LivroAleatorio 23/01/2024
Quem sou eu e o que mais é viver senão sonhar?
Resenha: Alice no País das Maravilhas
"Será que fui trocada durante a noite? Deixe-me pensar: eu era a mesma quando me levantei esta manhã? Tenho uma ligeira lembrança de que me senti um bocadinho diferente. Mas, se não sou a mesma, a próxima pergunta é: 'Afinal de contas quem sou eu?' Ah, este é o grande enigma." (pág 25)
Alice é uma criança e tem grandes questionamentos e grandes fantasias sobre o mundo. A vida no País das Maravilhas traz analogias sobre a infância, sobre o crescer, sobre nosso desenvolvimento e os diferentes relacionamentos sociais que vamos enfrentando nesse processo.
"Eu... eu mal sei, Sir, neste exato momento... pelo menos sei quem eu era quando me levantei esta manhã, mas acho que já passei por várias mudanças desde então." (pág 55)
Conforme crescemos nesse mundo os questionamentos começam a surgir. Quem eu sou? Onde eu quero chegar? Tudo é apresentado a nós através de uma atmosfera onírica, do mundo dos sonhos, e me pergunto se uma leitura é suficiente para entender completamente o texto.
"Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?"
"Depende bastante de para onde quer ir", respondeu o Gato.
"Não me importa muito para onde", disse Alice.
"Então não importa que caminho tome", disse o Gato.
"Contanto que eu chegue a algum lugar", Alice acrescentou à guisa de explicação.
"Oh, isso certamente você vai conseguir", afirmou o Gato, "desde que ande bastante." (pág 76-77)
O jeito de pensar da Alice é muito único, engraçado e especial e o final da história para mim foi encantador.
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Resenha: Através do Espelho e o que Alice encontrou por lá
Diferente do País das Maravilhas, através do espelho é uma viagem para o mundo ao contrário, para os significados, um convite para pensar do avesso.
"Estive em muitos jardins antes, mas nenhuma flor podia falar."
"Ponha a mão na terra e sinta", disse o Lírio-tigre. Assim vai saber por quê."
Alice obedeceu. "É muito dura", observou, "mas não sei o que uma coisa tem a ver com a outra."
"Na maioria dos jardins", explicou o Lírio-tigre, "fazem os canteiros fofos demais... por isso as flores estão sempre dormindo"
Pareci uma excelente razão, e Alice gostou muito de ouvi-la. "Nunca pensei nisso antes!" disse. (pág 178)
Foi para mim uma leitura mais arrastada, as vezes eu não sabia bem para onde as coisas estavam caminhando, fiquei confusa. Faz jus ao Gato de Cheshire dizendo que "somos todos loucos aqui".
"Crianças que queiram essa história ouvir,
Espertas, ouvidos curiosos e
Lúcidos, devem pertinho se reunir.
Imaginário País das Maravilhas percorrem,
Devaneando enquanto os dias passam,
Devaneando enquanto os verões morrem.
Encantadas, pela corrente se deixam levar...
Lentamente sucumbindo ao fascínio da
Lenda... Que mais é viver senão sonhar?" (pág 316)