Bruno Palmeiras 03/01/2023Grandiosa Eliane Brum!A Eliane sempre foi crítica a qualquer empresa (agronegócio, mineradoras, madeireiras e garimpos ilegais) que tem como objetivo destruir o meio ambiente matando indígenas e a população pobre (ribeirinhos e beiradeiros que vivem em cidades próximas a mineradoras ou onde o agro e madeireiras desmatam sem limites). E claro, toda esta destruição dessas empresas sempre vem acompanhada de “apoio” (por que será?) de governos, sendo eles de direita ou de esquerda. E ela não faz uma falsa simetria, deixa bem claro que o governo Bolsonaro foi muito pior para o meio ambiente, indígenas e pobres que vivem da natureza, mas deixa claro, que por exemplo, não podemos fechar os olhos para o Belo Monte (que ela chama carinhosamente de Belo MONSTRO e eu também a partir da leitura deste belo livro).
Ela também faz uma bela analogia entre a violência com as mulheres e com as florestas, como acham que podem fazer tudo com mulheres, que elas só servem aos homens e a família patriarcal e a destruição das florestas segue na mesma toada, bilionários e assassinos acham que podem tudo com o falso pretexto de evolução da humanidade.
Voltando a Belo Monstro, ela relata como os refugiados da hidrelétrica tiveram suas vidas destruídas. Eles vivem da e para a natureza e hoje foram expulsos e só conseguem viver na periferia de Altamira (onde ela vive hoje em dia para ficar mais próxima da natureza), local com índices de violência e homicídio altíssimos (vivam os garimpeiros, não?).
O ponto que mais aprendi no livro foi como ela argumenta que indígenas não são pobres ou ricos, eles não tem esta relação com o mundo, eles vivem para e da natureza, para e dos animais, eles não tem esta relação de consumo, de quanto mais coisas temos somos mais felizes e quando eles são expulsos de seus locais por assassinos do meio ambiente e de pessoas, pelas mineradoras, pelo agro e etc, para viver em uma cidade, a vida deles ACABA.