Livinha 27/03/2024
Repetindo o de sempre: leiam clássicos entendendo o contexto histórico. No século XVII, Salem era conhecida por ser uma cidade que havia sido colonizada pelos puritanistas ingleses, que, inclusive, eram calvinistas (pessoas que acreditavam que, desde a criação do mundo, cada individuo já havia sido definido por Deus se seria salvo ou condenado). Salem fora palco de muitas mulheres sendo queimadas vivas em praça pública por ?bruxaria?. O autor descobriu que, dentre esses ingleses que queimaram mulheres, sua família também havia feito parte, e por isso ele colocou esse W no sobrenome (seu sobrenome real se chama Hathorne). O autor o fez para se separar da ?fama? da família. Agora vamos ao enredo: em 1640, Hester Prynne fora publicamente humilhada, tendo que ficar por horas em cima de um púlpito, por ser adúltera. Hester era uma mulher casada, mas, sem conseguir entrar em contato com seu marido por 2 anos, teve um relacionamento extraconjungal. A prova deste adultério está em Pearl, sua filha de 3 meses. Muitas mulheres pedem sua morte, mas a ?justiça? da época coloca como punição que a protagonista tenha um ?A? (de adúltera) bordado em seu peito, para que carregue até o fim de sua vida. É uma obra belíssima, que fala sobre condenação, justiça e no quanto a religião pode influenciar nos preceitos e aspectos sociais de uma comunidade (pois também temos aqui um reverendo que também lida com seus pecados açoitando a si mesmo todas as noites). Qualquer coisa seria spoiler, então se deleitem com um livro não muito fácil - ou talvez essa tradução de Fernando Pessoa tenha deixado a leitura mais difícil - mas muito genial. É um livro sensacional e o primeiro grande clássico dos Estados Unidos. Vale MUITO a pena.