Pedro Peixoto 18/03/2024
Páginas de agonia, dor e sofrimento, com um lapso de esperança
Comumente, acho que o terror psicológico em obras de ficção se torna potencializado quando, de forma inteligente, traça alegorias e paralelos com situações mais do que plausíveis na vida real, de maneira direta ou indireta. E o jeito como a Faridah escreve seus personagens e os coloca em situações desesperadoras ao longo da narrativa é uma tradução muito forte disso
É difícil resumir em palavras todos os sentimentos provocados pelo livro. Chiamaka e Devon são cativantes e incríveis, mas, na maior parte do tempo, os testemunhamos tentando sobreviver ao próximo trauma que a sociedade racista vai causar neles. É difícil de ler, ao mesmo tempo que, movidos pela expectativa de uma volta por cima e pelo carisma de ambos, continuamos imersos na trama, ansiando pela esperança em meio à toda violência
É uma ficção que brinca com o fato da realidade ser tão assustadora. E que, principalmente pela personalidade multidimensional e tão rica de cada um dos protagonistas, conquistou muito o meu apreço