler outros livros do autor.
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Letícia Martins 01/03/2024

Fui ler sobre xadrez e saí com depressão
Eu sabia que o livro tratava sobre a Segunda Guerra, mas não imaginava que iriam detalhar a parte psicológica do isolamento e as consequências que isso traz. O livro foi muito interessante e se torna mais atrativo ainda quando você descobre que ele foi escrito aqui no Brasil durante o exílio do autor. Conheci Stefen Zweig pelas biografias que ele escreveu, então não duvido que parte desse livro tenha um dedinho autobiográfico.
Lucas 09/03/2024minha estante
O livro é curto, mas consegue ser perturbador. Incrível como o autor conseguiu fazer essa ligação do nazismo com o xadrez.




Lurdes 27/12/2022

Só tenho uma coisa pra dizer: Que livro bom! Daqueles que conseguem dizer muito em poucas páginas.

Durante uma viagem de navio de Nova Iorque para Buenos Aires alguns encontros desencadeiam acontecimentos imprevisíveis e muitas lembranças dolorosas.

A bordo do navio está uma celebridade, o Campeão Mundial de Xadrez, Mirko Czentovic, famoso por seu domínio do jogo e por uma certa mediocridade em todos os outros assuntos.
Mirko se mostra, ainda, muito anti social, desfilando sua pseudo superioridade a quem interessar.

Uma longa viagem de navio não oferecia muitas opções de divertimento e um grupo de passageiros resolve disputar algumas partidas de xadrez, tentando articular a participação do grande campeão que, mediante um generoso "cachê", aceita participar das disputas.

Como era de esperar, Mirko se mostra invencível, até que um discreto e desconhecido passageiro ameaça sua hegemonia.

Dr. B demonstra um domínio impressionante sobre o jogo, conseguindo antecipar, em muitos lances, o desenlace das partidas, apesar de afirmar que não senta em frente um tabuleiro há mais de 25 anos.
Dr. B faz do nosso narrador seu confidente, a quem relata a origem de seu conhecimento profundo das regras e segredos do jogo. Ambos são austríacos, discretos e Dr. B se sente à vontade para contar as circunstâncias de seu contato com o Xadrez, o que vai nos levar ao período da Segunda Guerra Mundial.

Um relato comovente e profundo de sua luta pela manutenção da sanidade e da sobrevivência em meio aos horrores da guerra.
Não posso detalhar mais sob risco de dar spoilers que atrapalhariam o desenrolar da leitura, mas recomendo fortemente.

E não se preocupe. Não é necessário saber jogar xadrez para apreciar e se deixar levar pela estória.

Este foi o último livro de Stefan Zweig que, com a ascensão do nazismo, foi obrigado a emigrar para Londres e depois para Nova York, estabelecendo-se por fim no Brasil, onde cometeu suicídio ao lado da esposa em 1942.
Dias antes do suicídio, o autor enviou os originais do livro para seu agente.
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Daiane316 30/04/2023

O último texto de Zweig
Zweig coloca muito de suas vivências no período que a história abarca, ilustrando perfeitamente a violência da guerra, a sua polarização, e a sede de destruição que tb pode levar a autodestruição. Um reflexo perfeito de como se sentia; em uma completa condição mutilada de exilado.
Uma novela fluida e instigante, recomendo.
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Fabio Di Pietro 01/05/2023

Seria o xadrez um simples jogo?
Ótima história, dotada de uma simbologia interessante. Vemos dois contrastes na mesa do xadrez. Sendo o campeão mundial de um lado, camponês eslavo dotado de nenhuma outra aptidão a não ser jogar xadrez e ganhar dinheiro sem qualquer escrúpulo ou critério em cima disso, e de outro, um sujeito de cultura que passou por maus bocados nas mãos de seus captores nazistas. O próprio jogo de xadrez é tema de discussão sobre a sua natureza e impacto. O livro aflora bastante aflição e empatia, mesmo sendo simples e curto. Gostei bastante da reflexão que ele nos traz.
Leitura super fluida, sem qualquer dificuldade.
Edição primorosa da Fósforo com um posfácio bem interessante e que traz luz à obra e seu autor.
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