Leonardo Lemes 19/07/2022
CINEMA PANOPTICUM
Literatura sueca, gráfica e de horror silencioso. O autor utiliza a metalinguagem visual para contextualizar e dar coerência em sua narrativa sequenciada e autoexplicativa. O livro traz o conceito do cinetoscópio, equipamento pioneiro capaz de registrar imagens em movimento, predecessor do projetor de cinema. Logo, toda a narrativa se resume a esses enquadramentos, trabalhando a semiótica e exigindo do leitor, o uso de uma leitura imagética, uma vez que, os quadros são isentos de qualquer tipo de fala, e quase com a inexistência verbal, salvo pela presença de textos que pertencem ao próprio universo da fotografia observada. A crítica central está fundamentada no sentido de manifestação da observação. A ideia de que todos estão sendo observados sem notar, e que todos observam sem que os outro notem. Um looping que encarcera a todos nesse espaço de controle, a encargos de uma sociedade disciplinar. Além das críticas sociais voltadas à ética, moral, carma, aceitação e misticismo. O autor, na produção de sua arte, ao invés de desenhar com instrumentos comuns, utiliza lâminas sobre o suporte escuro, criando por meio do arranhar, talhar. Conhecida como scratchboard, essa técnica amplia a sinestesia fria, horripilante e sombria que a obra causa.