Clube do Farol 21/06/2022
Resenha por Elis Finco @efinco
Olá, pessoas!! Hoje eu vim contar um pouco sobre a história do livro Salto Quinze e Minissaia. Acredito que para quem é fã de rock nacional é impossível deixar de ouvir Natasha ao fundo, mas apesar de casar perfeitamente com a história de Luana, poderia sim ser a de Ana Paula, mas é também só dela. Por isso vamos, ao livro.
O que te move? O que faz você levantar diariamente e viver sua vida? Talvez a primeira reflexão seja essa, porque tudo o que Luana pode fazer, desde que tinha pouco mais de que a idade para não ser uma criança, é sobreviver. Quando tudo que ela tinha era sua mãe e sua irmã, depois se viu tendo que lutar contra o mundo.
Vamos assim acompanhando a história de Lua, que fez o melhor que poderia com as alternativas que tinha. Sem ter a quem recorrer por ajuda ou conselho, tomou as decisões que acreditava, garantiria o futuro da sua irmã, enquanto ela tentava ter algum sonho em que se apoiar, ao mesmo tempo que tudo era caos e destruição.
Confesso que as amizades que Luana fez entre os mundos que vivia, tão distantes entre si enquanto a faculdade de psicologia e a de seu trabalho, mostram que existem pessoas que se importam, apesar das circunstâncias. Nem tudo é apenas por interesse ou negócios. Mas que também existem as que não dão a mínima e isso é mais comum do que deveria.
A maior algoz de Luana é ela mesma. Ela não consegue separar quem é enquanto ganha a vida de quem é quanto vive. E essa dualidade a torna permanentemente refém de alguém que vive dividida entre dois mundos e não consegue ser plena em nenhum deles. Toda essa dualidade permeia a história. Claro que temos antagonistas que nos dão nojo e asco como Juan e Ivan, mas ninguém consegue ser mais carrasco e juiz que a própria Lua.
Os elogios ficam por conta de a autora não cair nos clichês para fazer o livro ganhar mais páginas. Mas sem deixar de fora as reflexões sobre por que uma pessoa está nessa vida? E no fato de que alguns estão sim, por escolha. Algumas porque gostam, outras por se verem sem outra opção melhor. Que é impossível não lidar com os estigmas que acompanham a escolha. Luana se vê sempre no limiar de que suas escolhas afetam diretamente a vida de outras pessoas, além de sua irmã. Afinal é impossível manter um coração fechado a uma amizade sincera ou um homem que realmente se importa.
Preciso comentar que supus que o livro seria bem mais picante nas cenas e, ao contrário, tudo fui muito mais focado nas emoções que nas ações e isso trouxe um toque interessante a trama, onde o ser importa mais que o fazer ou ter. Mas, como é focado na Luana, senti em alguns momentos vontade de saber mais do que se passava com a Barbara ou, até mesmo, a Amanda. Quem sabe na continuação isso não aconteça? Afinal, assim como a vida de Luana, a história continua e ela se vê diante de novas escolhas e uma oportunidade de continuar ou simplesmente dar um novo rumo a própria história.
Sobre a edição: tanto o e-book quanto o livro físico estão lindos! Mas não posso deixar de dizer que a edição física está apaixonante. Imagem linda na capa, ilustração começando os capítulos, página amarela, fonte e diagramação que tornam a leitura ainda mais confortável, sem erros de digitação ou revisão.
site: http://www.clubedofarol.com/2022/01/resenha-salto-quinze-e-minissaia.html