Clarysse1 05/08/2023
Algumas inconsistências cronológicas
As vidas literárias de Atlas Lefrève é um livro de fantasia histórica que narra o romance entre dois garotos que viajam no tempo e reencarnam em diferentes épocas e lugares. O autor, Dean C. Hunter, é um jovem escritor brasileiro que se inspirou em obras como A sociedade literária e a torta de casca de batatas, O pequeno príncipe, A vida invisível de Addie LaRue e o filme Questão de tempo para criar sua história.
O livro tem como protagonista Atlas Lefrève, um escritor que trabalha na biblioteca St. Edmunds, em Londres, no ano de 1964. Ele sofre pela morte do seu primeiro amor, Finnick Dermott, o filho de um marquês que se afogou em um lago congelado. Em meio aos livros e às estantes assombradas, Atlas encontra um livro mágico que lhe permite viajar no tempo e reencontrar Finnick em outras vidas. Porém, a cada viagem, ele descobre que o destino sempre os separa de alguma forma, seja pela guerra, pela doença, pela homofobia ou pelo acaso.
O livro é uma mistura de romance, aventura, drama e mistério, que envolve o leitor em uma jornada emocionante e surpreendente. O autor consegue criar personagens cativantes e complexos, que evoluem ao longo das páginas e das vidas. Atlas é um personagem sensível, curioso e corajoso, que busca entender o sentido da sua existência e do seu amor por Finnick. Finnick é um personagem carismático, divertido e leal, que tenta proteger Atlas dos perigos e das dores do mundo. Os dois formam um casal apaixonante e inspirador, que enfrenta as adversidades com esperança e determinação.
O autor também demonstra uma grande habilidade na construção dos cenários históricos, que são ricos em detalhes e referências. O leitor é transportado para diferentes épocas e lugares, como a França revolucionária, a Inglaterra vitoriana, a Alemanha nazista, o Brasil colonial e o Japão feudal. O autor explora os aspectos culturais, políticos e sociais de cada período, mostrando como eles influenciam na vida e na personalidade dos personagens. Além disso, o autor aborda temas importantes e atuais, como a homofobia, a violência, a discriminação, a liberdade e a identidade.
O livro também tem um toque de fantasia e magia, que se manifesta através do livro mágico que permite as viagens no tempo. O livro é um objeto misterioso e poderoso, que tem uma vontade própria e uma ligação com Atlas. O autor cria uma mitologia própria para explicar a origem e o funcionamento do livro, que envolve lendas antigas, profecias e seres sobrenaturais. O livro também é uma metáfora para a literatura em si, que é capaz de transcender o tempo e o espaço, conectar as pessoas e transformar as vidas.
O livro tem uma narrativa fluida e envolvente, que alterna entre o presente e o passado, entre a primeira e a terceira pessoa. O autor usa uma linguagem simples e poética, que transmite as emoções e os pensamentos dos personagens. O autor também usa recursos como cartas, diários, poemas e citações para enriquecer a história. O livro tem um ritmo ágil e dinâmico, que mantém o interesse do leitor até o final.
O livro tem alguns pontos negativos, como alguns erros de revisão textual, algumas inconsistências cronológicas e algumas soluções fáceis ou previsíveis para os conflitos. No entanto, esses pontos não comprometem a qualidade da obra como um todo.